Os doze discípulos de Cristo não eram líderes religiosos, acadêmicos ou figuras públicas de destaque — eram pescadores, cobradores de impostos e homens simples. Ainda assim, foram chamados pelo próprio Salvador para cumprir a maior missão espiritual da história.
Os apóstolos de Jesus Cristo foram homens comuns que se tornaram testemunhas especiais de Sua divindade. Chamados diretamente pelo Salvador, eles não apenas seguiram o Messias, mas se tornaram colunas da Igreja primitiva e exemplos eternos de fé, coragem, aprendizado e transformação.
Este artigo explora as características de cada um dos Doze, conforme reveladas nas escrituras e ampliadas por líderes e estudiosos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, especialmente o élder James E. Talmage em Jesus, O Cristo.
“Foram eles [os Doze] homens comuns… Eram todos gente comum e não rabis, eruditos ou oficiais sacerdotais.”
— Jesus, O Cristo, James E. Talmage

Pedro – o impulsivo que se tornou rocha
Pedro representa a transformação. Sua fé às vezes era vacilante, mas Cristo viu seu potencial — tanto que lhe deu o nome Cefas, que significa “rocha” (João 1:42). Tornou-se o porta-voz dos apóstolos e mais tarde restauraria o sacerdócio nesta dispensação.
“Pedro possuía um temperamento impulsivo e intrépido, mas faltava-lhe firmeza até ser treinado através de experiências árduas.”
— Jesus, O Cristo, cap. 16
João – o discípulo amado e visionário
João simboliza ternura e profundidade espiritual. Foi testemunha da Transfiguração, do Getsêmani, da cruz e da ressurreição. Segundo revelações modernas, seu ministério ainda continua (D&C 7). Ele é o autor do evangelho mais teológico e também do Apocalipse.
“Referia-se a si próprio como o discípulo ‘a quem Jesus amava’.”
— Jesus, O Cristo
Tiago (filho de Zebedeu) – o intenso e fiel
Tiago era impetuoso, ambicioso no início, mas morreu como o primeiro apóstolo mártir, provando sua fidelidade. Sua paixão foi refinada em serviço verdadeiro.
“O Senhor conferiu ao par [Tiago e João] um título em comum — Boanerges, ou Filhos do Trovão.”
— Jesus, O Cristo
André – o evangelizador discreto
André representa os que trabalham nos bastidores. Um evangelizador nato, ele era sensível à espiritualidade e ao chamado do Senhor.
“Foi ele quem levou seu irmão Pedro ao Senhor, declarando que haviam encontrado o Messias.”
— Jesus, O Cristo
Filipe – o lógico que precisava ver para crer
Filipe era analítico e precisou ser ensinado pacientemente por Cristo. Sua mente científica é símbolo de muitos discípulos modernos que caminham da lógica para a fé.
“Foi brandamente reprovado por seu equívoco, ao pedir a Jesus que lhes mostrasse o Pai.”
— Jesus, O Cristo
Bartolomeu (Natanael) – o transparente
Natanael mostra que o Senhor valoriza a honestidade espiritual. Sua fé foi imediata ao ouvir o testemunho de Cristo sobre ele.
“Um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.”
— João 1:47
Mateus (Levi) – o transformado
De cobrador de impostos a escritor do primeiro Evangelho, Mateus demonstra como o Salvador redime e capacita qualquer pessoa que deseje segui-Lo.
“Mateus era publicano… mas os outros evangelistas omitem o fato.”
— Jesus, O Cristo
Tomé – o crente depois da dúvida
Tomé duvidou, mas ao ter seu encontro com Cristo ressuscitado, tornou-se uma testemunha forte. Ele representa os que precisam experimentar para crer.
“Tomé, não mais duvidando, mas com a alma repleta de amor e reverência, exclamou: ‘Senhor meu, e Deus meu’.”
— Jesus, O Cristo
Tiago (filho de Alfeu) – o fiel silencioso
Seu anonimato mostra que o Senhor também chama os discretos. Muitos hoje servem como ele — firmes, silenciosos e constantes.
“Tiago é mencionado apenas em listas dos Doze; pouco se sabe sobre seu ministério.”
— Jesus, O Cristo
Tadeu (Judas, filho de Tiago) – o discípulo curioso
Fez perguntas sinceras a Cristo, e isso nos lembra que o aprendizado espiritual envolve perguntas honestas e revelação.
“Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?”
— João 14:22
“Sua pergunta indica que, nessa época, ele ainda não compreendia, plenamente, a natureza do apostolado.”
— Jesus, O Cristo
Simão, o Zelote – o apaixonado redimido
De revolucionário a missionário, sua história mostra como o Evangelho pode redirecionar até os ideais mais extremos.
“Simão era associado aos zelotes (…) mas aprendeu comedimento e tolerância através de Cristo.”
— Jesus, O Cristo
Judas Iscariotes – a tragédia da hipocrisia
Judas representa o risco do discipulado superficial. Sua história é uma advertência solene contra a duplicidade, avareza e falta de arrependimento.
“Cumpriu seu ato abominável com um beijo.”
— Jesus, O Cristo

Homens comuns unidos por um propósito
Os apóstolos foram homens comuns — pescadores, cobradores de impostos, céticos — mas todos chamados, preparados e santificados pelo próprio Cristo.
Como disse James E. Talmage:
“Com uma única exceção, todos eles se tornaram luzes brilhantes do reino de Deus e justificaram a escolha do Mestre. Ele reconhecera em cada um as características de idoneidade desenvolvidas no mundo dos espíritos.”
— Jesus, O Cristo, cap. 16