7 Coadjuvantes Incríveis do Livro de Mórmon

No Plano Eterno de Deus não há pessoas mais importantes que outras: todos são “personagens principais”. Entretanto, na narrativa do Livro de Mórmon, alguns personagens recebem mais destaques do que outros – por cumprirem papéis-chaves no desenvolvimento da história. Alguns personagens podem, portanto, ser encaixados na categoria de “coadjuvantes”, ou seja, que cumpre um papel secundário. Abaixo listamos 7 coadjuvantes que mudaram a história do Livro de Mórmon realizando coisas impressionantes. Ao analisar suas histórias veja o que podemos aprender com eles:
- Zorã. Escravo de Labão, Zorã devia possuir uma posição de destaque, pois “guardava as chaves do tesouro” (1 Néfi 4:20). Ele era instruído, de modo que podia falar com seu amo “a respeito dos anciãos dos judeus” (1 Néfi 4:22). Néfi libertou Labão e prometu-lhe um lugar na jornada para terra prometida (1 Néfi 4:31-37). Algum tempo depois, Zorã casou-se com a filha mais velha de Ismael (1 Néfi 16:7). Nos oito anos que a Caravana de Leí ficou no deserto, Zorã se tornou “um verdadeiro amigo” de Néfi “para sempre” (2 Néfi 1:30). Antes de morrer, o profeta lhe deu uma bênção devido a sua fidelidade: de que seus descendentes prosperariam junto com os nefitas por muito tempo na terra prometida. O Senhor havia consagrado às Américas para segurança da descendencia de Zorã se guardassem os mandamentos (2 Néfi 1:31). Após muitos séculos, alguns descendentes de Zorã se rebelaram contra os mandamentos de Deus e causaram muitos problemas (Alma 54:23).
- Gideão. Gideão ficou indignado com os abusos do rei Noé e iniciou um movimento de insurreição. (Mosias 19). Ele estava prestes a matar o iníquo rei Noé, quando os lamanitas atacaram o povo. Mais tarde, Gideão se tornou o conselheiro principal de Lími, que sucedeu Noé (Mosias 20). Ele foi um “instrumento nas mãos de Deus para livrar do cativeiro o povo de Lími” (Alma 1:8). Ele fez isso através de uma estratégia incrível (Mosias 22) Gideão foi um valente guerreiro e tornou-se um mestre na Igreja de Deus (Alma 1:7). Mesmo em uma idade avançada, ele continuava defendo a verdade. Ao deparar-se com Neor e seus argumentos apóstatas, o velho e sábio Gideão “lhe opôs resistência com a palavra de Deus” (Alma 1:8). Neor, que era um “homem de grande estatura e notável pela sua grande força” encolerizou-se e lutou contra Gideão. O idoso mestre não resistiu aos golpes e se tornou um mártir. Em sua homenagem um vale próximo a grande cidade de Zaraenla recebeu seu nome. Mais tarde uma comunidade se desenvolveu lá. A cidade de Gideão foi elogiada pelo profeta Alma – e muitas verdades forma reveladas lá (Alma 7).
Abis. Abis era uma mulher lamanitas “que muitos anos antes” de Amon e seus irmãos pregarem o Evangelho entre os lamanitas “se convertera ao Senhor graças a uma notável visão de seu pai.” Quando ela viu a manifestação do poder de Deus na corte do rei notou uma importante oportundiade de divulgar a fé. “Assim, tendo sido convertida ao Senhor e jamais o tendo revelado, quando viu que todos os servos de Lamôni haviam caído por terra e que também se achavam prostrados por terra sua ama, a rainha, e o rei e Amon, soube que era o poder de Deus; e acreditando que esta oportunidade, informando ao povo o que se passara entre eles, que, contemplando esta cena, seriam levados a acreditar no poder de Deus, ela correu, portanto, de casa em casa, comunicando o sucedido ao povo.” (Alma 19:16-17). Abis foi uma poderosa missionária! Uma multidão se reuniu, ela ergueu sua rainha e milagres se sucederam, porque o Senhor começou a derramar seu espírito sobre aquele povo.
- Lamã. Lamã recebeu o mesmo nome de seu ancestral: Lamã, filho de Leí, que vivera mais de 500 anos antes. Mas os destinos dos dois foram bem diferentes. Lamã nasceu entre os idolatras e iníquos lamanitas (diferente de seu ancestral), e se tornou servo pessoal do rei de todos os lamanitas. Ele presenciou em primeira mão o assassianto de seu rei, por Amaliquias (Alma 47) e fugiu para também não ser morto. Sob ele recaiu a falsa acusação de ter sido um dos assassinos dos rei. Lamã se uniu aos nefitas. Em determinado momento, Morôni precisou de sua ajuda para libertar prisioneiros. Sendo lamanitas, e conhecendo muito bem seu povo, Lamã foi o instrumento perfeito para evitar derramamento de sangue. Ele enganou os lamanitas da cidade de Gide e ajudou muitas pessoas – inclusive mulheres e crianças, a receberem a liberdade (Alma 55). É provavel que ele tenha ido morar com os amonitas ou ânti-néfi-léitas (Ama 62:27-29).
