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6 coisas que você provavelmente não sabia sobre o Novo Testamento

Como os escritos dos evangelhos do Novo Testamento foram obtidos? Acontece que o processo foi mais complicado que você imagina, mas também muito interessante.

Confira algumas coisas importantes que você deveria saber sobre como os Evangelhos do Novo Testamento foram compilados.

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1. Mateus e João não foram testemunhas oculares de todos os eventos sobre os quais escreveram.

Há algumas pessoas que simplesmente assumem que Mateus, Marcos, Lucas e João escreveram sobre os eventos que viram quando acompanharam o Salvador durante todo o seu ministério mortal.

Certamente, apóstolos como Mateus e João foram testemunhas oculares de alguns dos eventos do ministério de Cristo. Mas não foram testemunhas oculares de todos os eventos registrados por eles.

Por exemplo, Mateus não esteve presente no nascimento do Salvador (Mateus 1-2), nem durante os eventos do ministério do Salvador antes de seu chamado como um apóstolo (Mateus 9: 9).

Da mesma forma, João não estava presente quando Jesus falou com Nicodemos (João 2) ou a Mulher Samaritana (João 4).

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2. Marcos e Lucas não foram testemunhas oculares do ministério mortal do Salvador.

Lucas nos conta que quando compilou seu evangelho, recebeu os relatos “segundo nos transmitiram os mesmos que as viram desde o princípio, e foram ministros da palavra,” (Lucas 1: 2).

A tradição cristã primitiva confirma que o próprio Lucas não foi uma testemunha ocular do ministério mortal do Senhor. Uma antiga lista de cânones cristãos chamada Cânon Muratoriano diz sobre Lucas: “Nem ele mesmo viu o Senhor em carne.”

Após o ministério mortal de Cristo, Lucas se tornou um companheiro missionário de Paulo (ver Colossenses 4:14 e 2 Timóteo 4:11), e eventualmente escreveu o Evangelho de Lucas.

Além disso, parece que Marcos não foi uma testemunha ocular da vida mortal do Salvador. Este Marcos é tradicionalmente tido como o mesmo “João Marcos” que se tornou um companheiro missionário de Paulo e Barnabé (veja Atos 12:25).

Um dos primeiros escritores cristãos com o nome de Papias explica que depois de suas experiências missionárias com Paulo e Barnabé, Marcos acabou se tornando um companheiro missionário do apóstolo Pedro em Roma. Papias diz que Marcos anotou tudo o que Pedro registrou do ministério mortal do Salvador, porque Marcos não era testemunha ocular desses eventos.

3. Lucas se baseou em material previamente escrito e de relatos de testemunhas oculares.

Se os escritores dos Evangelhos não foram testemunhas oculares de todos os eventos sobre os quais escreveram, então como eles tiveram informações suficientes para compor seus relatos?

Há evidências de que eles usaram um outro material de origem, incluindo relatos de evangelhos que tinham sido previamente escritos, bem como informações ditadas por testemunhas oculares.

O Evangelho de Lucas nos fornece as informações mais completas sobre esse processo. No início de seu evangelho, Lucas nos diz que “muitos empreendido pôr em ordem a narração das coisas que entre nós se cumpriram…” (Lucas 1: 1).

Em outras palavras, Lucas está ciente de muitos Evangelhos escritos anteriormente que narram o que os cristãos acreditavam sobre Jesus Cristo.

Lucas não nos diz quais eram esses Evangelhos que foram postos em ordem, ou quem os escreveu, mas a implicação é que ele os conhece e está usando as informações que eles continham quando ele escreve seu próprio Evangelho.

A maioria dos estudiosos conclui que Lucas usou uma cópia do Evangelho de Marcos e, possivelmente, outros Evangelhos escritos que não sobreviveram o passar do tempo.

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4. A Tradução de Joseph Smith ensina que Mateus também se baseou em fontes previamente escritas.

Há evidências de que outros escritores dos Evangelhos também confiaram em material previamente escrito. Por exemplo, quando o Evangelho de Mateus narra o nascimento de Jesus, a Tradução de Joseph Smith diz:

“Ora, como está escrito, o nascimento de Jesus Cristo foi assim (…)” (Tiago 1:18, o itálico é o acréscimo da TJS).

Isso parece indicar que já existia um relato escrito do nascimento do Salvador antes mesmo de o Evangelho de Mateus ser composto.

5. A revelação moderna ensina que João também se baseou em fontes previamente escritas.

É evidente que a primeira parte do Evangelho de João veio de uma fonte previamente escrita. Tanto João 1 quanto D&C 93 descrevem Cristo como a Palavra e declaram que João prestou testemunho do Salvador (João 1:15 e D&C 93: 6).

Mas D&C 93 cita diretamente de um relato de primeira mão (“E eu, João …” em D&C 93: 11-12,15-16) e conclui:

“E acontecerá que, se fordes fiéis, recebereis a plenitude do testemunho de João.” (D&C 93:18).

O que é o “testemunho de João” referido aqui? Em inglês a palavra é “record” ou, registro.

Esta frase parece ser uma referência a um registro escrito por João Batista.

D&C 93:15 declara:

“E eu, João, testifico e eis que se abriram os céus e o Espírito Santo desceu sobre ele, na forma de uma pomba, e pousou nele; ”

Muitos podem pensar que esse João é o apóstolo do Senhor pelo qual o livro é chamado. Mas João 1:32 declara:

“E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousar sobre ele.”

Este é João Batista que batizou o Salvador (compare com João 1:26). Assim, a primeira parte do Evangelho de João (o Apóstolo) vem de uma fonte escrita anteriormente, “o registro de João” (D&C 93:18), o batista.

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6. O processo pelo qual os evangelhos foram escritos também foi usado para compilar o Livro de Mórmon.

Algumas pessoas assumem que a informação nos Evangelhos foi simplesmente dada por Deus através de revelação para cada escritor. Isso é certamente possível. Mas a ideia de que os escritores dos Evangelhos não foram testemunhas oculares de todos os eventos que eles narraram e de que eles usaram fontes previamente escritas, não deve surpreender ninguém, especialmente quando comparado ao que sabemos sobre a compilação do Livro de Mórmon.

O principal compilador do Livro de Mórmon, o profeta Mórmon, não foi uma testemunha ocular da maioria dos eventos que ele narra. Mórmon diz em muitas ocasiões que ele está usando material escrito anteriormente, incluindo as Placas Menores de Néfi e as Placas Maiores de Néfi (ver, por exemplo, Palavras de Mórmon 1: 6-9).

Néfi também usou outros registros ​​- os de seu pai – ao compor o início de seu próprio relato (1 Néfi 1:17).

O uso de fontes previamente escritas não exclui inspiração e revelação. Em vez disso, aumenta nossa compreensão de que Deus trabalha através de indivíduos inspirados para trazer à luz suas escrituras, ao escolher cuidadosamente qual material incluir.

Tanto Mórmon quanto Néfi testificam que foram inspirados no processo de compilação e composição desses registros sagrados (ver, por exemplo, 1 Néfi 6: 3-6 e Palavras de Mórmon 1: 3-8).

O Livro de Mórmon, portanto, serve como um padrão para que possamos entender e apreciar melhor o processo pelo qual outras escrituras, inclusive os Evangelhos do Novo Testamento, vieram a existir.

Como o Evangelho de João testifica:

“Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.

Porém estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (João 20: 30-31)

Fonte: LDSLiving

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