Em Apocalipse 7:4-8, o apóstolo João viu 144 mil selados, doze mil homens de cada uma das tribos de Israel:

  • Doze mil de Judá
  • Doze mil de Ruben
  • Doze mil de Gade
  • Doze mil de Aser
  • Doze mil de Natali
  • Doze mil de Manassés
  • Doze mil de Simeão
  • Doze mil de Levi
  • Doze mil de Issacar
  • Doze mil de Zebulom
  • Doze mil de José
  • E doze mil de Benjamim.

Não sabemos porque não se menciona a tribo de Dã na reunião dos cento e quarenta e quatro mil. Todavia isso não significa que os danitas não prestarão contas, ou que não serão salvos.

Como uma das Tribos de Israel, Dã e seus filhos também são merecedores das bênçãos do convênio abraâmico e poderão ser exaltados mediante sua fidelidade aos convênios feitos com o Senhor.

A tribo de José também pode indicar descendentes das tribos de Efraim e Manassés.

Essa passagem sobre os 144 mil selados pode confundir muitas pessoas e religiões, que acreditam que apenas esse número de pessoas será salvo. Isso, porém, não é verdade. Deus não deseja salvar apenas 144 mil de nós.

Em Doutrina e Convênios 77: 11, o Senhor explica a Joseph Smith quem são esses 144 mil selados:

“O que devemos entender pelo selamento dos cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel — doze mil de cada tribo?

R. Devemos entender que os que são selados são sumos sacerdotes, ordenados na santa ordem de Deus para administrar o evangelho eterno; pois eles são os que são ordenados de cada nação, tribo, língua e povo pelos anjos a quem é dado poder sobre as nações da Terra, a fim de trazerem à igreja do Primogênito todos os que desejarem vir.”

Isso é, são sumos sacerdotes chamados por Deus para administrar o evangelho eterno e ajudar na obra do Senhor.

O Élder Orson Pratt ensinou:

“Antes da vinda do Senhor (…) deverá ser realizada uma grande obra entre as nações (…). As dez tribos terão que vir a esta terra, para serem coroadas com glória em Sião pelos servos de Deus, mesmo os filhos de Efraim; e doze mil sumos sacerdotes serão escolhidos de cada uma destas tribos, bem como das tribos dispersas, e selados na testa, e serão ordenados e receberão poder para reunir dentre todas as nações, tribos, línguas e povos tantos quantos desejarem vir à assembléia geral da Igreja do Primogênito.”

144 Mil
Imagem: churchofjesuschrist.org

Adão-Ondi-Amã e os 144 Mil

Quando o fim estiver próximo, haverá uma grande reunião em Adão-Ondi-Amã, semelhante a uma Conferência de portadores do sacerdócio que ocorreu no inicio dos tempos, registrada em Doutrina e Convênios 107: 53-56:

“Três anos antes de sua morte, Adão chamou Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque e Matusalém, todos sumos sacerdotes, e também o restante de sua posteridade que era justa, ao vale de Adão-Ondi-Amã; e lá lhes conferiu sua última bênção.

E o Senhor apareceu a eles; e ergueram-se e abençoaram Adão e chamaram-no Miguel, o príncipe, o arcanjo.

E o Senhor confortou Adão e disse-lhe: Coloquei-te à cabeça; uma multidão de nações procederá de ti e deles serás por príncipe eternamente.

E Adão levantou-se no meio da congregação; e embora curvado pela idade, estando cheio do Espírito Santo, predisse tudo que sucederia a sua posteridade, até a última geração.”

Joseph Smith aprendeu que: “O Senhor chama Spring Hill de Adão-Ondi-Amã, porque, disse ele, é o lugar ao qual Adão virá para visitar seu povo, ou melhor, onde o Ancião de Dias se assentará, como mencionado por Daniel, o profeta” (Doutrina e Convênios 116).

Portanto, uma nova reunião, com mais participantes, acontecerá neste lugar.

Daniel recebeu uma visão sobre essa reunião, que está registrada em Daniel 7:9-10, 13-14 e 21-22:

“Eu estava olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; as suas vestes eram brancas como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente.

Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam em pé diante dele; assentou-se o tribunal, e abriram-se os livros. (…)

Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que um como o Filho do Homem vinha nas nuvens do céu; e chegou até o Ancião de Dias, e o fizeram chegar perante ele.

