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A esposa de Ló e a estátua de sal da geração da Internet

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A história da esposa de Ló sempre teve um poderoso impacto sobre mim. Uma história simples na Bíblia que é uma lição pungente de como devemos confiar no plano do Senhor para nós. A esposa de Ló aparece em um versículo de escritura em sua participação na história. Este versículo fala sobre sua escolha de olhar para trás em direção a Sodoma e Gomorra. A consequência instantânea de olhar para trás era ser transformada uma estátua de sal, sempre olhando para trás em seu passado.

Embora normalmente essa história seja usada para ensinar seus leitores a olhar para o futuro em vez de olhar para o passado, eu gostaria de sugerir outra maneira de relacionar a história da esposa de Ló em nossas próprias vidas.

Proponho que tracemos uma linha a partir da história da esposa de Ló para nosso próprio desejo de ser aquilo ou quem que não somos. Da mesma forma que a esposa de Ló desejava estar de volta a Sodoma e Gomorra, encontro-me muitas vezes ansiosa por ser desse ou daquele jeito, ter as roupas que tal pessoa tem, viajar como essa pessoa, e a lista de desejos só continua.

Eu serei a primeira a dizer que adoro mídias sociais! A mídia social é uma maravilhosa conexão virtual para familiares e amigos. Mas é só isso, virtual. Não é necessariamente realidade. Em muitas vezes reconheci meus próprios momentos de anseio por certos aspectos da vida de outra pessoa e então, percebi que meu vício em mídias sociais desempenha um papel fundamental na razão de ter esses desejos.

milagre

Minha história

Em 2 de março de 2017, dei à luz minha primeira filha, uma bela garota. Ela era saudável e forte e, em todos os aspectos, era perfeita. Quando ela nasceu, meu mundo mudou para sempre.

Enquanto eu estava de recuperação, meus hormônios rapidamente começaram a dominar minhas emoções. Eu estava dolorida, exausta e dominada pelo novo papel que eu assumi como mãe. Mesmo adorando minha nova responsabilidade, não estava preparada para a intensa recuperação física e emocional que eu teria que suportar. Nada pode preparar você para a enorme mudança hormonal que vem depois de ter um bebê. A primeira semana da vida de minha filha deveria ser preenchida com emoções de alegria e felicidade, mas acabou sendo uma das semanas mais difíceis da minha vida.

Eu estava ansiosa após a nossa primeira noite no hospital. Fiquei impressionada com a magnitude do meu novo chamado como mãe, sem levar em conta a surpresa com a dificuldade da recuperação após o parto.

Quando chegamos em casa, por vários dias não conseguia sair da cama porque eu estava tão emocionalmente frágil e também fisicamente fraca. Passei os primeiros dias inexplicavelmente chorando e me preocupando com minha saúde e da minha bebê.

Tenho lidado com a ansiedade em boa parte da minha vida adulta e desenvolvi a capacidade de saber quando preciso pedir ajuda. Então, eu decidi fazer uma consulta com meu obstetra. Deixei minha bebê com meus pais e fui ao meu médico acompanhada de meu esposo.

Mídias sociais e solidão

Bom conselho

O meu médico é um anjo enviado do céu, e sempre agradeço por seu coração compreensivo. Ele entrou na sala e eu explodi em lágrimas. Ele sentou-se em seu pequeno banquinho marrom, e ouviu com simpatia enquanto eu compartilhava a agonia emocional que eu estava passando desde o nascimento naquela semana. O que ele me disse naquele dia trouxe um doce conforto em uma situação tão difícil. Ele acalmou meus medos e me lembrou que o que eu estava passando era completamente normal. Das muitas palavras reconfortantes que ele me disse, um conselho eu gostaria de destacar:

“Karla, saia das mídias sociais”, disse ele. “Faça uma pausa por alguns dias. O que você vê retratado nas mídias sociais não é realidade. Nós compramos a ideia de que o que vemos nas mídias sociais é como nossos amigos parecem e agem de verdade. Nós olhamos nossos telefones, entramos no Instagram e no Facebook, e vemos fotos de famílias unidas, as mães que acabaram de ter bebês parecem perfeitas e suas vidas parecem fáceis. Não é real. É edição de imagens. Se você estivesse com eles em suas casas, ficaria surpresa com o fato de que todos eles estão tentando lidar com seus problemas para ficarem bem. Assim como você”.

Ele continuou dizendo que nos fechamos em nossas casas e nos distanciamos uns dos outros, apenas interagindo esporadicamente, permitindo que os outros nos vejam nos melhores momentos da vida, não nos piores.

