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3 Elogios que machucam as mulheres mais do que ajudam

Uma das primeiras coisas que minha amiga ouviu de sua mãe ao abraçá-la no aeroporto de Salt Lake City, ainda com sua bolsa missionária na mão e sua plaqueta ainda presa em seu suéter, foi, “Querida, estou tão orgulhosa de você. Um ano e meio cercada de tantos pratos franceses, e todos aqueles crepes e você ainda está tão magra!”

Apesar da intensão por trás daquele elogio ter sido boa, a mensagem não foi tão bem entendida.

E seu um ano e meio de devoção ao Senhor? E sua nova confiança espiritual? E sua fluência em um segundo idioma?

Entre todas as qualidades que aquela mãe poderia ter escolhido para elogiar sua filha, ela escolheu o tamanho de seu manequim.

Esse comportamento não é incomum. Preste atenção no comentário de qualquer selfie. Elogios superficiais enchem o Facebook, Pinterest e Instagram.

E muitos desses comentários encorajam comportamentos que são ridículos, se não totalmente perigosos. É tentador pensar que qualquer elogio a uma mulher é um bom elogio. Mas este não é o caso.

Muitos elogios carregam uma bagagem emocional que podemos não perceber. Esses elogios, apesar de terem a intenção de ser inspiradores, podem na verdade, ser perigosos à autoestima feminina.

Apesar de concentrar meus exemplos em mulheres, é importante lembrar que esses tipos de elogio podem ser perigosos para qualquer pessoa.

O objetivo desse artigo não é envergonhar outros ou fazer com que todos nos sintamos preocupados ou cautelosos ao fazer elogios.

Não há maneira mais simples de seguir o mandamento de Cristo de inspirar o próximo ao compartilhar palavras e pensamentos bondosos.

Cada pessoa tem suas próprias inseguranças e podemos lembrá-la do amor de Deus e dos talentos ou bençãos que receberam ao reconhecê-los e falar sobre eles. Porém, há algumas coisas que podemos ter em mente quando elogiamos outra pessoa.

Nossa cultura está tão saturada de elogios superficiais, que muitas pessoas os usam como força do hábito e sem pensar.

Enquanto não devemos ter medo de compartilhar algo positivo sobre outra pessoa, pensar um pouco mais sobre nossos elogios pode ajudar a comunicar o que realmente queremos e ajudar a evitar mensagens perigosas e não-intencionais.

Elogios sobre tamanho

Elogios que expressam somente tamanho criam uma mentalidade perigosa de que o tamanho de uma mulher afeta diretamente o seu valor.

É bom reconhecer quando alguém está tentando fazer escolhas saudáveis, mas ao elogiar somente a perda de peso, encorajamos a perda de peso a qualquer custo.

Uma outra amiga minha decidiu que precisavam fazer algumas mudanças em seu estilo de vida. Ela começou a se exercitar e a fazer uma dieta mais saudável.

Como resultado, ela perdeu peso. Sua família e seus amigos perceberam e ela recebeu mais elogios sobre sua aparência do que jamais havia recebido antes.

Sua confiança foi até o teto. Mas, quando alcançou um peso saudável, ela parou de perder peso. E também parou de receber elogios. Logo, aquela confiança diminuiu.

Seus sentimentos de autoestima estavam tão misturados com a ideia de perder peso, que ela só voltou a se sentir atraente novamente quando começou a perder mais peso – mesmo que isto significasse morrer de fome.

Por sorte, minha amiga conseguiu se livrar daquela mentalidade doentia antes de desenvolver algo mais sério. Mas, até hoje, às vezes ela ainda precisa se lembrar que o tamanho de sua calça ou um pedaço a mais de bolo não refletem o que ela é como pessoa.

Ao invés de usar elogios para concentra-se em resultados e reforçar comportamentos potencialmente perigosos, devemos elogiar a razão por trás daquela mudança (ex. exercícios regulares e alimentação saudável).

Ao invés de dizer “Você está tão magra. Perdeu peso?” por que não tentamos, “Você parece tão saudável e feliz”.

Dessa maneira substituímos as palavras e ainda conseguimos a mensagem positiva, além de uma mensagem mais profunda, que comunica que notamos e nos importamos com a felicidade e o bem-estar da outra pessoa, e não comente com sua aparência física.

Elogios que fixam somente um atributo

É claro que toda mulher gosta de ouvir que é inteligente, bonita, charmosa, bondosa e engraçada. Quem não gostaria?

Porém, esses elogios tornam-se perigosos se são feitos somente por uma parte ou concentram-se somente em um atributo. Nenhuma mulher gosta de ser somente inteligente, bonita, charmosa, bondosa ou engraçada.

Quando eu estava no ensino médio, me inscrevi para algo que me prometeram ser um programa de bolsa de estudos, não um concurso de beleza.

Eu precisava de dinheiro para mensalidade escolar do próximo ano então pensei, por que não? Eu amei o local do programa. Fiz novas amizades, aprendi a como entrevistar, me apresentar para uma plateia ao vivo – foi muito divertido, interessante e animado.

Mas quando cheguei ao nível estadual, as coisas mudaram. Tudo se tornou sobre onde comprava meus vestidos e “não se preocupe com o que irá dizer, mas com o jeito animado que irá dizer”.

