A escritura que trouxe paz à irmã Holland após perder um bebê
Vinte e dois anos atrás perdi um bebê quando estava no sexto mês de gravidez. Era um bebê muito esperado, pelo qual meu marido, nossos três filhos e eu oramos fervorosamente.
Senti-me devastada. Eu sonhava com um bebê — mas não havia nenhum na realidade — e senti a dor e os braços vazios. Em seguida, os médicos confirmaram que as complicações que aconteceram relacionadas à perda do bebê, impediriam minhas chances de ter mais filhos. Meu coração já estava partido, agora estava completamente despedaçado.
Enquanto estava enfrentando a perda e ao mesmo tempo tentando consolar Jeff e meus filhos, que também estavam sofrendo, uma designação profissional imprevista foi dada ao meu marido. Essa oportunidade, e nossas pequena poupança, nos levou (os cinco) para a Terra Santa. Ficamos felizes em ter duas semanas juntos em Jerusalém na época do Natal.
Quando chegamos, meu marido participou das reuniões a que tinha sido designado, enquanto levei os lindos filhos que tive para visitar os lugares sagrados do Velho e Novo Testamentos.
Momento de reflexão
Enquanto estava olhando pela janela do nosso quarto de hotel com vista para a Cidade Santa, em vez de ser grata por essa oportunidade e pelas bênçãos que tinha em abundância, de repente me senti muito, muito triste.
Fiquei ali por um longo tempo, pensando como era difícil ser uma mulher. Havia, naquele mesmo dia, visitado os túmulos de Sara, Raquel e Rebeca, e naquele momento tudo que eu conseguia ver eram seus sacrifícios, dificuldades e as decepções que haviam encontrado.
Gostaria de saber como elas lidaram com os filhos que tinham perdido. Perguntava-me sobre o coração pesaroso e a vida desafiadora que tiveram. Como conseguiram suportar o que sofreram em tempos muito mais difíceis que o meu? Comecei a chorar, sentindo uma dor, em silêncio e senti-me terrivelmente sozinha.
Pedido de socorro
Em meio às lágrimas, ofereci uma oração, pedindo com sinceridade luz celestial e direcionamento. Literalmente apenas alguns segundos após, em minha oração, senti os sussurros do Espírito Santo dizendo-me para abrir as escrituras. Terminei minha oração e abri a Bíblia. A passagem que vi pela primeira vez foi I Pedro 3:6, onde meus olhos caíram sobre o nome Sara e as palavras, “da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhuma perturbação”.
Bem, não fiquei com medo, mas fiquei maravilhada por abrir aleatoriamente uma passagem das escrituras tão relevante para minha situação pessoal. O Senhor definitivamente estava ciente de mim. Ainda estava aprendendo que na minha vida, de modo muito frequente e dramático o Senhor falava diretamente comigo por meio do Espírito e das escrituras.
Então li todo terceiro capítulo de I Pedro.
O que aprendi e senti
Os sentimentos iniciais que me ocorreram quando li a primeira linha, quase me fizeram parar, mas senti-me compelida a ler. Sou muito grata por ter continuado. Senti uma enorme paz lavar-me com versículos três e quatro. Sabia que eram as palavras de um amoroso Pai Celeste por meio de seu profeta. Os versículos me vivificaram e ergueram meu espírito pesado.
Orei novamente, com um sentimento maior de urgência e meditei depois de terminar.
Senti-me submissa — primeiro para com Deus e depois para os outros, incluindo meu marido — foi surpreendentemente libertador e decisivo para a grandeza da Sara, Rebeca e Raquel. Foi um momento de verdadeira revelação, uma epifania na terra das maiores epifanias de Deus.
Como estou hoje, 25 anos depois de perder um bebê
Mesmo após 25 anos. Atualmente estou com quase 60 anos de idade e posso dizer que estudei, ponderei, experimentei, tentei, falhei e comecei tudo de novo sobre ser mansa, ter um espírito contrito e ter um coração quebrantado.
Aprendi que com cada convênio o Senhor derrama profusamente Suas mais gloriosas bênçãos sobre nós. Lindas, preciosas e sagradas dádivas e às vezes até demais para descrever. Sara e suas filhas estavam certas, a paz está no reino espiritual, não no mundo temporal. Curvar a cabeça. Dobrar o joelho. Chorar. Bênçãos multiplicadas.
É óbvio que Satanás fará de tudo ao seu alcance para ver-nos ceder, mas não vamos retroceder. Esse filho tortuoso e decaído, com sucesso deturpou os princípios do evangelho e tem levado muitos homens e mulheres a curvarem-se.
Espírito contrito
Será que ao descrever “um espírito contrito” o Senhor quis dizer que ficássemos mudos, fôssemos ignorantes ou cedêssemos às pressões sociais? É claro que não! Ele quis dizer que devemos ser inteligentes o suficiente para colocar nossa alma em repouso, que teríamos uma calma interior, nossa mentes e coração em um estado de paz. “Um espírito contrito” significa que estamos integrados, plenos, estabilizados, focados.
Se olharmos a palavra submissão em qualquer bom dicionário, veremos os significados: paciente, humilde, maciez, como cordeiros. Essas palavras refletem o discipulado de Cristo!
Verdadeiros discípulos sempre são mansos e submissos. E as mulheres têm um convite especial para demonstrar essas virtudes e reivindicar suas bênçãos especiais.
Fonte: LDSLiving
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