Há alguns anos o Élder David A. Bednar ensinou grandes conselhos em uma conferência de estaca. Ele convidou-nos para estudar os capítulos de guerra no Livro de Alma. Mas seu convite não era para estudar esses eventos como uma perspectiva de uma”história antiga”, e sim com uma visão espiritual mais profunda sobre o que poderíamos aprender com essa história.

A perseverança e confiança de Helamã

Muitos de nós já estamos familiarizados com o relato de Helamã e seus jovens guerreiros. Aprendemos a ter coragem por meio de seu sucesso e proteção milagrosa durante as batalhas.

Mas quando observamos mais de perto sua história, vemos que a situação nem sempre foi tão abençoada…

Após a importante batalha inicial, onde todas as suas vidas foram poupadas, eles enfrentaram a nova tarefa de tomar a cidade lamanita de Manti.

Helamã sabia que seus exércitos eram insuficientes para tomar a cidade à força, então ele pediu a ajuda de outros exércitos nefitas como fortificação.

No entanto, as tropas não chegaram tão rápido. Meses se passaram enquanto Helamã esperava por apoio, enquanto seus soldados eram enfraquecidos por conflitos periódicos com os lamanitas.

E com tudo isso, seus suprimentos ainda estavam acabando. Assim, além de enfrentarem ameaças constantes de seus inimigos, eles também estavam lentamente morrendo de fome.

“Ficamos aflitos e também cheios de temor”

A ajuda finalmente chegou, mas foi muito menos do que o suficiente. Helamã relatou,

“Mas aconteceu que recebemos alimentos, os quais foram escoltados por um exército de dois mil homens destinados a ajudar-nos; e esta foi toda a ajuda que recebemos para defender-nos e evitar que nosso país caísse nas mãos de nossos inimigos; sim, para combater um inimigo que era inumerável. Ora, não sabíamos a razão dessas nossas complicações, ou seja, a causa pela qual não nos enviavam mais reforços. Portanto, ficamos aflitos e também cheios de temor” (Alma 58:8-9).

Alguma vez você já esteve em uma situação similar? Ao enfrentar um desafio, você fez sua parte e orou por ajuda, mas não recebeu nenhuma ajuda? Esses momentos podem ser desanimadores.

Há muitas pessoas que lutam com problemas de saúde mental, com dificuldades que muitas vezes duram anos, e elas sentem que não recebem nenhum alívio.

Estas experiências contribuem para sentimentos de angústia e preocupação. Em alguns casos, elas até levam a sentimentos de dúvida e descrença.

O que podemos fazer nestas situações difíceis? Podemos seguir o mesmo padrão estabelecido por Helamã e suas tropas fiéis.

Continue a pedir ajuda

“Portanto, elevamos a alma a Deus em oração, para que ele nos fortalecesse e livrasse das mãos de nossos inimigos; sim, e que também nos desse força para conservar nossas cidades e nossas terras e nossos bens, para sustento de nosso povo” (Alma 58:10).

Diante de uma grave situação, Helamã aconselhou seus seguidores a orar diligentemente pelo apoio Celestial. Certamente suas orações foram muito sinceras e intensas, devido a esse momento de tamanha necessidade da ajuda do Senhor.

Igualmente em nossas vidas, devemos buscar a ajuda do Senhor em todos os momentos, mas não somente para aqueles ruins ou de tamanha necessidade, como os guerreiros de Helamã. O Senhor deseja participar de todos os eventos de nossas vidas.

Faça orações consistentes

A oração é uma dádiva que o Pai Celestial nos concedeu para nos conectarmos com Ele a qualquer momento.

No entanto, pode ser particularmente frustrante se sentirmos que oramos diligente, sincera e consistentemente, e ainda assim não recebemos respostas às nossas orações no tempo de que precisamos.

Enquanto Helamã esperou meses por apoio, passando fome no processo, essa experiência pode ter sido frustrante para eles.

Certamente Satanás aproveitou essa situação delicada para sussurrar pensamentos do tipo: “Por que que ainda orar a um Deus que não responde?” ou “Você está perdendo tempo e energia com isso.”

Por outro lado, o Senhor ensina que devemos orar sempre e não desfalecer, por mais difícil que sejam algumas situações:

“Mas eis que vos digo que deveis orar sempre e não desfalecer; e nada deveis fazer para o Senhor sem antes orar ao Pai, em nome de Cristo, para que ele consagre para vós a vossa ação, a fim de que a vossa ação seja para o bem-estar de vossa alma.” (2 Néfi 32: 9)

Muitas vezes, o tempo que passamos esperando as respostas do Senhor pode ser Ele tentando nos ensinar princípios de resiliência, paciência e confiança.

