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A Importancia e a Razão dos Símbolos no Evangelho

Quando lemos as escrituras nos deparamos com uma variedade de símbolos, parábolas, alegorias, histórias, etc. A despeito da maturidade de nossa capacidade interpretativa, reconhecemos que as escrituras estão repletas de simbolismos.

Numa obra sobre símbolos é explicado:

“Como parte [de uma] estrutura de crenças, desenvolvemos um extenso vocabulário de sinais e símbolos que nos lembram que estamos unidos ao cosmo. Tanto os sinais quanto os símbolos são amplamente conhecidos, mas a diferença entre uns e outros nem sempre é clara.
O sinal tem função direta: pode ser parte constitutiva de uma linguagem visual ou escrita, um vocabulário visual de avisos sobre a estrada a nossa frente ou uma afirmação dramática sobre um produto comercial. Os sinais nos dão uma mensagem simples, de importância imediata.
O símbolo, por outro lado, é uma imagem ou sinal visual que representa uma ideia – um indicador mais profundo de uma verdade universal. O fogo, por exemplo, simboliza tanto o Sol quanto a força vital masculina que nos rodeia, enquanto a flor primaveril representa o renascimento e uma vida nova. Vista à luz dos símbolos, a vida se torna rica e significativa.
(…)
O uso e o conhecimento dos símbolos enriquecem a nossa vida. Quando vemos que os objetos representam verdades ou temas mais profundos, começamos a perceber a dupla natureza da existência – a vida interior e a exterior – em tudo o que nos rodeia. Uma simples escada, por exemplo, é ao mesmo tempo um objeto útil e algo que nos recorda a ascensão espiritual rumo à autoconsciência ou a uma verdade maior (…). A visão simbólica dos objetos nos permite viver com mais “harmonia”, aumentando nossa consciência não só da vida cotidiana, mas também das verdades universais da existência” (“Introdução”, Sinais & Símbolos, Dorling Kindersley Limeted 2008, pg. 6)

O Senhor e seus servos nas escrituras utilizam uma infinidade de sinais e também de símbolos. Alguns desses não são fáceis de serem compreendidos, entre outros motivos, devido as diferenças culturais, linguísticas e temporais entre a época em que o símbolo foi primeiramente empregado e nosso tempo.

Um dos motivos pelo qual Deus e seus profetas usam símbolos certamente é para justificar os justos. As parábolas de Cristo, por exemplo, só poderiam ser compreendidas pelos que estivessem espiritualmente maduros (Mateus 13:10-13). Essa também era uma forma misericordiosa de poupar os que não estavam prontos para viver com mais luz. Porque a quem muito era dado muito era-lhe exigido, e o que pecasse contra uma luz maior receberia condenação proporcionalmente maior (Lucas 12:48, D&C 82:3). Ou seja, se as pessoas que entrassem em contato com os símbolos não o entendessem, não seriam cobradas pelo seu significado e possível aplicação.

Outro motivo, de Deus utilizar-se de símbolos, é o de preservar verdades eternas. Como as escrituras que temos hoje na Bíblia passaram por uma Grande Apostasia, e muitas partes preciosas foram-lhe alteradas e retiradas, os símbolos tiveram a função de preservar o conteúdo sagrado.

Os símbolos também nos ajudam a ponderar sobre as verdades do evangelho e exercer fé. Somos convidados à reflexão e a conversa com Deus. Muitos símbolos referem-se a coisas eternas, que são difíceis de serem descritas com nas línguas dos homens. Um símbolo pode nos convidar a ir além do ordinário e aprender os mistérios de Deus.
Podemos perceber como os símbolos são importantes para Deus e seu evangelho ao meditarmos nas razões pelas quais os ritos do evangelho serem como são. As escrituras e os profetas explicam que o sacerdócio e suas ordenanças são estabelecidos de maneira que permitam ao povo “saber como esperar pelo seu Filho para receber a redenção” (Alma 13:2):

“Ora, essas ordenanças [do sacerdócio] foram instituídas dessa maneira para que, por meio delas, o povo pudesse ter esperança no Filho de Deus, sendo um símbolo de sua ordem, ou melhor, sendo sua ordem; e isto para que pudessem esperar dele a remissão de seus pecados, a fim de entrarem no descanso do Senhor” (Alma 13:16).

Uma das ordenanças do sacerdócio é, por exemplo, o batismo. Essa ordenança é simbólica. O batismo é uma parte essencial do nascimento no reino dos céus. “A imersão simboliza a morte da vida pecadora da pessoa e o renascimento para uma vida espiritual, dedicada ao serviço a Deus e a Seus filhos. Ela também simboliza a morte e a ressurreição. (Ver Romanos 6:3–6.)” (“Batismo”, Sempre Fiéis, pg. 24)

O batismo (e todas as outras ordenanças) “têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de [Cristo], tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de [Cristo]” (Moisés 6:63).

