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Quem são os “144 mil selados” que são mencionados nas escrituras?

João, em Apocalipse 7:4-8, viu doze mil homens assinalados da tribo de Judá, doze mil de Ruben, doze mil de Gade, doze mil de Aser, doze mil de Natali, doze mil de Manassés, doze mil de Simeão, doze mil de Levi, doze mil de Issacar, doze mil de Zebulom, doze mil de José e doze mil de Benjamim. Não sabemos porque a tribo de Dã não é mencionada [1]. A tribo de José certamente inclui a tribo de Efraim, e poderia ser escrito doze mil de Efraim sem prejuízo do texto.

Essa passagem sobre os 144 Mil é motivo de grande confusão para algumas religiões cristãs, que pensam que o número de pessoas a ser salvo restringe-se a cento e quarenta e quatro mil. Isso, porém, não é verdade. Outras passagens, como a de Daniel e Doutrina e Convênios 77 abrem nossa visão para o significado correto.

“P. O que devemos entender pelo selamento dos cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel – doze mil de cada tribo? R. Devemos entender que os que são selados são sumos sacerdotes, ordenados na santa ordem de Deus para administrar o evangelho eterno; pois eles são os que são ordenados de cada nação, tribo, língua e povo pelos anjos a quem é dado poder sobre as nações da Terra, a fim de trazerem à igreja do Primogênito todos os que desejarem vir.” (D&C 77:11).

O Élder Orson Pratt disse que…

“Antes da vinda do Senhor (…) deverá ser realizada uma grande obra entre as nações (…). As dez tribos terão que aparecer e vir a esta terra, para serem coroadas com glória em Sião pelos servos de Deus, mesmo os filhos de Efraim; e doze mil sumos sacerdotes serão escolhidos de cada uma destas tribos, bem como das tribos dispersas, e selados na testa, e serão ordenados e receberão poder para reunir dentre todas as nações, tribos, línguas e povos tantos quantos desejarem vir à assembléia geral da Igreja do Primogênito.” [2]

conferência

Adão-Ondi-Amã e os 144 Mil

Quando o fim estiver próximo haverá uma grande reunião em Adão-Ondi-Amã, semelhante a uma Conferência de portadores do sacerdócio que ocorreu no inicio dos tempos:

“Três anos antes de sua morte, Adão chamou Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque e Matusalém, todos sumos sacerdotes, e também o restante de sua posteridade que era justa, ao vale de Adão-Ondi-Amã; e lá lhes conferiu sua última bênção.

E o Senhor apareceu a eles; e ergueram-se e abençoaram Adão e chamaram-no Miguel, o príncipe, o arcanjo.

E o Senhor confortou Adão e disse-lhe: Coloquei-te à cabeça; uma multidão de nações procederá de ti e deles serás por príncipe eternamente.

E Adão levantou-se no meio da congregação; e embora curvado pela idade, estando cheio do Espírito Santo, predisse tudo que sucederia a sua posteridade, até a última geração.” (D&C 107:53-56)

Joseph Smith aprendeu que “O SENHOR chama Spring Hill de Adão-Ondi-Amã, porque, disse ele, é o lugar ao qual Adão virá para visitar seu povo, ou melhor, onde o Ancião de Dias se assentará, como mencionado por Daniel, o profeta” (D&C 116). Portanto uma nova reunião, com mais participantes, acontecerá neste lugar.

Daniel teve uma visão sobre essa reunião:

“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente.

Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. (…)

Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele.

E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. (…)

Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles, até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. (Daniel 7:9-10, 13-14 e 21-22).

O Élder Bruce R. McConkie explicou:

“Amã é um dos nomes pelos quais Deus se deu a conhecer a Adão. Adão-Ondi-Amã, um nome transposto do puro idioma adâmico para o inglês, é um dos termos para os quais não nos foi revelada uma tradução literal. O mais próximo que podemos chegar – e isso vem de irmãos [3] que conviveram com o Profeta Joseph Smith, que foi o primeiro a usar tal nome nesta dispensação – indica que Adão-Ondi-Amã significa o lugar ou terra de Deus onde Adão viveu”. [4]

Mosaico com as doze tribos de israel

Como será a Reunião dos 144 Mil?

Antes que Cristo apareça publicamente ao mundo, Ele retornará a seu povo.

Adão recebeu o domínio desta Terra (Genesis 1:26-28). Ele é Miguel, o arcanjo e também o príncipe de todos os homens (D&C 27:11). O Senhor “designou Miguel como [nosso] príncipe e firmou-lhe os pés e colocou-o no alto e deu-lhe as chaves da salvação, sob [Seu divino] conselho e [Sua divina] orientação (…), o qual não tem princípio de dias nem fim de vida” (D&C 78:16).

