Este artigo foi escrito com base nos relatos de Kalel Paliari Alves.

Nasci em 22 de outubro de 2005, em Bauru São Paulo. Em 2013, meus pais e eu nos mudamos para a cidade de Navegantes, SC. Fui batizado no dia 26 de outubro de 2013, quando completei 8 anos.

Desde pequeno, enfrentei alguns desafios. Fui diagnosticado com TDAH e dislexia, o que me trouxe dificuldades de concentração. Por orientação médica, comecei a praticar karatê aos 6 anos.

O karatê se tornou um porto seguro para mim, ajudou a controlar meus pensamentos e direcionar toda a minha hiperatividade mental para uma atividade saudável e positiva.

O evangelho de Jesus Cristo sempre esteve presente na minha vida, e encontrei uma profunda conexão entre os ensinamentos da Igreja e a filosofia do karatê. Para mim, o karatê não é apenas uma arte marcial, mas um estilo de vida.

O lema do karatê reflete muitos princípios que já havia aprendido na Igreja:

  • “Esforçar-se para a formação do caráter”
  • “Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão”
  • “Criar o intuito de esforço”
  • “Respeito acima de tudo”
  • “Conter o espírito de agressão”

Esses valores fortaleceram o que meus pais me ensinaram desde cedo e ajudaram a solidificar minha fé.

O karatê também teve um papel fundamental no meu desenvolvimento social, físico e intelectual. A prática me ajudou a cumprir todas as metas do programa Força dos Jovens, da Igreja.

Intelectualmente, aprendi novas habilidades e melhorei meus talentos. Fisicamente, o karatê me manteve em forma e, ao mesmo tempo, trabalhou minha saúde mental, me ajudando a lidar melhor com problemas e controlar sentimentos negativos.

Socialmente, o karatê me ensinou a lidar com diferentes pessoas, respeitando suas opiniões, crenças e modos de vida.

Participei de um projeto social de karatê realizado na Igreja, onde tive a honra de ministrar aulas. Isso me desafiou a lidar com as individualidades das pessoas, respeitando o ritmo e o modo de aprendizado de cada um.

Espiritualmente, o karatê me ajudou a conectar ainda mais com o evangelho de Jesus Cristo, por conta de sua filosofia de disciplina, respeito e autocontrole.

Uma experiência marcante foi durante uma competição de karatê, onde competi no KATA, uma luta imaginária que combina força, ritmo, postura e execução.

No último campeonato que participei, meus senseis me orientaram a apresentar o KATA GOJUSHIRO SHO, que é bastante complexo. Por várias complicações, tive apenas quatro dias para treinar e aperfeiçoar a apresentação.

No dia da competição, estava receoso de cometer algum erro, mas lembrei que poderia confiar no Senhor, desde que eu fizesse a minha parte. Orei com fé e pedi ao Pai Celestial que me ajudasse a lembrar de tudo que havia aprendido.

Com a ajuda do Senhor, fui abençoado e conquistei a medalha de ouro, tornando-me campeão brasileiro.

Minha jornada no karatê e na Igreja continua a ser uma fonte de força e orientação, onde ambas as práticas se complementam e me ajudam a me tornar uma pessoa melhor, em todos os aspectos da vida.

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