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5 Dicas Para Compreender Melhor a Simbologia dos Templos

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Dicas incríveis para entender melhor os símbolos do Templo

Por que os templos têm símbolos? De onde eles vêm? A simbologia do templo é única para os Santos dos Últimos Dias? Essas e muitas outras perguntas parecidas são respondidas no novo livro de Jack M. Lyon’s “Understanding Temple Symbols Through Scripture, History, and Art”. A seguir encontra-se um excerto do livro que dá cinco dicas para ajudar os Santos dos Últimos Dias a entenderem melhor os símbolos do templo.

A história de Adão e Eva também é a nossa história individual. Cada um de nós andou e falou com Deus na vida pré-mortal. Depois de nosso nascimento mortal, vivemos na inocência da nossa infância. Então, já como adultos, deixamos nossa casa para ganhar o pão com o suor de nossa fronte (Moisés 5:1). Agora, em nossas dificuldades, devemos nos voltar à Deus, seguir seus mensageiros, e, por fim, encontrar o seu evangelho. (Até mesmo os que nasceram na Igreja devem seguir por esse processo, pois que a conversão é algo individual).

Talvez nos casemos e tenhamos filhos. Certamente seremos confrontados com Satanás e aprenderemos, por experiência, a diferenciar o bem do mal. A medida que amadurecemos em conhecimento e virtude, provavelmente seremos santificados pelo Espírito, e eventualmente nos tornaremos o tipo de pessoa que pode habitar na glória celestial. Por fim, morreremos e, no mundo espiritual, esperaremos pela ressurreição. Ponderar sobre a investidura e sobre os símbolos que a cercam pode nos trazer importantes percepções e conhecimentos, que nos ajudarão a nos tornarmos melhores pessoas nessa vida.

Aqui vão algumas dicas para ajudá-lo a reconhecer e a entender a importante e histórica simbologia do templo.

1. Lembre-se de que um símbolo se assemelha àquilo que ele representa.

Uma chave para se entender um símbolo é que ele se assemelha àquilo que ele está representando. Por exemplo, o pão e a água do sacramento representam a carne e o sangue do Salvador, respectivamente. Não faria sentido se o pão representasse o sangue do Salvador, e a água, Seu corpo. O pão, assim como a carne, é sólido; a água, assim como o sangue, é líquido.

Outro exemplo é a decoração bordada nas roupas do sumo sacerdote no Velho Testamento: “E nas bordas do manto [do sumo sacerdote] fizeram romãs de azul, e de púrpura, e de carmesin” (Êxodo 39:24). Você já comeu uma romã? Se sim, você bem sabe que ela é cheia de sementes. Logo, a romã pode ser vista como um símbolo de fertilidade, de posteridade. Além disso, o suco da romã é vermelho, sugerindo sangue, ou vida: “A vida de toda carne é o seu sangue” (Levítico 17:14).

Depois que Adão e Eva comeram do fruto proibido, “souberam que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3:7). Qual é a cor das folhas de figueira? Verde, simbolizando vida e crescimento. Os figos também contém centenas de sementinhas; então, assim como a romã, o figo representa fertilidade e posteridade. Vale lembrar também, que foi só depois da Queda de Adão e Eva que eles foram capazes de ter filhos. Como Eva disse: “Se não fosse por nossa transgressão, jamais teríamos tido semente” (Moisés 5:9-11).

2. Não limite um símbolo a apenas um significado.

Não é só por que um símbolo representa uma coisa que ele não possa representar outras. Por exemplo, a “semente” mencionada por Eva (a posteridade dela) também tem um outro significado: “E o Senhor disse à serpente: (…) porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3:14-15). A nota de rodapé na versão SUD da Bíblia aponta que a palavra traduzida aqui como “esta”, é na verdade “ele” em hebreu: “ele te ferirá a cabeça”. Outro ainda, as notas de rodapé explicam, é a palavra em hebreu traduzida como “ferir”, que pode ser também “esmagar, moer”: “ele te esmagará a cabeça”. Por fim, no hebreu original, a palavra para “semente” está no singular e não no plural; esse versículo se refere à uma “semente” em específico: o Salvador. Em Hebreus 2:14 encontramos a explicação: “Porquanto os filhos participam de carne e sangue, também ele [Jesus] participou dos mesmos, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”.

Vamos voltar ao sacramento. Sim, o pão e a água representam o corpo e o sangue do Salvador. Mas eles também providenciam nutrição. Logo, representam a morte e a também a vida, mostrando que Jesus morreu para que tenhamos vida. O batismo também tem esses dois significados. Somos submergidos na água, representando a morte, e emergimos da água, representando um novo nascimento, tanto físico como espiritual: “Fomos sepultados com [Cristo] pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição” (Romanos 6:3-5).

