Como os Manuscritos do Mar Morto corroboram com uma das traduções de Joseph Smith
Um estudo sobre os Manuscritos do Mar Morto sugere que o que Joseph Smith escreveu sobre alguns dos patriarcas antediluvianos no Livro de Moisés pode ser mais provável do que muitos pensam.
Para explicar melhor o significado da descoberta, precisamos examinar uma boa quantidade de informações básicas (o corpo deste artigo). Se estiver com pressa, poderá ler a versão resumida abaixo ou se tiver mais tempo, pule para a versão longa.
A versão curta (em poucas palavras):
Enquanto as seleções do Livro de Moisés traduzidas por Joseph Smith e presente em Pérola de Grande Valor, conecta Enoque a um “livro de lembranças”, fica claro em Moisés 6:2-5 que o livro de lembranças estava realmente associado inicialmente a Seth e seu filho, Enos.
Uma descoberta nos Manuscritos do Mar Morto fornece evidências que corroboram essa alegação. Até o momento, não há evidências de que Joseph Smith teria acesso a essas informações da literatura contemporânea.
O Livro de Moisés
Depois de traduzir o Livro de Mórmon, o profeta Joseph Smith decidiu fornecer uma nova tradução da Bíblia (que agora chamamos de Tradução de Joseph Smith, ou TJS).
Atualmente, apenas partes das Traduções de Joseph Smith foram incorporadas ao cânon dos Santos dos Últimos Dias. Uma dessas seções canonizadas é conhecida como o Livro de Moisés e atualmente é encontrada na Pérola de Grande Valor.
Essa expansão das escrituras foi revelada a Joseph Smith como parte das TJS, à medida que ele progredia no livro de Gênesis no Antigo Testamento.
O Livro de Moisés repete muitos dos detalhes encontrados em Gênesis, mas também contém muitos novos detalhes que não estão presentes na Bíblia.
Informações adicionais sobre Enoque
Vários capítulos do Livro de Moisés falam sobre o patriarca Enoque e suas experiências com Deus. A versão do Rei Tiago da Bíblia menciona Enoque brevemente, embora o que lemos demonstre que ele era claramente uma figura importante nos tempos antigos. (Ver Hebreus 11:5 e Judas 1:14.)
É importante que Joseph Smith tenha escrito sobre Enoque, porque o acesso a relatos extrabíblicos sobre Enoque nos dias de Joseph teria sido severamente limitado.
Mas desde os dias de Joseph, muitos supostos escritos de Enoque foram descobertos. Isso nos dá uma rara oportunidade de comparar o que Joseph disse sobre Enoque com o que esses escritos antigos revelam sobre Enoque.
Sobre esta oportunidade única, o estudioso Hugh Nibley escreveu:
“Nunca houve um objeto mais encantadoramente vulnerável e testável. Ele oferece a coisa mais próxima de um teste perfeitamente infalível – puro, claro e decisivo – da reivindicação de inspiração de Joseph Smith.”
Não é surpresa que vários detalhes da história de Enoque de Joseph Smith, sejam confirmados por fontes extrabíblicas, como o Livro dos Gigantes e Segredos de Enoque. Um dos detalhes que deu uma considerável atenção é o “livro de lembranças” de Enoque.
Livro de lembranças de Enoque
Em todo o cânon das escrituras dos Santos dos Últimos Dias, um “livro de lembranças” é mencionado especificamente apenas cinco vezes. Uma vez na Bíblia (Malaquias 3:16); uma vez no Livro de Mórmon (3 Néfi 24:16); uma vez em Doutrina e Convênios (Seção 85:9); e duas vezes no livro de Moisés (Moisés 6:5,46).
O acesso de Enoque a um livro de lembranças não é um detalhe encontrado na Bíblia.
“Pois um livro de lembranças escrevemos entre nós, de acordo com o modelo dado pelo dedo de Deus; e foi dado em nosso próprio idioma.” (Moisés 6:46).
Durante as últimas décadas, pesquisas significativas mostraram que fontes antigas realmente sugerem que Enoque possuía esse livro, embora em termos menos específicos (geralmente é referido como uma tábua de pedra ou uma coleção de livros, em vez de um “livro de lembranças”).