E foram-lhe dados o domínio e a honra, e o reino, e que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino não será destruído. (…)

Eu olhava, e eis que esse chifre fazia guerra contra os santos, e os vencia. Até que veio o Ancião de Dias, e se deu o juízo aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.”

Mosaico com as doze tribos de israel
Imagem: Mosaico com símbolos das 12 tribos do antigo Israel – Jerusalém, Cidade Velha.

Como será a Reunião dos 144 Mil?

Antes que Cristo apareça publicamente ao mundo, Ele retornará a seu povo.

Adão recebeu o domínio desta Terra (Gênesis 1:26-28). Ele é Miguel, o arcanjo e também o príncipe de todos os homens (D&C 27:11).

O Senhor “designou Miguel como [nosso] príncipe e firmou-lhe os pés e colocou-o no alto e deu-lhe as chaves da salvação, sob [Seu divino] conselho e [Sua divina] orientação (…), o qual não tem princípio de dias nem fim de vida” (Doutrina e Convênios 78: 16).

Portanto, na reunião de Adão-Ondi-Amã, doze mil sumos sacerdotes de cada tribo estarão reunidos, 144 mil no total. Esses homens prestarão contas de suas mordomias a Adão.

O presidente Joseph Fielding Smith ensinou que:

“Daniel fala da vinda de Cristo, e este dia esta às portas. Haverá uma grande reunião no Vale de Adão-Ondi-Amã; lá se realizará um importante conselho no qual se assentará Adão, o Ancião de Dias. Haverá um julgamento – não o julgamento final (…). Cristo virá, e Adão apresentará seu relatório. Neste conselho, Cristo será recebido e reconhecido como o legítimo soberano da terra. Satanás será deposto. Após esse evento, todos os governos do mundo, incluindo o dos Estados Unidos, terão que tornar-se parte do governo de Deus. Então, será estabelecido justo domínio. A terra será purificada; os ímpios serão destruídos; e se introduzirá um reinado de paz.”

Ele também ensina que:

“Essa reunião dos filhos de Adão, onde dezenas de milhares se congregarão em juízo, será um dos maiores acontecimentos jamais presenciados por esta Terra conturbada. Nessa conferência, ou conselho, todos os que tenham possuído as chaves das diferentes dispensações, prestarão contas de sua mordomia. Adão fará o mesmo e em seguida [entregará] a Cristo toda a autoridade. Então, Adão será confirmado em seu chamado como príncipe sobre sua posteridade e será entronizado oficialmente e coroado eternamente em seu chamado de presidência.

A seguir, Cristo será recebido como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Não sabemos quando ocorrerá essa reunião ou de quantas sessões se constituirá esse grande conselho. Basta saber, que será uma reunião de portadores do Sacerdócio de Deus, desde o início desta Terra até o presente, na qual eles prestarão contas e todos aqueles que tenham recebido dispensações (talentos), declararão suas chaves e ministério, e farão um relato de sua mordomia de acordo com a parábola. O juízo lhes será entregue, pois essa será uma reunião dos justos, aqueles que possuíram e possuem chaves de autoridade no Reino de Deus sobre a Terra. Não será para julgar os iníquos.

Quando todas as coisas estiverem preparadas, e todas as chaves e poder estiverem estabelecidos, com um relatório completo e perfeito da mordomia de cada homem, então Cristo receberá esses relatórios e será aclamado, por direito, o Governante desta Terra. Nesse conselho grandioso, Ele tomará Seu lugar pela voz unânime dos milhares que, pelo direito do sacerdócio, estiverem lá reunidos. Isso precederá o grande dia de destruição dos iníquos e será a preparação para o reino milenar”.

O presidente Joseph Fielding Smith ainda explicou que, “quando se der essa reunião, o mundo não saberá; a maioria dos membros da Igreja não saberá; ainda assim, será preparatória para a vinda de Jesus Cristo em glória, como disse o Profeta Joseph Smith. O mundo não pode saber disso.

Os santos também não podem saber – exceto os que foram oficialmente designados para este conselho – pois ele precederá a vinda de Cristo como um ladrão na noite, ignorado pelo mundo” (O Caminho da Perfeição, pg. 265-266).

Portanto, essa reunião só poderá ocorrer após as dez tribos perdidas terem retornado e recebido a autoridade que Efraim tem a oferecer.

É claro que como profetas de todas as épocas estarão presentes, essa reunião não envolverá apenas nosso lado do véu.