Recebi mais elogios em uma semana do que jamais ouvi em toda a minha vida. Porém, tudo o que eu ouvia eram garotas falando sobre como eu era bonita e como minha saia era linda o como o meu cabelo estava.

Me senti vazia – como um vestido de lantejoulas ambulante. Comecei a me perguntar se era somente aquilo que elas viam em mim.

Nenhum daqueles elogios me levou a desenvolver amizades verdadeiras com aquelas garotas. E no final, nenhuma delas fez com que eu me sentisse mais bonita.

Depois de ouvir algo pela milésima vez, você se torna completamente insensível. Tudo o que eu ouvia naquela lista de elogios eram as qualidades que me faltavam.

Como o Élder Holland observou:

“Vocês podem dizer de modo muito positivo que “Susana é bonita, e Sandra é inteligente”, mas Susana só vai-se lembrar que não é inteligente, e Sandra, que não é bonita. Elogiem cada [pessoa] individualmente pelo que ela é, e ajudem-na a escapar da obsessão de nossa cultura em comparar, competir e de nunca sentir que somos “suficientemente bons” (Élder Jeffrey R. Holland “A língua dos Anjos”, Abril 2007).

Elogios excessivos podem fazer a pessoa sentir-se incompleta – sem mencionar que são extremamente embaraçosos.

Esses pensamentos não são suficientes porque definem a pessoa em um único atributo. “Você é tão” pode ser interpretado como “você é somente”.

Ao invés de cair nesses clichês, por que não tentamos ser criativos em nossos elogios ao reconhecer algo novo e genuíno sobre a pessoa que ainda não notamos.

Tente algo como, “Você não é só inteligente, você é uma cozinheira incrível”. Evite definir a pessoa em seus elogios e permita que ela saiba que é um pacote completo.

Elogios de comparação

“Seu cabelo cacheado é o melhor. Queria que meu cabeço fosse assim”. Pare. No minuto em que começou a se colocar dentro do elogio, você já cometeu um erro gigantesco.

Primeiro, elogios são feitos para engrandecer outros, não diminuir a si mesmo. Tudo o que a pessoa escuta ao ouvir um elogio como esse é que você está infeliz consigo mesmo.

O aspecto negativo supera o positivo. Além disso, no minuto em que nos diminuímos, provavelmente fazemos o mesmo o pelo menos metade das pessoas no ambiente.

A muitos anos atrás trabalhei na tutoria de jovens que se preparavam para a cursar uma universidade.

Chegar na universidade já é difícil, mas aqueles jovens estavam tentando conquistar aquele objetivo sozinhos. Eles não tinham ninguém em suas famílias que pudesse aconselhá-los.

Um dia, logo após fazer uma prova pela primeira vez, os jovens comemoravam animados por terminar o teste quando uma garota falou, “Bom, minha nota foi ridícula. Com certeza farei a prova novamente”.

Todos ao meu redor ficaram em silêncio. Todos sabiam que aquela garota tinha as maiores notas da sala.

Alunos que alguns minutos antes comemoravam ter sobrevivido a prova, agora estavam desanimados em suas mesas.

Até ouvi uma garota dizer, “Bom, se ela acha que tirou nota baixa, por que eu deveria me incomodar em aplicar para entrar em uma universidade?”

A verdade é que quando dizemos algo negativo sobre nós mesmos, com certeza alguém na mesma sala ou lugar também está lidando com o mesmo problema.

E tudo o que estamos fazendo e arrastar as inseguranças daquela pessoa com as nossas.

Um outro aspecto é que esse tipo de elogio faz com que quem o receba se sinta culpado por possuir a característica que você admira.

E também é muito vergonhoso. Pense comigo, como podemos responder a um elogio desse tipo?

Você agradece e reconhece que é melhor do que a outra pessoa? Você tenta consolar a pessoa por aquela insegurança? Ou você se finge de surdo e não responde?

E o mais importante de tudo, se encaixa naquele feio, horrível, ruim, péssimo e perigoso jogo de comparações – um jogo que você nunca ganhará. Este é um jogo sem vencedores.

Há vários problemas com as comparações: elas são intermináveis, comparam as coisas erradas, julgam com base na aparência – não na realidade, comparam nosso pior ao melhor do outro.

As comparações criam inveja, orgulho e concentram-se frequentemente em coisas que não podemos mudar, impedindo-nos de nos desenvolver e trabalhar nas coisas que podemos mudar, como a nossa perspectiva.

Então, sempre que estiver tentado a fazer um elogio, de um passo para trás. Concentre-se no positivo, porque a melhor maneira de criar sua própria autoimagem e nível de confiança é ajudar a construir a de outra pessoa.

E lembre-se de que o sucesso de outra pessoa não diminui o seu. Você é linda de uma maneira diferente de qualquer outra pessoa. Você é talentosa, peculiar, gentil e inteligente.

E o mais importante, você é amada por seu Pai Celestial. E Ele se orgulhará de sua bondade ao elevar o outro através de palavras que têm o poder de mudar a perspectiva e lembrar do que é mais importante.

Fonte: LDS Living

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