Se fossemos capazes de entender todos os mistérios de Deus nestes estado mortal, isso seria uma prova de que tudo foi inventado por uma mente finita e mortal como a nossa (Alma 40:3). Falando a um grupo de jovens adultos, o Presidente Dieter F. Uchtdorf, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência, disse:

“Não tenham medo; façam perguntas. Sejam curiosos, mas não duvidem! Apeguem-se sempre à fé e à luz que já receberam. Como vemos de maneira imperfeita na mortalidade, nem todas as coisas farão sentido agora. Na verdade, acho que se tudo fizesse sentido para nós, isso seria uma prova de que tudo fora inventado por uma mente mortal.” (“O Reflexo na Água”, Serão do SEI para os Jovens Adultos, 1 de novembro de 2009, Universidade Brigham Young)

Os símbolos eternos, que evidentemente são parte dos mistérios de Deus, têm significados profundos, mesmo aqueles que consideramos evidentes e triviais. Nem tudo poderá ser compreendido nesta vida. Não obstante, a maior parte dos símbolos dados por Deus não são difíceis de serem compreendidos por aqueles que guardam os mandamentos, pois é dá vontade do Senhor revelar seus mistérios (Alma 12:9-10; D&C 76:5-10).

Como aprender os mistérios de Deus e qual sua importância? “É dado a muitos conhecer os mistérios de Deus; é-lhes, porém, absolutamente proibido divulgá-los, a não ser a parte de sua palavra que ele concede aos filhos dos homens de acordo com a atenção e diligência que lhe dedicam. E, portanto, aquele que endurecer o coração receberá a parte menor da palavra; e o que não endurecer o coração, a ele será dada a parte maior da palavra, até que lhe seja dado conhecer os mistérios de Deus, até que os conheça na sua plenitude. E aos que endurecerem os corações, a eles será dada a menor parte da palavra, até que nada saibam a respeito de seus mistérios; e serão daí escravizados pelo diabo e levados por sua vontade à destruição. Ora, é isto o que significam as correntes do inferno” (Alma 12:9-11).

Os mistérios de Deus levam a vida eterna (D&C 6:7). Deixar de aprendê-los é o mesmo que deixar-se ser amarrado por Satanás (2 Néfi 1:21-27). O Profeta Joseph Smith ensinou:

“O conhecimento afasta as trevas, o suspense e a dúvida, porque essas coisas não podem existir onde houver conhecimento. (…) Há poder no conhecimento. Deus tem mais poder do que todos os seres, porque Ele tem conhecimento maior; e portanto Ele sabe sujeitar todos os seres a Ele: Ele tem poder sobre todos. À medida que nos afastamos de Deus, descemos para o diabo e perdemos conhecimento, e sem conhecimento não podemos ser salvos, e enquanto nosso coração está cheio de mal e estamos estudando o mal, não há lugar em nosso coração para o bem, ou para estudar o bem. Deus não é bom? Então sejam bons; se Ele é fiel, então sejam fiéis. Acrescentem à sua fé virtude, à virtude, conhecimento, e busquem todas as coisas boas [ver II Pedro 1:5]. (…) O homem é salvo na mesma proporção em que adquire conhecimento, porque se não adquirir conhecimento, será levado cativo por algum poder maligno no outro mundo, porque os espíritos malignos terão mais conhecimento e consequentemente mais poder do que muitos homens que estão na Terra. Por isso precisamos de revelação para ajudar-nos e dar-nos conhecimento das coisas de Deus.” (“Adquirir conhecimento de verdades eternas”, Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, pg. 278)

É preciso ter a confiança de Deus. Ele é misericordioso e deseja revelar seus mistérios a seus filhos (D&C 76:5-10). De fato, ele o faz abundantemente. Todavia há requisitos para qualificar-se. Se um mistério for revelado sem que os requisitos sejam adimplidos não haverá benção – mas sim maldição (Jacó 4:14). Se recebêssemos todos os mistérios com nossa mente finita, neste instante, provavelmente apostataríamos – pois não poderíamos suportar tudo no momento (D&C 50:40, 78:18, 136:37). O Senhor se revela linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30). Quando Ele revela-se, exige que Seu mistério seja mantido em sigilo (Alma 12:9). Isso para que haja salvação, em vez de condenação (João 16:12). Seu segredo é para os que o temem (Provérbios 3:32). Esse conhecimento é essencial para vida eterna e felicidade sem fim (D&C 11:7, 42:61; 2 Néfi 9:43).

Aprendemos esses mistérios tendo um desejo forte (Alma 29:4, Salmos 37:4, 1 Néfi 10:19). Pedindo com real intenção (Moroni 10:3-5). Guardando os mandamentos (D&C 63:23). Tendo paciência para aguardar a resposta e esperança de que um dia receberemos o entendimento. Vigiando e orando (3 Néfi 18:15), ou em outras palavras, prestando atenção à revelação, estando em espírito de oração. Frequentando lugares santos (D&C 45:32). Sendo gratos e humildes (D&C 112:10). Pedindo mais (2 Néfi 28:30). Examinando com diligência as obras-padrão (João 3:39, Alma 17:2-3) e palavras dos profetas vivos (Mosias 2:9). Também atentando para as interações com as pessoas e com a Criação.E não revelando o que já recebemos a menos que o Espírito assim indique (ver também D&C 88: 49-86).

“Que poder deterá os céus? Seria tão inútil o homem estender seu braço débil para deter o rio Missouri em seu curso ou fazê-lo ir correnteza acima, como o seria impedir que o Todo-Poderoso derramasse conhecimento do céu sobre a cabeça dos santos dos últimos dias” (D&C 121:33).

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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