12 Mil Sumos Sacerdotes

Os doze mil homens de cada tribo serão Sumos-Sacerdotes. Eles, por dedução, já terão o batismo, recebido o dom do Espírito Santo e todas as demais ordenanças do Templo.

Também serão castos, ou seja, obedientes aos padrões de dignidade e moralidade do Senhor. Nunca se contaminarão com fornização.

Eles não serão virgens no sentido de celibato – mas serão puros e fiéis, circuncisos de coração, castos, honrando suas esposas e famílias – sendo as primícias para Deus (Apocalipse 14:3-5). Assim estes também se selarão para a vida eterna.

O Profeta Joseph Smith fez a seguinte declaração sobre o selo:

“Há quatro anjos destruidores que tem domínio sobre os quatro cantos da terra, até que os servos de Deus recebam o selo na fronte, que significa a confirmação das bênçãos sobre suas cabeças, como referência ao convênio eterno, com o qual lhes fica confirmado o chamado e eleição. Quando o selo é colocado sobre o pai e a mãe, é-lhes assegurado o direito à posteridade, a fim de que não se percam, mas que sejam salvos em virtude do convênio de seu pai e de sua mãe”

Tendo recebido o chamado e eleição, eles também receberão a incumbência de preparar mais plenamente o retorno público do Messias.

Serão cento e quarenta e quatro mil missionários que sairão pelo mundo e terão poder para confirmar a exaltação dos que são fiéis em todas as coisas.

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Imagem: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Uma Grande Reunião Sacramental

O Élder Bruce R. McConkie também escreveu que a Grande Reunião Sacramental registrada em Doutrina e Convênios 27: 5-14, “evidentemente, acontecerá no grande conselho que será em Adão-Ondi-Amã” (Mateus 26:29, Marcos 14:25 e Lucas 22:18).

Todavia, a Reunião Sacramental e o Conselho dos 144 mil não poderão ocorrer simultaneamente na mesma ocasião por um único motivo: a reunião sacramental mencionada em D&C 27 terá a presença de todos os santos do mundo (D&C 27:14) e não apenas de 144 mil portadores do sacerdócio.

Logo, quando o Senhor aparecer em Adão-Ondi-Amã, obviamente poderá distribuir os seus sagrados emblemas se assim o desejar para os 144 mil lá reunidos.

Entretanto, os servos do Senhor distribuirão a ceia sagrada a todos os santificados, numa ocasião que poderá ocorrer imediatamente antes ou depois da sessão de prestação de contas dos 144 mil — ou até em um momento mais futuro.

O próprio João foi especifico ao separar a reunião de Adão-Ondi-Amã do evento em que todos os santos estarão presentes, falando que “depois dessas coisas…”, mostrando claramente que a reunião dos 144 mil (Apocalipse 7:4-8), é uma ocasião diferente da ocasião em que uma “multidão, a qual ninguém [poderá] contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” estará reunida (Apocalipse 7:9).

Isso não descaracteriza a afirmação do Élder McConkie, mas a reforça.

Sessões distintas, um só propósito

Atualmente a Igreja se reúne semestralmente em Conferência Geral, que são cinco sessões (reuniões) realizadas a cada primavera e outono para que os membros recebam instrução dos líderes da Igreja

Podemos entender o mesmo com relação ao “Conselho de Adão-Ondi-Amã”: enquanto numa sessão teremos a presença certa de 12 mil sumos sacerdotes de cada tribo – na outra sessão, o convite se estenderá a todos os que “do mundo, o Pai, deu a Jesus Cristo.

Mesmo que a Grande Reunião sacramental seja composta de milhares de santos, e como disse o Élder McConkie seja a “maior congregação de santos fiéis já reunidos no planeta Terra”.

Ainda assim, haverá membros da Igreja que não estarão lá, por não se qualificarem, por não estarem dignos. Mas os que estarão presentes cantarão um novo cântico e receberão a confirmação como “reis e sacerdotes” sobre a terra (Apocalipse 5:9-10).

Quer essas reuniões se realizem de forma interligada, quase sem distinção e em sequência, quer ocorram separadamente, uma antes da Segunda Vinda pública do Senhor (a dos 144 mil) e outra depois (a grande ceia), sabemos com certeza que o Messias presidirá ambas no Vale de Adão-Ondi-Amã.

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