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Alerta importante: Jamais vá dormir sentindo raiva!

dormir com raiva

Há uma música de um padre católico brasileiro, Pe. Zezinho, chamada “Oração pela família”, que diz: “Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão”. Aprendi isso desde criança – não devo ir dormir sentindo raiva. Devo oferecer meu perdão, bem como pedir perdão por tudo que eu tenha feito.

Mas por que não devemos ir dormir sentindo raiva? Vou citar uma frase de Buda para iniciar. Buda disse que “guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém – é você que se queima”. Assim é raiva – nós é que somos realmente prejudicados! Somos queimados pela brasa que seguramos, como disse Buda.

Efeitos negativos para nossa saúde física e emocional

Além de “queimarmos a mão”, quando vamos dormir com raiva, todo o nosso organismo é prejudicado, prejudicando também a qualidade de nosso sono.

Uma pesquisa da Nature Communications afirma que dormir com raiva, ajuda a reforçar memórias negativas no cérebro, tornando mais difícil revertê-las.

Segundo a equipe de pesquisadores americanos e chineses responsáveis pela análise, ir para a cama enquanto a mente está concentrada em uma memória ruim recém-formada ajuda a gravá-la no cérebro, tornando mais difícil se livrar dela mais tarde. Os resultados podem ajudar no tratamento de transtornos como depressão e estresse pós-traumático.

O neurocientista Yunzhe Liu, da Universidade Normal de Pequim e um dos autores da pesquisa sugere: “Nós sugerimos que primeiro se resolva a briga e deixe o sentimento de raiva passar antes de ir dormir”.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores testaram o impacto do sono na memória de 73 estudantes universitários. Os participantes, todos homens, foram treinados durante dois dias para associar imagens específicas com memórias negativas. Em seguida, olhavam para as fotos novamente e eram instruídos a recordar as associações negativas, ou a lutar contra elas e não deixar a memória ficar na sua mente.

O teste foi feito duas vezes – uma depois de que os participantes tiveram uma noite de sono e outra apenas meia hora depois da sessão de treinamento. Durante todo esse tempo, os cientistas examinaram a atividade cerebral dos participantes por meio de ressonância magnética. De acordo com os resultados, aqueles que faziam o teste após a noite de sono tinham muita dificuldade para suprimir as memórias negativas. Os exames revelaram ainda que as lembranças provavelmente estavam sendo armazenadas em uma parte do cérebro com conexões de memória de longo prazo.

Sabe-se que o sono afeta a forma como a informação recém-adquirida é armazenada e processada no cérebro, passando de redes de curto prazo para redes de longo prazo. Assim, as memórias de eventos negativos ou traumáticos podem durar mais com o apoio do sono. A incapacidade de suprimir memórias ruins na mente já foi associada a uma série de problemas psiquiátricos, incluindo depressão e transtorno de stress pós-traumático. O estudo, que ajuda a ter uma melhor compreensão desses processos, pode ajudar a aperfeiçoar o tratamento dessas condições.

“A privação de sono imediatamente após experiências traumáticas pode impedir que essas memórias se consolidem e, assim, proporcionar a oportunidade de bloquear a formação de memórias traumáticas”, afirmam os autores, no estudo. [1]

Efeitos negativos para nossa saúde espiritual

Não sabemos o dia de amanhã. Não sabemos se amanhã, aquela pessoa com quem não estamos bem hoje, estará viva. Precisamos viver como se cada dia fosse o último. Desculpar-nos pelo erro que comentemos e desculpar o que podem ter nos feito. O sentimento que muitos têm de perder alguém que no dia anterior brigaram deve ser doloroso demais, já pensou nisso? Ou já passou por isso?

As escrituras ainda, nos ensinam:

“Portanto, digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior. Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens” (Doutrina e Convênios 64:9-10).

Devemos perdoar a todos e não nutrir sentimentos de raiva em nosso coração. Novamente, não sabemos o dia de amanhã. E se morrermos sem perdoar? Estaremos em pecado maior!

As palavras de nosso amado profeta, Thomas S. Monson, são valiosas:

“Se quisermos ter um bom espírito em todos os momentos, precisamos decidir refrear-nos e não nos zangar. (…) A raiva é instrumento de Satanás e é destrutiva de muitas formas (…).” [2]

O Apóstolo Paulo pergunta em Efésios capítulo 4, versículo 26 da Tradução de Joseph Smith: “Podeis irar-vos e não pecar? Não se ponha o sol sobre a vossa ira”. Eu lhes pergunto: Será possível sentir o Espírito do Pai Celestial quando estamos irados? Não sei de nenhuma situação em que isso aconteça.

Em 3 Néfi, no Livro de Mórmon, lemos:

“Não haverá disputas entre vós (…). Pois em verdade, em verdade vos digo que aquele que tem o espírito de discórdia não é meu, mas é do diabo, que é o pai da discórdia e leva a cólera ao coração dos homens, para contenderem uns com os outros. Eis que esta não é minha doutrina, levar a cólera ao coração dos homens, uns contra os outros; esta, porém, é minha doutrina: que estas coisas devem cessar” (3 Néfi 11:28–30).

De uma perspectiva espiritual, a raiva, guardar a raiva, nos coloca em situação de pecado, enfraquece nosso relacionamento com o Senhor e nos afasta do Espírito. Não devemos ir dormir sentindo raiva.

De fato, perdoar não é algo fácil. Livrar-nos da raiva não é algo simples, mas é possível.  Podemos sempre orar ao Senhor para que nos ajude a termos os melhores sentimentos uns para com os outros.

Referências

[1]https://veja.abril.com.br/ciencia/por-que-faz-mal-dormir-com-raiva-de-acordo-com-a-ciencia/

[2]https://www.lds.org/general-conference/2009/10/school-thy-feelings-o-my-brother?lang=por

 

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| Para refletir
Publicado por: Inaê Leandro
Inaê Leandro é estudante de Administração, escritora e foi Jovem Senadora em terceiro lugar por Minas Gerais, no Prêmio Jovem Senador, do Senado Federal. Atua como voluntária no Instituto Oikon e mantém juntamente com amigos, o site suscitare.com.br.
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