Então, ele falou sobre o aumento da depressão pós-parto nos Estados Unidos e como ele acredita que não é apenas provocado por hormônios, mas que também está relacionado a olhar a vida dos outros e comparar-nos com os que vivemos. Ele disse que desejava que nos achegássemos uns aos outros e ajudássemos uns aos outros, mas muitas vezes somos orgulhosos e não demonstramos que precisamos uns dos outros. Em vez disso, ficamos obcecados com a necessidade de parecer perfeito e impressionar outras pessoas.

Onde está a felicidade nisso?

Realidade

Eu deixei o escritório de meu médico sentindo como se eu pudesse respirar novamente. Não era esperado que eu fosse uma mãe perfeita logo de primeira. Meu corpo não iria se curar em uma semana e eu não perderia minha barriga pós-parto instantaneamente.

Eu devia sentir-me exausta. Eu deveria confiar em outros para cuidar de meu bebê e de mim mesma às vezes. Meu médico estava certo. Eu tinha visto todas as postagens no Instagram de mulheres com bebês e eu fantasiava que suas vida eram perfeitas e completas.

Então, quando eu tinha momentos do pós-parto que não pareciam “perfeitos” em certo sentido, eu ficava envergonhada por não conseguir lidar da mesma forma com que todas as outras mães pareciam lidar. E é só isso, é uma suposição de como a vida de alguém parece. Se nós realmente tivermos tempo para conhecer essas pessoas, elas provavelmente dirão que fizeram suposições semelhantes sobre você e sua vida.

Meu processo de pensamento foi distorcido por todas as coisas retratadas como “perfeitas” nas mídias sociais em todo o mundo. Não tenho dúvidas de que todas aquelas mulheres tiveram alguns dias difíceis, mesmo meses antes de se recuperar e reajustar. Agora percebo que as mídias sociais podem ser uma ferramenta maravilhosa para ajudar uns aos outros naqueles momentos de desespero.

Nas semanas após o nascimento de minhas filhas, tirei um tempo para me relacionar com meu novo bebê e me concentrar no meu próprio processo de recuperação. Quando passei tempo nas mídias sociais, treinei o meu cérebro para se sentir feliz pelos momentos de alegria que foram compartilhados no meu feed de notícias, em vez de ficar pensando nas coisas que eu queria ter e o tipo de pessoa que eu queria ser.

Nossa estátua de sal

Com que frequência observamos ansiosamente a roupa, o estilo de vida e a aparência das pessoas que nos rodeiam pelas das mídias sociais? Confiamos no plano do Pai Celestial para nós, mesmo que não atenda aos padrões das mídias sociais?

Quanto tempo é perdido de forma despercebida e irreparável quando ficamos navegando no meio de centenas de postagens?

Em vez de olhar para a frente em nossas vidas, estamos nos paralisando olhando para a vida dos outros. Podemos não nos transformar em pilares de sal, desejando a vida de outra pessoa, mas estamos atrasando o nosso próprio crescimento.

Eu li recentemente as estatísticas de que a auto-imagem dos jovens adolescentes está intimamente relacionada a quantos “likes” receberam em sua postagem no Instagram e Facebook. É doloroso para mim que um coração virtual clicado em uma tela pode de alguma forma determinar nossa auto-estima.

Como a geração da internet, temos a oportunidade de fazer coisas incríveis através das redes sociais. É uma ferramenta maravilhosa para construir um negócio, manter contato com familiares e amigos através de fotos e vídeos, compartilhar o evangelho e ficar conectado com o mundo. No entanto, as redes sociais não são um fator determinante de quão maravilhosa é a nossa vida. Não é onde estamos destinados a ganhar nossa felicidade.

A esposa de Ló tornou-se uma estátua de sal, presa para sempre olhando para a cidade que desejava estar e na vida que desejava ter. Não nos deixemos ficar presos olhando a vida dos outros enquanto a nossa vida se torna estagnada, sempre ali no linha do tempo de amigos em uma barra de rolagem ou a espera de um clique.

Escolha ser feliz do jeito que você é agora. Escolha ser feliz onde você está atualmente. A esposa de Ló fez uma escolha de olhar para trás quando ela muito bem poderia ter feito a escolha de olhar para a frente. Por favor, não fique preso olhando a vida que deseja, deixando sua própria vida maravilhosa passando por você.

Nas palavras do nosso querido Élder Holland,

“Para todas as gerações de cada geração, eu invoco: Lembre-se da esposa de Ló. A fé é para o futuro. A fé se baseia no passado, mas nunca anseia ficar lá. A fé confia que Deus tem grandes coisas para cada um de nós e que Cristo é verdadeiramente o sumo sacerdote das coisas boas que virão”.

Fonte: MillennialMormon

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