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Como o Senhor me carregou no colo após perder meu bebê

Baseado no relato de Mariane Gediel

Sempre tive o sonho de ser mãe. Cheguei da Missão Santa Maria em 2016 e me casei no ano seguinte, 6 meses depois estava grávida da minha primeira filha.

Foi uma gestação tranquila, mas o cenário mudou drasticamente após eu ter uma infecção urinária que resultou no nascimento precoce da minha bebê de apenas 31 semanas. Foram dois longos meses na UTI que nos encheram de preocupação. Ela passou por algumas paradas respiratórias, anemia e dificuldade de ganhar peso. Mas fomos abençoados pelo Senhor e logo pudemos ir para casa com nossa bebê saudável.

Quando nossa filha tinha dois anos e meio, tínhamos conquistado nossa casa e nosso carro e estávamos financeiramente estáveis. Sentimos que aquela era a hora certa de ter outro filho.

Uma triste notícia

Pouco tempo depois de tomarmos essa decisão, engravidei de nosso segundo bebê. Mas, ao passarmos pela primeira consulta de pré-natal quando estava com 2 meses de gestação, recebemos uma triste notícia: não havia batimentos cardíacos de nosso bebê.

Depois de realizar o ultrassom, descobrimos que nosso bebê tinha uma má formação que fazia com que todos os seus órgãos estivessem fora de sua barriga. O líquido amniótico entrou no organismo e causou uma infecção grave, que resultou na parada cardíaca.

Foi uma das notícias mais difíceis que já recebi.

O médico me deu duas opções: esperar a reação do meu próprio corpo ou já realizar a curetagem no hospital. Decidi fazer o procedimento, mesmo com todos os riscos, para de alguma forma poupar minha filha mais velha de presenciar um aborto espontâneo.

Tive muita dor e um pós-operatório delicado, só que ainda mais desafiador foi tentar lidar com toda essa situação. Me questionava por quê o Pai Celestial permitiu que tudo isso acontecesse com nossa família, por que eu tinha que passar por essa provação.

Não conseguia cuidar de minha filha mais velha e só queria ficar sozinha. Não tinha forças para continuar, e foi aí que senti o Senhor me carregando no colo.

Me lembrei de quando estava na missão, e de todas as vezes que ensinei e testifiquei sobre a importância do Plano de Deus para nós. E, particularmente, me lembrei de quando compartilhei essa mensagem com mães, que assim como eu, perderam seus bebês. Acho que essa foi uma das coisas que me ajudaram a me manter firme e confiar no Pai Celestial, pois eu sei que as famílias realmente podem ser eternas.

Deus me carregou no colo

Depois de algum tempo, as coisas foram melhorando e eu parei de questionar o por que Deus tinha permitido que tudo isso acontecesse, agora a pergunta se tornou “o que eu preciso aprender com isso?”.

Comecei a avaliar minha vida espiritual e percebi que muitas coisas precisavam melhorar. Percebi também que era um momento de ensinar minha filha mais velha e me tornar um melhor exemplo para ela.

Nossas orações se tornaram mais fervorosas, nossa maneira de adorar o Senhor mudou e também nosso serviço ao próximo melhorou. Nos dedicar ao evangelho fez uma grande diferença e nos ajudou a passar por essa provação.

Seis meses após a curetagem, começamos a tentar novamente. E logo conseguirmos engravidar de nosso terceiro filho. Pedi incansávelmente em minhas orações para que desta vez eu não sofresse o que sofri nas gestações anteriores e o Senhor me ouviu. Foi uma gravidez tranquila, sem nenhuma intercorrência, com um parto tranquilo e um bebê cheio de saúde.

Hoje olho para trás e percebo o processo de tudo. Vejo como o Senhor aliviou meus fardos e andou comigo durante todo o caminho. E consigo reconhecer que foi só por causa da fé em Cristo e testemunho sobre o Plano de Salvação que conseguimos passar por essa experiência.

O Senhor não nos prometeu uma vida sem sofrimentos, mas nos prometeu Sua presença constante, e é nessa promessa que encontramos nossa força para continuar.

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| Santos no Brasil

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