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ANO NOVO: o que podemos aprender com virada do ano nas escrituras

A celebração do ano novo é uma tradição em muitas partes do mundo. No Brasil, comemoramos a véspera do ano-novo com muita festa e animação – e nosso calendário marca como feriado nacional o 1o de Janeiro.

A celebração do ano-novo em nosso atual sistema de contagem de dias foi estabelecido na Roma antiga, sob uma explicação pagã. Contudo, com o tempo, vários países cristãos adotaram a celebração.

O ano novo é uma oportunidade de refletir sobre o passado e traçar metas para o futuro.

A celebração do ano-novo para os judeus ocorre em setembro no nosso calendário. Também é um período de muita festa e regozijo.

Não temos indicação no Livro de Mórmon sobre como os nefitas e lamanitas comemoravam o ano-novo. De fato, nem sabemos se eles comemoravam. Entretanto, é razoável supor, que pelo menos no início de sua história na Américas, eles tenham comemorado o ano-novo, pois trouxeram muitas tradições do povo de Israel – festas, símbolos e rituais. O sistema de contagem de tempo deles, contudo, foi alterado de acordo com suas circunstâncias. Assim, pode ser que não comemoravam o ano-novo tal como os judeus do tempo de Cristo fazia. 

Mas temos alguns incidentes ocorrido na virada do ano interessantes. Veja alguns: 

Noé e sua família, bem como muitos animais, que haviam sobrevivido ao dilúvio viram que as águas haviam secado, e que em breve eles poderiam sair da arca – Gênesis 1:13. O dilúvio representou um recomeço para humanidade. Deus lavou a imundice do planeta – e deu uma nova chance aos homens. Um novo ano pode representar para nós um novo início. Podemos estar dispostos a recomeçar e fazer melhor no próximo ano.

No livro de Ezequiel o Senhor explica novamente a Israel sobre vários rituais da Lei de Moisés (que estão bem estabelecidos em Êxodo 40, por exemplo). Em um deles, o sacerdote deveria oferecer um bezerro sem mancha no primeiro dia do primeiro mês – Ezequiel 45:18. Podemos simbolicamente oferecer nosso coração a Deus, e determinar que no próximo ano o serviremos com todo coração, poder, mente e força. Podemos decidir sacrificar nosso tempo ao serviço Dele, deixando de fazer outras coisas que não tem valor eterno.

Em Esdras 10 lemos que os judeus decidiram voltar-se ao Senhor, e repudiar as mulheres que haviam tomado como esposas, mas que não eram do convênio de Israel. Embora extrema, essa decisão dos israelitas, que foi finalizada no primeiro dia de um novo ano, mostraria a Deus quem eles o colocavam em primeiro lugar – Esdras 10:17. No novo ano podemos mudar – mudar radicalmente se necessário – para nos alinhar a vontade divina. Talvez tenhamos que mudar a aparência, o modo de falar, deixar alguns amigos, etc. Mas se colocarmos Deus em primeiro plano, as demais coisas se encaixarão, e seremos felizes.

Podemos receber revelação todos os dias da nossa vida. Mas no início de um novo ano podemos buscar revelação específica sobre o que Deus espera de nós nos próximos doze meses. Ezequiel recebeu uma revelação no ano novo – Ezequiel 29:17 – e podemos receber também.

Em Alma 52, em meio a uma grande guerra, os lamanitas acordam sem seu rei sanguinário, pois o corajoso Teâncum havia entrado sorrateiramente no acampamento inimigo, e matado o iníquo Amaliquias – Alma 52:1. Temos como inimigo o homem natural e Satanás. Podemos vencê-los se confiarmos em Deus. Na guerra da alma, podemos surpreender o adversário, quando não damos atenção a tentação, superamos um vício ou decidimos ser felizes independentemente das circunstâncias. O ano vôo pode nos trazer essa resolução.

É claro que nossos desafios não desaparecerão com a mudança do ano. Também é verdade que por mais que estejamos determinados a melhorar e atingir metas louváveis, o desânimo e a adversidade virão. Talvez seja como os nefitas, que logo no quarto dia do novo ano foram surpreendidos com uma terrível tempestade (3 Néfi 8:5). A grande destruição que se seguiu foi a mais terrível de todas que o povo enfrentou. Porém, após essa grande destruição – Cristo apareceu ao povo (3 Néfi 11). Portanto, caso venhamos a sofrer neste novo ano, podemos confiar que “após muitas tribulações vêm as bênçãos” (D&C 58:4) e que Cristo estará conosco.

Quais suas metas para o novo ano? Compartilhe com a gente!

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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