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Como combater a depressão em uma religião que só fala de felicidade

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Jane Clayson Johnson foi uma famosa jornalista. Ela deixou um trabalho que muitos sonham em ter para se dedicar ao seu verdadeiro trabalho dos sonhos, que é ser esposa e mãe. Entretanto, ela foi surpreendida quando foi pega de surpresa pela depressão clínica. Em um podcast, Johnson fala sobre seu novo livro, Silent Souls Weeping, no qual que relata sua experiência pessoal com a depressão, bem como as experiências de mais de 150 pessoas que ela entrevistou para o livro.

Leia aqui um trecho de uma entrevista de Johnson:

Pergunta: Você tem um capítulo no livro no qual você fala sobre como a depressão muitas vezes impacta a nossa capacidade de sentir o espírito. Você passou por isso também?

Resposta: Com certeza. Quando eu estava na profundidade da minha depressão, ela não só bloqueou todo os meus sentimentos, mas também os sentimentos do Espírito, e assim me lembro de longos períodos de tempo em que eu não sentia o amor de Deus. Eu simplesmente não sentia qualquer sussurros do Espírito, e eu estava fazendo tudo certo. Eu estava orando, lendo as escrituras, indo ao templo, mas eu não sentia nada. Não senti nada. Era quase como se esta parte mais importante de mim tivesse sido cortada e eu não sabia o que fazer.

Eu ouvi isso uma e outra vez de pessoas que eu entrevistei para o meu livro. Lembro-me de várias mulheres que me disseram que sentiram como se Deus não as amava e as tinha abandonado. Lembro-me de uma mulher que me falou sobre um sentimento de desespero, desespero frenético eu acho que é o que ela disse, que ela não conseguia encontrar alívio da escuridão da depressão. Ela sentia como se suas orações estivessem batendo em uma parede, que talvez fosse porque ela era indigna.

Sabe, lembro-me de crescer pensando: “se você está vivendo o evangelho, fazendo o que é certo, fazendo boas escolhas, então você será feliz. E se você está fazendo escolhas ruins, não está fazendo o que é certo e não guarda os mandamentos, então você será infeliz ou triste”. Então achava que era muito fácil desenhar essa linha e dizer: “Oh, eu estou infeliz. Estou deprimido. O que estou fazendo de errado? O que eu preciso mudar na vida?”

Acho que como membros da Igreja estamos em uma luta muito singular nesta área, porque tentamos fazer caber uma doença que se manifesta por meio da tristeza em uma religião que está centrada em um plano de felicidade. Então acho que temos que de fato reconhecer que isso pode ser um componente da depressão e que é uma das razões mais importantes para obter ajuda. Jamais faríamos uma oração para obter a cura de uma doença cardíaca. Faríamos uma oração e depois iríamos ao cardiologista. Então, isso não é algo que é nossa culpa. É algo pelo qual precisamos procurar ajuda e orientação e tentar sair dela, tentar mudá-la.

Fonte: LDSLiving

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