Uma oração consistente nos ajuda a permanecer humildes. Falar com outros para obter ajuda adequada nos oferece a oportunidade de agir e ser abençoado.

Não importa quanto tempo a bênção esteja “atrasada”, não devemos desistir de continuar a pedir forças para sobrepujar nossas adversidades. Devemos confiar no tempo do Senhor e saber que Ele irá nos abençoar na hora certa.

Confie nas garantias do Senhor

“Sim, e aconteceu que o Senhor nosso Deus nos deu a certeza de que nos livraria; sim, de tal modo que nos encheu a alma de paz e concedeu-nos grande fé e fez com que tivéssemos esperança nele para nossa libertação” (Alma 58:11).

Depois de suportar suas provações por meses, depois de longas e consistentes orações por alívio, Helamã e seu povo receberam uma resposta.

Mas sua resposta não veio na forma de libertação física, como mais tropas ou suprimentos de alimentos. Veio na forma de um convite para acreditar.

O Senhor assegurou que ele ainda iria libertá-los e pediu que confiassem em Seu tempo e poder de salvação.

O primeiro princípio do evangelho é a fé no Senhor Jesus Cristo. É aí que devemos construir as nossas bases para a aprendizagem e o progresso.

Porque este processo é primário para o nosso crescimento espiritual, o Senhor geralmente fornece amplas situações para desenvolvermos a nossa fé. O exercício de nossa fé é um processo ativo e intencional que envolve a escolha de acreditar, mesmo em meio a circunstâncias difíceis.

Momentos difíceis têm o potencial único e significativo para aumentar a nossa fé, mas temos de fazer a nossa parte.

Transforme o medo em confiança

“E criamos coragem com o pequeno reforço recebido e dispusemo-nos, com determinação, a dominar nossos inimigos e a manter nossas terras e nossos bens e nossas esposas e nossos filhos e a causa de nossa liberdade” (Alma 58:12).

Observe a mudança na perspectiva de Helamã em apenas alguns versículos. Em Alma 58:9, ele e seu povo ficaram “aflitos e também cheios de temor”. Enquanto no versículo 12, eles “criaram coragem”. Parece ser uma reviravolta completa!

É importante perceber que suas circunstâncias não mudaram muito. Eles tinham um pouco mais de comida do que antes, alguns soldados a mais, mas ainda enfrentavam a tarefa quase impossível de combater um exército descrito como inumerável.

Não foram as tropas adicionais ou cestas de comida que transformaram o medo de Helamã em coragem.

Mas sim, a sua escolha de acreditar na garantia do Senhor que mudou sua perspectiva. Esta é uma poderosa ferramenta cognitiva que pode ser aplicada em quase todas as situações.

Quando mudamos a forma como pensamos, mudamos o que sentimos. Helamã e seus exércitos eventualmente receberam uma poderosa força Nefita, culminando no fim da guerra.

Mas Helamã não esperou até que essas tropas chegassem para se sentir aliviado e confiante. Ele agiu com fé, confiando na promessa do Senhor, e foi capaz de sentir paz mesmo em tempos de desespero.

Permaneça firme na fé

Da mesma forma, seremos libertados de nossas provações. Tal libertação acontecerá mais cedo ou mais tarde, de acordo com o tempo do nosso sábio e poderoso Pai Celestial.

O padrão de Helamã mostra a maneira de mudar a perspectiva e encontrar a paz mesmo durante a tribulação.

Podemos escolher sentir tal alívio agora, confiando nas promessas do Salvador, tal como Helamã, e ter a coragem para ter fé, independentemente da nossa situação.

Tarefas fáceis raramente produzem resultados de poder. É desafiador agir na fé quando cada previsão apresenta problemas futuros.

Mas estas são as mesmas situações que podem fortalecer nossa crença no Salvador e nos ajudar a confiar Nele mais completamente.

“E agora eu, Morôni, quisera falar algo a respeito dessas coisas. Quisera mostrar ao mundo que fé são coisas que se esperam, mas não se veem; portanto, não disputeis porque não vedes, porque não recebeis testemunho senão depois da prova de vossa fé” (Éter 12:6).

Que todos tenhamos a coragem de suportar as provações da nossa fé.

Fonte: LDS Living

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