1 Néfi 16 – Casamentos, Provações e Bênçãos #21
Estamos estudando o Livro de Mórmon todo, conforme o pedido do Presidente Russell M. Nelson e da Presidência de Área do Brasil, que lançou um desafio a todos os membros da Igreja do país para terminarem a leitura do Livro de Mórmon até Dezembro.
Leia o capítulo 16 de 1 Néfi aqui.
A Verdade é Dura
Quando Néfi terminou de explicar para Lamã e Lemuel alguns dos significados do Sonho da Árvore da Vida, eles disseram:
“Tu nos tens declarado coisas duras, mais do que somos capazes de suportar.”
Pelo que Néfi respondeu que sabia haver falado coisas duras contra os iníquos, de acordo com a verdade. Ele justificou os justos e testificou que eles receberiam bênçãos e té seriam exaltados no último dia. “Os culpados” disse ele, “consideram (…) a verdade dura, porque penetra-lhes até o âmago.” Néfi ainda disse:
“E agora, meus irmãos, se fôsseis justos e estivésseis dispostos a ouvir a verdade e a segui-la, a fim de andar retamente diante de Deus, não iríeis murmurar por causa da verdade e afirmar: Tu dizes coisas duras contra nós.”
O Presidente Ezra Talf Benson ensinou que “O profeta nos diz o que precisamos saber, nem sempre o que queremos saber’ (“Catorze Princípios”, 1980 Devotional Speeches of the Year, 1981, pg. 27, 28).
Sendo assim, algumas vezes podemos sentir que as palavras dos profetas são difíceis, duras. O Presidente Harold B. Lee disse:
“Talvez nem tudo o que provenha das autoridades da Igreja seja de seu inteiro agrado. Pode ser que vá de encontro a seus pontos de vista políticos ou sociais. Algumas coisas talvez interfiram em sua vida social. (…) A sua segurança e a nossa dependerá de seguirmos ou não [o profeta]. (…) Que prestemos especial atenção ao Presidente da Igreja” (Conference Report, outubro de 1970, pp. 152–153).
Todo profeta vivo realmente perturba o mundo. “Até na Igreja”, disse o Presidente Kimball, “existem muitos que tendem a adornar o sepulcro dos profetas antigos e a apedrejar mentalmente os que estão vivos” (Instructor [Instrutor], vol. 95, p. 257).
O Presidente Gordon B. Hinckley respondeu “o porquê” desse comportamento:
“Porque o profeta vivo nos diz exatamente o que precisamos saber hoje, e o mundo prefere que os profetas estejam mortos ou que cuidem da própria vida. Alguns entendidos de ciência política preferem que o profeta não toque em assuntos políticos. Alguns entendidos em evolução preferem que o profeta não fale sobre evolução. E a lista continua.
A maneira como reagimos às palavras de um profeta vivo quando ele nos diz o que precisamos saber, mas que preferiríamos não ouvir, é uma prova de nossa fidelidade.” (Ensinamentos dos Profetas Vivos — Manual do Aluno, capítulo 2).
Casamentos e Bênçãos para família de Leí
Felizmente as palavras de Néfi produziram em Lamã e Lemuel frutos de arrependimento. Eles se humilharam.
Nesta ocasião os filhos de Leí e Zorã casaram-se com as filhas de Ismael. A verdade é qque deve ter sido uma cerimonia muito bela, embora simples e sem pompa – afinal estavam no meio do deserto. Néfi registra brevemente:
“E aconteceu que eu, Néfi, tomei para esposa uma das filhas de Ismael; e meus irmãos também tomaram para esposas as filhas de Ismael; e Zorã também tomou para esposa a filha mais velha de Ismael.
E assim cumpriu meu pai todos os mandamentos que o Senhor lhe dera. E eu, Néfi, também fui extremamente abençoado pelo Senhor.”
Essa passagem é muito importante para deixar de ser comentada. Leí cumpriu todos os mandamentos do Senhor quando, e somente quando, seus filhos casaram-se. Isso contém duas lições: os pais justos não devem descansar até que seus filhos estejam devidamente casados. E os filhos devem almejar casar para toda eternidade – sendo fieis a seu cônjuge. O casamento é a suprema ordenança do evangelho.
Não sabemos se o Casamento Celestial dos filhos de Leí e de Zorã – casamento este que é maior que o casamento civil – e significa o selamento dos nubentes para toda eternidade, foi realizado nesta ocasião. Ou seja, não sabemos se eles voltaram à Jerusalém para realizarem essa ordenança lá (no Templo de Jerusalém) – ou a realizaram noutro Templo no Velho mundo (pois já se sabe hoje que haviam outros Templos). Provavelmente o selamento foi realizado quando Néfi, já na terra Prometida, construiu um Templo, semelhante ao Templo de Salomão (2 Néfi 5:16).