Um detalhe negligenciado e evidências consolidadoras
Embora seja evidente que Enoque certamente obteve o livro de lembrança no Livro de Moisés, também é evidente que ele não foi o indivíduo que primeiro escreveu ou teve acesso a ele.
Existem duas referências a um “livro de lembranças” no Livro de Moisés. Moisés 6:46 coloca o livro nas mãos de Enoque, mas Moisés 6:2-5 contextualiza melhor a história:
“E Adão tornou a conhecer a sua mulher e ela deu à luz um filho; e ele deu-lhe o nome de Sete. E Adão glorificou o nome de Deus, pois ele disse: Deus concedeu-me outra semente em lugar de Abel, que Caim matou.
E Deus revelou-se a Sete e ele não se rebelou, mas ofereceu um sacrifício aceitável, como seu irmão Abel. E a ele também nasceu um filho e ele deu-lhe o nome de Enos.
E então começaram esses homens a invocar o nome do Senhor; e o Senhor abençoou-os.
E escrevia-se um livro de recordações; e era escrito no idioma de Adão, pois a todos que invocavam a Deus era concedido escrever pelo espírito de inspiração;”
Com base neste texto, a história do livro de lembranças começa com Seth e seu filho, Enos. E com este conhecimento, podemos finalmente falar sobre os Manuscritos do Mar Morto.
O segredo de como as coisas são
Até o momento, não há evidências de que Joseph Smith tivesse acesso a qualquer literatura relacionada a Enoque extrabíblica que apresentasse detalhes sobre Seth e Enos (é pouco provável que essa informação existisse nos dias de Joseph Smith).
No entanto, esses detalhes únicos corroboram com um dos Manuscritos do Mar Morto, descobertos em uma caverna de Qumran mais de 100 anos após a morte de Joseph. O registro é chamado O Segredo do Caminho. Segue o que diz o manuscrito:
“Você é quem entende. Sua pobreza é sua recompensa na lembrança do tempo, [pois] o decreto é gravado, e inscrito é todo tempo de punição, pois o que é decretado é gravado em pedra diante de Deus, sobre todos […] os filhos de Sete. Um livro de lembranças está escrito diante Dele para aqueles que guardam Suas palavras; e esta é a ‘Visão do Conhecimento’, o livro de lembranças, e ele o entregou a Enosh com um povo espiritual, porque sua natureza foi modelada segundo os santos anjos. Mas o ‘Conhecimento’ ele não voltou a dar às almas carnais, pois elas não conheciam a diferença entre o bem e o mal, de acordo com o julgamento de Seu espírito.”
Michael Wise, Martin Abegg Jr., Edward Cook, “O Segredo de como as coisas são,” Manuscritos do Mar Morto, uma Nova Tradução, (1996).
Este é o primeiro exemplo conhecido de uma fonte antiga que aborda esse detalhe. Vemos que é muito claro que: Seth e Enos (Enosh) estão diretamente associados não apenas a tábuas de pedra, mas especificamente a um “livro de lembranças”.
O que isso nos diz sobre Joseph Smith?
Nossas opções são limitadas as seguintes:
1. Joseph era extremamente sortudo em suas adivinhações.
2. Joseph teve acesso a essas informações de uma fonte desconhecida e as incorporou propositalmente a um livro fraudulento de Moisés.
3. Joseph estava recebeu essas informações de uma fonte divina, como alegou.
A opção 1 é uma maneira fácil (embora não academicamente honesta) de afastar as “suposições de sorte” aparentemente intermináveis de Joseph, mas é uma opção.
A opção 2 vem com muitas perguntas não respondidas: De onde ele retirou essas informações? Se uma fonte potencial for encontrada no futuro, há alguma evidência de que ele teve acesso a ela? Se faltam evidências, quais são as chances de Joseph realisticamente ter acesso a elas? Se ele incluiu esses detalhes extrabíblicos de propósito como evidência para apoiar suas alegações proféticas, por que ele nunca se referiu a elas como tal ao longo de sua vida?
A opção 3 certamente será a conclusão dos Santos dos Últimos Dias. Vale a pena observar que artigos como esses não devem servir de base para um testemunho de Joseph Smith. Dito isto, espero que os Santos dos Últimos Dias achem que essa informação é uma afirmação de fé. Eu acho.
Fonte: Third Hour
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