Na reunião de Adão-Ondi-Amã, doze mil sumo sacerdotes de cada tribo estarão reunidos, 144 mil no total. Esses homens prestarão contas de suas mordomias a Adão.

O presidente Joseph Fielding Smith disse:

“Daniel fala da vinda de Cristo, e este dia esta às portas. Haverá uma grande reunião no Vale de Adão-Ondi-Amã; lá se realizará um importante conselho no qual se assentará Adão, o Ancião de Dias. Haverá um julgamento – não o julgamento final (…). Cristo virá, e Adão apresentará seu relatório. Neste conselho, Cristo será recebido e reconhecido como o legitimo soberano da terra. Satanás será deposto. Após esse evento, todos os governos do mundo, incluindo o dos Estados Unidos, terão que tornar-se parte do governo de Deus. Então será estabelecido justo domínio. A terra será purificada; os ímpios serão destruídos; e se introduzirá um reinado de paz.” [5]

Ele explicou também:

“Essa reunião dos filhos de Adão, onde dezenas de milhares se congregarão em juízo, será um dos maiores acontecimentos jamais presenciados por esta Terra conturbada. Nessa conferência, ou conselho, todos os que tenham possuído as chaves das diferentes dispensações prestarão contas de sua mordomia. Adão fará o mesmo e em seguida [entregará] a Cristo toda a autoridade. Então Adão será confirmado em seu chamado como príncipe sobre sua posteridade e será entronizado oficialmente e coroado eternamente em seu chamado de presidência.

A seguir, Cristo será recebido como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Não sabemos quando ocorrerá essa reunião ou de quantas sessões se constituirá esse grande conselho. Basta saber que será uma reunião de portadores do Sacerdócio de Deus desde o início desta Terra até o presente, na qual eles prestarão contas e todos aqueles que tenham recebido dispensações (talentos) declararão suas chaves e ministério e farão um relato de sua mordomia de acordo com a parábola. O juízo lhes será entregue, pois essa será uma reunião dos justos, aqueles que possuíram e possuem chaves de autoridade no Reino de Deus sobre a Terra. Não será para julgar os iníquos.

Quando todas as coisas estiverem preparadas e todas as chaves e poder estiverem estabelecidos com um relatório completo e perfeito da mordomia de cada homem, então Cristo receberá esses relatórios e será aclamado, por direito, o Governante desta Terra. Nesse conselho grandioso, Ele tomará Seu lugar pela voz unânime dos milhares que, pelo direito do sacerdócio, estiverem lá reunidos. Isso precederá o grande dia de destruição dos iníquos e será a preparação para o reino milenar”. [6]

O presidente Joseph Fielding Smith ainda explicou que “quando se der essa reunião, o mundo não saberá; a maioria dos membros da Igreja não saberá; ainda assim, será preparatória para a vinda de Cristo em glória, como disse o Profeta Joseph Smith. O mundo não pode saber disso. Os santos também não podem saber – exceto os que foram oficialmente designados para este conselho – pois ele precederá a vinda de Cristo como um ladrão na noite, ignorado pelo mundo”(O Caminho da Perfeição, pg. 265-266).

Essa reunião só poderá ocorrer após as dez tribos perdidas terem retornado e recebido a autoridade que Efraim tem a oferecer. É claro que como profetas de todas as épocas estarão presentes, essa reunião não envolverá apenas nosso lado do véu.

12 Mil Sumos Sacerdotes

Os doze mil homens de cada tribo serão Sumos-Sacerdotes. Eles, por dedução, já terão sido batizados, recebido o Santo Espírito por guia e todas as ordenanças do Templo. Eles serão castos – ou seja, obedientes aos padrões de dignidade e moralidade do Senhor – nunca se contaminarão com mulheres mundanas. Eles não serão virgens no sentido de celibato – mas serão puros e fieis, circuncisos de coração – castos – honrando suas esposas e famílias – sendo as primícias para Deus (Apocalipse 14:3-5).