O modo como as esposas de Lamã. Lemuel, Néfi e dos outros se comportará durante a viajem e na Terra Prometida também contém importantes lições, ainda que às vezes passem desapercebidas. A esposa de Néfi “com suas lágrimas e súplicas” ficará a seu lado, quando Lamã e Lemuel quase matarem o seu marido (1 Néfi 18:19).
Mas o casamento de Lamã e Lemuel também possuem seus méritos. Quando os nefitas começaram a pecar, justificando a imoralidade, o profeta Jacó disse a respeito dos filhos de Lamã e Lemuel:
“Eis que os maridos amam as esposas e as esposas amam os maridos; e os maridos e as esposas amam seus filhos; e sua incredulidade e seu ódio para convosco [os nefitas] são consequência da iniquidade de seus pais” (Jacó 3:7)
Ou seja: Lamã e Lemuel – e suas respectivas mulheres, ensinaram bem seus filhos e netos a respeito do casamento. E mesmo que tenham se desviado do evangelho e do profeta – ao menso esse importante principio da verdade preservaram.
Néfi diz que com o casamento, ele foi “extremamente abençoado pelo Senhor.” De fato, o casamento é uma grande bênção.
O arco de Néfi quebra – provações no deserto
Uma das mais significativas experiências durante o deserto se deve quando o arco de Néfi quebra. A família inteira, inclusive o profeta Leí, começam a murmurar. Eles estavam famintos, fracos, algumas mulheres talvez estivessem grávidas ou com filhos pequenos. O deserto era muito quente de dia, e muito frio de noite. As provações eram extremas. Mas Néfi não murmurou.
Néfi ficou aflito, claro. Mas em vez de reclamar viu coisas que ninguém mais via. Decidiu fazer um arco de madeira – o que pra os israelitas de eu tempo poderia parecer algo absurdo e não funcional. Mas ele seguiu em frente. Foi até o profeta – e confiando do poder do sacerdócio de seu líder – perguntou: “Aonde deverei ir para obter alimento?”
Essa pergunta fez Leí se arrepender “com profundo pesar” de suas reclamações. E ele foi repreendido por Deus. Então, Deus lhe falou para olhar a esfera que recebera milagrosamente algum tempo antes. Era a “liahona”-a bússola para terra prometida. E comentaremos mais dela no futuro, pois Alma a usará para dar uma importante lição sobre fé.
A esfera apontou onde haveria caça – e Néfi segui a direção apontada – e obteve alimento.
A alegria da família foi imensa, e eles agradeceram muito à Deus.
No Livro “Sempre fiéis” há um comentário com base na história que estamos comentando aqui:
“Há pessoas que reagem como Lamã e Lemuel quando enfrentam as adversidades: reclamam e ficam amargas. Elas perguntam: “Por que tinha de acontecer comigo? Por que tenho de passar por isso agora? O que fiz para merecer isso?”. Essas perguntas são capazes de dominar seus pensamentos; obstruir-lhes a visão, absorver-lhes a energia e privá-las das experiências que o Senhor quer que tenham. Em vez de reagir assim, você deve seguir o exemplo de Néfi. Que tal fazer perguntas como estas: “O que devo fazer? O que devo aprender com essa experiência? Em que devo mudar? A quem devo ajudar? O que posso fazer para, durante as provações, lembrar das muitas bênçãos que recebi?” (“Adversidade”, Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho)
As provações e as bênçãos prosseguem
Porém, as provações deles continuariam. Uma delas foi a morte de Ismael. Essa foi uma prova particularmente difícil para as esposas dos filhos de Leí:
“E aconteceu que as filhas de Ismael choraram muito a perda de seu pai e suas aflições no deserto; e murmuraram contra meu pai por havê-las tirado da terra de Jerusalém, dizendo: Nosso pai está morto; sim, e temos vagado muito pelo deserto e temos sofrido muitas aflições, fome, sede e cansaço; e depois de todos estes sofrimentos, vamos certamente perecer de fome no deserto.”
Vendo esse lamento Lamã e Lemuel desejaram assassinar seu pai e Néfi. Todavia, “o Senhor estava conosco”, disse Néfi. E “a voz do Senhor (…) repreendendo-os muito” e “depois de haverem sido repreendidos pela voz do Senhor, abrandaram a sua ira e arrependeram-se de seus pecados, de modo que o Senhor tornou a abençoar-nos com alimento, para que não morrêssemos”, conta Néfi.
Que grande Bênção termos este capítulo – que nos ensina tanto sobre nossa jornada na Terra, a importância de confiar em Deus – e também a seguinte verdade: após a grande bênção do casamento, uma grande provação foi derramada sobre aquelas jovens famílias. Porém, quando confiaram em Deus, foram sustentados, protegidos e salvos. As provas continuaram por longo tempo. Mas vez, por vez, Deus os ajudou.
Assim é conosco, não é mesmo? Que confiemos em Deus, portanto.