10 práticas descontinuadas em conferências gerais
Em todos os meses de abril e outubro, a comunidade de Santos dos Últimos Dias sabe que é hora de Conferência Geral. Mas nem sempre foi assim. Nos primeiros anos da Igreja, uma Conferência Geral poderia ser convocada a qualquer momento, geralmente quando o Profeta Joseph Smith tinha assuntos importantes para discutir, problemas a resolver ou novas revelações a anunciar.
Com o tempo, as conferências se tornaram mais regulares à medida que o número de membros crescia. Dessa forma, o propósito e a prática da conferência foram se definindo até se tornarem os dois dias de banquete espiritual como conhecemos hoje.
A seguir, veja algumas práticas que ocorreram durante as conferências ao longo dos anos, mas que não fazem mais parte das sessões atuais:
1. Sacramento na conferência geral
A primeira conferência reconhecida da Igreja aconteceu no dia 9 de junho de 1830, apenas alguns meses após a organização da Igreja. Essas primeiras conferências se assemelhavam a uma reunião sacramental moderna, com um hino de abertura, distribuição do sacramento, confirmação de membros e ensinamentos do Profeta.
Embora essa prática tenha sido descontinuada com o aumento do número de membros, o sacramento foi distribuído em uma sessão especial da conferência de outubro de 1942, no início da Segunda Guerra Mundial. Após a distribuição do sacramento naquela sessão, ocorreu uma reunião de testemunho.
2. Confirmação de membros e ratificação de revelações
Atualmente, a confirmação de novos membros da Igreja ocorre a nível local — do contrário, grande parte da conferência seria ocupada com esse propósito! Além disso, os membros que participavam das sessões votavam para ratificar novas revelações anunciadas. Essa prática estabeleceu as bases para o nosso método atual de votação por “comum acordo”.
Por exemplo, foi em uma reunião de conferência que os membros votaram pela publicação do Livro de Mandamentos. Em abril de 1844, houve uma mudança no foco das conferências, que passaram de reuniões para tratar de assuntos administrativos da Igreja para encontros com caráter mais instrutivo.
3. “Tribunais” para resolução de problemas
Um dos propósitos das conferências nos primeiros tempos da Igreja era promover a unificação e a organização dos Santos. Uma das formas de alcançar isso era por meio da resolução de disputas e questões de transgressões morais, incluindo casos de desassociação, excomunhão e readmissão de membros. Com o tempo, uma divisão específica da Igreja foi estabelecida para tratar dessas questões seculares e religiosas.
4. Anúncio de novas missões e designações missionárias
No início da Restauração, os membros da Igreja participavam da conferência sem saber quem seria chamado para servir em novas áreas ou como missionários. Esses anúncios muitas vezes eram feitos diretamente do púlpito.
Além disso, a conferência ocorria mais cedo no ano do que atualmente. Realizá-la em setembro, por exemplo, permitia que os missionários chamados tivessem tempo suficiente para partir antes que as tempestades de inverno fechassem as passagens pelas montanhas.
5. Conferências aconteciam no dia 6 de abril
Com o passar do tempo, à medida que a conferência se tornou mais consistente, algumas sessões passaram a ser realizadas no dia 6 de abril, independentemente do dia da semana. Antes disso, as conferências eram convocadas apenas quando necessário, sem um padrão fixo de dia ou mês. O primeiro padrão consistente de conferências a cada seis meses, em abril e outubro, começou em 1840.
6. Discursos de outros líderes além de autoridades gerais
No passado, os discursantes da Conferência Geral incluíam Presidentes de Estaca e Missão, além de representantes dos Estados Unidos e da Organização de Escoteiros da América. Até mesmo o chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos já discursou durante uma sessão. Hoje em dia, ouvimos exclusivamente Autoridades Gerais e líderes gerais de organizações auxiliares.
7. Conferências fora do Centro de Conferências
Antes da construção do Centro de Conferências, as Conferências Gerais eram realizadas em diversos outros locais. Nos primeiros anos, aconteceram em Fayette, Nova York; Kirtland, Ohio; e Iowa. Posteriormente, conferências foram realizadas em lugares como Logan e Provo, Utah. Uma conferência especial em 1893 foi até mesmo realizada dentro do Templo de Salt Lake, para que a construção pudesse ser dedicada. No entanto, o local mais lembrado pelos Santos dos Últimos Dias é o Tabernáculo de Salt Lake, que sediou as conferências de 1867 até 2000.
8. Relatos públicos referentes a despesas da Igreja
A partir de 1908, um comitê de auditoria começou a apresentar relatórios sobre as finanças da Igreja. Esses relatórios geralmente incluíam detalhes sobre os gastos em categorias específicas, como manutenção de prédios, construção de templos e escolas, além de quantias doadas aos necessitados provenientes do dízimo e outros fundos.
Em abril de 1959, a Igreja deixou de divulgar relatórios detalhados de despesas e passou a fornecer informações gerais relacionadas a número de membros, estacas, missionários e templos, como ouvimos atualmente em cada sessão.
9. Mais de dois dias de conferência
Durante grande parte da história, as Conferências Gerais duravam três dias, com algumas sessões voltadas para tópicos específicos. Em 1867, os membros até votaram para estender a conferência para quatro dias, embora essa prática tenha durado pouco tempo. Em abril de 1977, a duração da Conferência foi reduzida para dois dias, sendo realizada aos sábados e domingos, como acontece atualmente.
10. Discursos sem notas preparadas ou limite de tempo
Nas primeiras conferências, os discursantes confiavam exclusivamente na inspiração para guiar suas palavras. Os membros presentes permaneciam em seus lugares até que os discursos fossem concluídos — independentemente de durarem 5 minutos ou 1 hora a mais. Com o início das transmissões televisivas, tornou-se necessário estabelecer um limite de tempo, garantindo que os intervalos programados não interrompessem os discursos.
Fonte: LDS Living
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