Eles também estarão selados para vida eterna. O Profeta Joseph Smith declarou o seguinte sobre o selo:

“Há quatro anjos destruidores que tem domínio sobre os quatro cantos da terra, até que os servos de Deus recebam o selo na fronte, que significa a confirmação das bênçãos sobre suas cabeças, como referência ao convênio eterno, com o qual lhes fica confirmado o chamado e eleição. Quando o selo é colocado sobre o pai e a mãe, é-lhes assegurado o direito à posteridade, a fim de que não se percam, mas que sejam salvos em virtude do convênio de seu pai e de sua mãe” [7]

Tendo recebido o chamado e eleição, eles também receberão a incumbência de preparar mais plenamente o retorno publico do Messias. Serão cento e quarenta e quatro mil missionários que sairão pelo mundo e terão poder para confirmar a exaltação dos que são fiéis em todas as coisas.

implicações do sacramento, reuniões sacramentais, ordenança do sacramento

Uma Grande Reunião Sacramental

Mais um comentário. O Élder Bruce R. McConkie escreveu que a Grande Reunião Sacramental mencionada em D&C 27:5-14 (ver também: Mateus 26:29, Marcos 14:25 e Lucas 22:18) “evidentemente, acontecerá no grande conselho que será realizado em Adão-Ondi-Amã” [8]. Todavia, a Reunião Sacramental e a Conselho dos 144 mil não poderão ocorrer simultaneamente na mesma ocasião por um único motivo: a reunião sacramental mencionada em D&C 27 terá a presença de todos os santos (D&C 27:14) e não apenas de 144 mil portadores do sacerdócio.

Quando o Senhor aparecer em Adão-Ondi-Amã é óbvio que poderá distribuir os seus sagrados emblemas se assim o desejar para os 144 mil lá reunidos. Entretanto, a ceia sagrada a ser distribuída a todos os santificados deverá ser ministrada numa outra oportunidade – que poderá ser imediatamente antes ou após a sessão de prestação de contas dos 144 mil, ou ainda numa oportunidade mais futura. O próprio João foi especifico ao separar a reunião de Adão-Ondi-Amã do evento em que todos os santos estarão presentes, ele disse: “depois dessas coisas…”, mostrando claramente que a reunião dos 144 mil (Apocalipse 7:4-8), é diferente da ocasião em que uma “multidão, a qual ninguém [poderá] contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” estará reunida (Apocalipse 7:9).

Isso não descaracteriza a afirmação do Élder McConkie, pelo contrário, a reforça. Atualmente a Igreja se reúne semestralmente em Conferência Geral – e sempre há mais de uma sessão de Conferência – algumas são bem especificas – como a Sessão do Sacerdócio ou a Sessão das Mulheres. Podemos entender o mesmo com relação ao “Conselho de Adão-Ondi-Amã”: enquanto numa sessão haverá a presença certa e determinada de 12 mil sumos sacerdotes de cada tribo – na outra sessão, o convite será estendido a todos os que do mundo, o Pai, deu à Cristo.

Mesmo que a Grande Reunião sacramental seja composta de milhares de santos – e segundo o Élder McConkie seja a “maior congregação de santos fiéis já reunidos no planeta Terra.” [9] – ainda assim, haverá membros da Igreja que não estarão lá, por não se qualificarem, por não se acharem dignos. Mas os que estarão presentes cantarão um novo cântico e serão confirmados como “reis e sacerdotes” sobre a terra (Apocalipse 5:9-10).

Sejam essas reuniões interligadas, e, portanto, quase indistintas, acontecendo uma após a outra; ou separadas, uma ocorrendo antes da Segunda Vinda pública do Senhor (a dos 144 mil), e outra depois (a grande ceia) – é certo que ambas ocorrerão no Vale de Adão-Ondi-Amã com a presença do Messias.

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NOTAS

[1] A Tribo de Dã não é mencionada na reunião dos cento e quarenta e quatro mil. Todavia isso não significa que os danitas não precisarão prestar contas, ou que não serão salvos. Como uma das Tribos de Israel, Dã e seus filhos merecem as bênçãos de Abraão, Isaque e Jacó – e poderão ser exaltados e entrar na cidade Santa sem empecilho, caso cumpram os requisitos para exaltação: as ordenanças e convênios do evangelho.

[2] Orson Pratt, Journal of Discourses, vol. 16, pg. 325.

[3] Orson Pratt, por exemplo, disse que o nome significava “Vale de Deus, onde Adão habitou, na língua original falada por Adão” (Journal of Discourses, 18:343)

[4] Mormon Doctrine, pg. 19–20

[5]  Doutrinas de Salvação, volume 3, pg. 14

[6] The Progress of Man, 3ª ed. [1944], pg. 481–482; ver também Bruce R. McConkie, The Millennial Messiah: The Second Coming of the Son of Man [1982], pg. 578–588

[7] Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pg. 313

[8] The Millennial Messiah, pg. 587.

[9] The Millennial Messiah, pg. 579

| Inspiração
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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