3. Lembre-se que os símbolos são feitos para criar perguntas em sua mente.

Ao participar da investidura, podem surgir perguntas em sua mente durante a apresentação. Isso é de propósito, já que as perguntas podem nos levar a respostas e a um conhecimento maior. Então, identifique as suas perguntas e use-as como ponto de início quando for ponderar e estudar mais tarde. O Presente Dieter F. Uchtdorf explicou:

“Somos um povo questionador porque sabemos que as dúvidas nos conduzem a verdade. Foi assim que a Igreja começou – com um rapaz que tinha duvidas. Na verdade, não sei como podemos descobrir a verdade sem fazer perguntas. Nas escrituras, raramente encontramos uma revelação que não foi dada em resposta a uma pergunta. Sempre que uma pergunta surgia e Joseph Smith não tinha certeza de qual era a resposta, ele procurava o Senhor, e o resultado foram as maravilhosas revelações de Doutrina e Convênios. Muitas vezes o conhecimento que Joseph recebia ia muito além da pergunta original, e isso acontece porque o Senhor pode não apenas responder as perguntas que fazemos porém, mais importante ainda, é que Ele pode responder as perguntas que deveríamos ter feito. Vamos dar ouvidos à essas respostas. (…) Deus ordena que procuremos respostas para as nossas dúvidas, mas pede apenas que busquemos ‘com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo’. Se fizermos isso, a verdade de todas as coisas pode ser manifestada a nós ‘pelo poder do Espírito Santo’”. (Morôni 10:4). (“O Reflexo na Água”, Presidente Dieter F. Uchtdorf, Devocional do SEI, 1 de Novembro de 2009)

A Natividade, Catedral de Chartres

La Nativité, da Catedral de Chartres. Imagem via flickr.com.

Um exemplo é a representação da natividade de Jesus em um dos vitrais da magnífica catedral de Chartres, na França. Os vidraceiros que fizeram os vitrais estavam ensinando de uma forma simbólica, assim como fazemos no templo. Olhe com cuidado à manjedoura com o infante Jesus. Consegue perceber alguma coisa diferente? Isso não levanta algumas questões em sua mente?

Se você parar para analisar, descobrirá que essa manjedoura lembra melhor um altar – e isso é de propósito. Os artistas que criaram o vitral queriam que entendêssemos que a criança na manjedoura seria oferecida em sacrifício pelo pecado. Como diz no livro de Hebreus: “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue (…) entrou no santuário [no templo], havendo efetuado uma eterna redenção” (Hebreus 9:12). Como explica também Amuleque: “É necessário que haja um grande e último sacrifício; (…) e aquele grande e último sacrifício será o Filho de Deus, sim, infinito e eterno” (Alma 34:13-14).

Aqui vai um outro exemplo, de um versículo na Pérola de Grande Valor, que descreve as condições no tempo de Adão e Eva: “O Evangelho começou a ser pregado desde o princípio, sendo anunciado por santos anjos, enviados da presença de Deus” (Moisés 5:58).

Esse versículo levanta uma questão: Quem eram os anjos? O acadêmico SUD Hugh Nibley deu uma explicação: “A literatura Mandaeana dirá que os mensageiros que vieram para instruir Adão e Eva eram os apóstolos que, mais tarde, viriam a se tornar os pilares da Igreja (Pedro, Tiago e João)” (Ancient Documents and the Pearl of Great Price, 3). Podemos supor que essa afirmação do irmão Nibley seja verdadeira, pois que mais tarde o Senhor enviou Pedro, Tiago e João à Joseph Smith e Oliver Cowdery para restaurar o Sacerdócio de Melquisedeque. Mas essa afirmação também levanta outras perguntas: “Por que Pedro, Tiago e João visitariam Adão e Eva? Não são eles de uma época completamente diferente? Eles vieram como espíritos pré-mortais? O que está acontecendo aqui?”. É possível que esses mensageiros não sejam literalmente Pedro, Tiago e João, mas talvez representem simbolicamente mensageiros verdadeiros “enviados” para visitar “Adão e Eva” (a nós) aqui na mortalidade. A palavra apóstolo, do grego original “apostolos”, significa “aquele que é enviado”.

Há muitas coisas no templo, sobre as quais talvez já tenhamos nos perguntado, mas que nunca paramos para ponderar seriamente ou para pesquisar. Mas devíamos! O processo é como encontrar um fio solto num velho suéter. É fácil ignorar esse pedacinho de fio e deixar isso de lado. Mas se começarmos a puxá-lo, perceberemos que é a ponta de uma longa linha com todos os tipos de voltas e reviravoltas interessantes.