Teâncum. Teâncum é um dos mais poderosos guerreiros mencionados nas escrituras. Ele e seus homens são descritos como “grandes guerreiros”, pois “cada um dos homens de Teâncum sobrepujava os lamanitas em força e destreza de guerra” (Alma 51:31). Ele era um capitão-chefe do povo nefita (em nossos dias diriamos general). Junto com Morôni e Leí, Teâncum lutou para preservar a liberdade de seu povo (Alma 62:34). Teâncum matou três importantes inimigos do povo de Deus: Moriânton (“que era um homem muito violento” – Alma 50:30, 35), Amaliquias (um dos homens mais perversos do Livro de Mórmon – Alma 51:33-35) e Amoron (irmãos de Amaliquias – e igualmente iniquo – Alma 62:36). Infelizmente ao penetrar no acampamento lamanita e matar Amoron foi também morto: “E aconteceu que Teâncum, em sua ira, penetrou no acampamento dos lamanitas, descendo pelas muralhas da cidade. E foi de lugar em lugar, com uma corda, até que encontrou o rei; e arremessou-lhe uma lança que penetrou junto ao coração. Mas eis que o rei, antes de morrer, despertou seus servos, de modo que eles perseguiram Teâncum e mataram-no.” (Alma 62:3). Mórmon comenta: “Ora, aconteceu que quando souberam que Teâncum estava morto, Leí e Morôni ficaram muito tristes; porque eis que ele havia sido um homem que lutara valentemente por seu país, sim, um verdadeiro amigo da liberdade; e havia passado por muitas e grandes aflições. Eis, porém, que estava morto e seguira o caminho de toda a Terra.” (Alma 62:37). Mais tarde, a exemplo do que aconteceu com Gideão, uma parte da terra receberá o nome de Teâncum e uma cidade florescerá como parte do legado desse herói.
- Hagote. Hagote é descrito como um “homem muito curioso” (Alma 63:5). Talvez esse versículo pudesse ser traduzido como um cientista brilhante. Seu feito foi sulficientemente importante para ser mencionado no resumo de Mórmon: Hagote costruiu barcos e levou “muitos nefitas” para terras longínquas (Alma 63). “Falando a [um] grupo de membros da Igreja no Pacífico Sul o Presidente [Spencer W.] Kimball observou: ‘O Presidente Joseph F. Smith, que é o presidente da Igreja, declarou: “Vocês, irmãos e irmãs da Nova Zelândia, quero que saibam que são descendentes do povo de Hagote”. Para os membros da Nova Zelândia isso bastou. Um profeta do Senhor falara. (…) É plausível concluir que os descendentes de Hagote e seus companheiros viveram por dezenove séculos nessas ilhas, entre o ano 55 a.C. e o ano de 1854 até que o evangelho lhes fosse levado. Eles haviam perdido todas as coisas claras e preciosas que o Salvador trouxera à Terra, pois, provavelmente, já estavam nessas ilhas quando Cristo nasceu em Jerusalém’ (Temple View Area,Conference Report, fevereiro de 1976, p. 3)” (Joseph Fielding McConkie e Robert L. Millet, Doctrinal Commentary on the Book of Mormon, 4 vols., 1987–1991, vol. 3, p. 329). O Presidente David O. McKay (1873–1970) corroborou o destino de parte do povo de Hagote quando fez a seguinte declaração na oração dedicatória do Templo da Nova Zelândia: “Expressamos nossa gratidão por estas férteis ilhas para as quais guiaste os descendentes de Leí e nas quais os fizeste prosperar” (“Dedicatory Prayer Delivered by Pres. David O. McKay at New Zealand Temple”, Church News, 10 de maio de 1958, p. 2).
- Aminadabe. Nosso último coadjuvante é mencionado em Helamã 5. Ele era um nefita de nascimento que se afastara do povo e da Igreja de Deus. E tão afastado estava que entrou na prisão junto com outros oficiais lamanitas – para assassinar dois profetas de Deus. Felizmente, o Senhor é muito bondoso. Aminadabe percebeu que Néfi e Leí estavam envoltos pelo poder de Deus e incentivou todos a olharem para eles – e eram quase 300 pessoas! Ele testificou que aqueles homens falavam com anjos e exortou todos a se arrependerem (Helamã 5:35-41). Mais tarde, ele estava entre aqueles que saiu pregando e anunciando tudo o que havia visto e ouvido (Helamã 5:50).