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“Anonimato” na Internet: Não vejo seu rosto, mas leio seus comentários

Minha mãe me disse uma vez algo que penso o tempo todo: “Por que algumas pessoas tentam magoar as outras intencionalmente?”

Isso sempre me vem à mente quando leio comentários em diversas partes da internet. Apesar dos comentários positivos e até com boas críticas, há comentários que simplesmente são grosseiros.

Eu já fui vítima de comentários de ódio nas redes sociais, e ver isso todos os dias machuca meu coração.

Para justificar essas ações, muitos dizem que essa é uma “geração Nutella,” que precisa ser mais forte.

Embora podemos escolher não ficarmos ofendidos, isso não significa que as pessoas possam dizer o que quiserem sem consequências.

Embora devamos sempre tentar não ficar ofendidos, isso não significa que os outros possam dizer o que quiserem – não importa o quão cruel ou mesquinho ele seja – sem consequências. As pessoas gostam de culpar seu ódio pelos outros por serem “muito sensíveis”, entregando completamente sua agência e papel no evento.

A intenção deste artigo não é acusar ninguém ou dar indiretas; a intenção é apenas aumentar a compreensão e a empatia para com todos ao nosso redor, reduzindo os comentários de ódio na Internet.

Só porque você não está dizendo algo pessoalmente, não significa que é apropriado. Só porque você está atrás de uma tela de computador, não significa que suas palavras não vão machucar.

internet e testemunho

Vestindo uma máscara

O Élder Quentin L. Cook deu um devocional chamado: “Sejas Tu Quem Fores, Desempenha Bem a Tua Parte: Não Uses Máscaras Que Ocultem Tua Identidade”

Ele disse:

“Hoje, é comum as pessoas ocultarem a própria identidade ao escrever comentários carregados de ódio, desprezo e preconceito e publicá-los na Internet. Alguns chamam isso de “flaming”. Certas instituições procuram filtrar esses comentários. O jornal The New York Times, por exemplo, não tolera comentários que contenham “ataques pessoais, obscenidade, vulgaridade, palavrões, falsidade ideológica, incoerência e GRITOS.”

“Toda utilização da Internet para agredir, destruir uma reputação ou colocar uma pessoa em má situação é condenável. O que vemos na sociedade é que quando as pessoas vestem a máscara do anonimato, é mais provável que participem desse tipo de conduta, tão destrutiva para o convívio respeitoso. Isso também viola os princípios básicos ensinados pelo Salvador.”

Claro, no Facebook, você não está totalmente no anonimato, mas isso é apenas parcialmente verdadeiro. Mesmo que as pessoas possam ver o seu nome e sua foto, ainda há uma sensação anonimato porque o tópico ou discussão que você está comentando não tem pessoas que você conhece. Em outras palavras, suas palavras parecem não ter consequências porque elas parecem não fazer parte da vida real.

Apesar de você nunca encontrar pessoalmente a pessoa do outro lado, suas palavras machucam, mesmo que você não veja. E essa pessoa é uma alma preciosa para o nosso Pai Celestial.

Uma vez vi um comentário sobre o ódio nas redes sociais:

“É basicamente uma briga de trânsito que dura 24 horas, 7 dias por semana. Você pode dizer o que quiser porque em 99,9% das vezes, você não precisará arcar com as consequências.”

A pessoa do outro lado não é apenas uma foto. Ela é alguém pela qual Jesus Cristo sofreu todas as dores.

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Seja o mesmo em todos os lugares

O perigo do anonimato é que nos permite ser alguém diferente do que somos na vida real.

Eu li um artigo que falava sobre o porquê de pessoas legais se tornam más na internet. O autor comentou:

“Nossa capacidade humana de comunicar idéias entre um grupo de pessoas nos permitiu construir o mundo moderno. A internet oferece uma promessa incomparável de cooperação e comunicação entre toda a humanidade.

Mas, em vez de ampliar nossos círculos sociais on-line, parece que estamos voltando ao tribalismo e ao conflito. Mesmo sendo gentis e educados em nossas interações sociais na vida real, na internet podemos nos tornar horríveis”.

Como podemos professar que somos bons cristãos quando somos cruéis com o próximo na internet?

Eu sempre amei a citação: “O verdadeiro caráter de um homem é medido pelo que ele faz quando ninguém está olhando”.

O Salvador nos deu o exemplo disso de forma perfeita. Podemos olhar para Ele como um exemplo de como devemos nos comunicar com outras pessoas – online ou offline.

Jesus Cristo era o mesmo em todos os lugares. Ele tratava as pessoas com firmeza, mas com amor;  Ele era a única pessoa que poderia rotular os outros, mas Ele não o fez. Sobre a mulher apanhada em adultério, Cristo disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” (João 8:7)

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É gentil? É edificante? É encorajador?

No site LDS.org, há uma página inteira sobre comunicação:

“Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo procuram seguir Seu exemplo na forma com que se comunicam. Sua comunicação, tanto verbal quanto não verbal, deve ser bondosa, compassiva e prestativa, expressando amor pelos filhos do Pai Celestial e a compreensão de que todas as pessoas são irmãos e irmãs.”

O Élder L. Lionel Kendrick, dos Setenta, ensinou:

“As comunicações cristãs são feitas em tom de amor, sem alarde. Elas têm o propósito de ajudar, e não de ferir. Tendem a unir-nos, e não a separar-nos, a elevar, e não a humilhar.

Quando nos comunicamos com alguém – online ou pessoalmente – devemos fazer uma pausa para refletir sobre a intenção de nossas palavras. Eles elevam ou derrubam? Talvez devêssemos usar isso como nosso guia: “É gentil? É edificante? É encorajador?”

Se não for, não diga.

Lembre-se, por trás de cada tela de computador, há um rosto. Por trás de cada postagem de blog, Facebook ou Instagram há uma pessoa real com sentimentos reais – e suas palavras podem afetá-las profundamente.

Então use boas palavras.

Fonte: Third Hour

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