4. Lembre-se de que os símbolos do templo podem ser explorados através das escrituras

S. Michael Wilcox, autor de Casa de Glória, escreveu:

“Ocasionalmente as pessoas me perguntam por uma recomendação de um bom livro ou artigo que os ajude a entender as ordenanças do templo. E tenho sempre respondido ‘Sim! Tem um manual espetacular, escrito para explicar até os significados mais sutis da investidura, é está prontamente disponível para você’. Com grande empolgação, a pessoa já pega papel e caneta para anotar o nome. ‘O manual são as sagradas escrituras’, eu falo. Desapontada, a pessoa guarda o papel e a caneta e pergunta ‘Não, sério. Não tem nenhum livro que você recomendaria?’” (Página 19, versão em inglês).

O irmão Wilcox sabe do que está falando. Se olharmos para as escrituras com o templo em mente, veremos os muitos paralelos entre os dois, e esses paralelos irão melhorar nosso entendimento, mesmo que, à primeira vista, a escritura não parece se relacionar com o templo. A seguir você verá um exemplo de Doutrina e Convênios, de uma revelação a Brigham Young, sobre como organizar as companhias dos pioneiros enquanto estes se preparavam para deixar Winter Quarters e emigrar para o Oeste: “Que todo o povo de A Igreja de Jesus Cristo dos Santo dos Últimos Dias e aqueles que com eles viajam se organizem em companhias, fazendo o convênio e a promessa de guardar todos os mandamentos e estatutos do Senhor nosso Deus” (D&C 136:2). Essa revelação foi dada como uma instrução bem prática. E mesmo assim, quantos paralelos com o templo podemos encontrar nesse pequeno versículo? E o que esses paralelos podem nos ensinar? Não estamos nós, também, juntos em uma jornada à Sião?

Podemos encontar outro exemplo no Livro de Mórmon, quando Alma fala sobre a Liahona. Podemos ver muitos paralelos que nos ajudam a entender a investidura:

“E agora, meu filho, eu desejaria que compreendesses que essas coisas não deixam de possuir um simbolismo; pois como nossos pais [Leí e sua família] foram negligentes em prestar atenção a essa bússola (ora, essas coisas eram materiais), não prosperaram; o mesmo se dá com as coisas espirituais. Pois eis que é tão fácil dar ouvidos à palavra de Cristo, que te apontará um caminho reto para a felicidade eterna, como o foi para nossos pais dar atenção a essa bússola, que lhes apontava um caminho reto para a terra prometida.”

“E pergunto agora: Não há nisto um simbolismo? Pois tão certamente quanto esse guia trouxe nossos pais para a terra prometida por terem seguido seu curso, também as palavras de Cristo, se lhes seguirmos o curso, nos conduzirão para além deste vale de tristezas, a uma terra de promissão muito melhor” (Alma 37:43-45).

5. Reconhecer que uma interpretação válida de um símbolo é compatível com as escrituras e com os ensinamentos do evangelho.

A interpretação adequada dos símbolos do templo sempre estará de acordo com os princípios do evangelho, seja pelas escrituras ou pelas palavras dos profetas. Se tivermos uma interpretação não condizente com as escrituras, podemos ter certeza que estamos entendendo errado e, portanto, devemos ser cuidadosos. Como o apóstolo Pedro escreveu: “nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:20-21). Ou seja, devemos entender a investidura pelos seus próprios termos e não forçar nossa própria interpretação nelas. A investidura foi concebida para nos ensinar certas coisas; devíamos tentar entender essas coisas ao invés de cair na mesma condição daqueles que “desprezaram as palavras claras (…) e procuraram coisas que não podiam compreender. Portanto, devido a sua cegueira, cegueira que lhes adveio por olharem para além do marco, terão que cair, pois Deus tirou-lhes a sua clareza e entregou-lhes muitas coisas que não podem entender, pois assim o desejaram. E porque o desejaram, Deus o fez, para que tropecem” (Jacó 4:14).

O Élder Gerald N. Lund nos deu um alerta: que devemos “encaixar a interpretação de qualquer símbolo no esquema geral do conhecimento do evangelho. Não importa o quão inteligente, ou o quão lógico, ou quão genial nossa interpretação de um símbolo em particular possa ser, se ele contradiz o que está revelado em outros lugares, podemos concluir que estamos errados” (“Understanding Scriptural Symbols”, pág. 24).

Por Jack M. Lyon, excertos do livro “Understanding Temple Symbols Through Scripture, History, and Art” (Entendendo os Símbolos do Templo Através das Escrituras, da História e da Arte)

Artigo publicado no site LDSLiving.com, com o nome “5 Tips to Better Understand Temple Symbols“. ©2017 Português LDS Living, Uma divisão da Deseret Book Company | English ©2017 LDS Living, A Division of Deseret Book Company. Traduzido por Nathan Kutomi.

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