Templo Mórmon de Roma: experiências dos missionários
Templo em Roma
Itália é eternamente histórica. É um momumento religioso de pé, seus caminhos pavimentados de pedra fazem com que seus visitantes possam voltar a quando Pedro caminhava pelas ruas de Roma, ou voltar ao momento em que a arte era não só um meio de ganhar a vida mas uma evidência de que Deus é definitivamente o criador e fonte de inspiração.
Um dia entre as paredes rachadas e a pintura envelhecida dos monumentos deixa os visitantes sem palavras e decepcionados. Decepcionados porque suas fotos nunca poderão expressar a mesma paz que se sente quando o amanhecer se acerca aos campos de Toscana, nem tão pouco expressar a magnitude e peso de perguntas que se formam em sua mente ao passear fora da estação de metro, quando repentinamente se vê pela primeira vez o gigante e deslumbrante Coliseo.
O delicioso sabor de sorvete perdura entre os turistas durante os verões calorosos. Assim como a memória da pizza margherita, com tomate triturado e folhas de manjericão dispersos em suculenta mussarela cozinhada em forno de barro.
É verdade que todos estas novas experiências e lugares se manterão próximo aos corações dos turistas mas com certeza, o templo mórmon de Roma logo poderá ser a melhor lembrança que os visitantes chegarão a ter dela.
Preparação do lugar
Alguns dados
Direção: Via di Sttebagni, 376, Roma Itália.
Tamanho do terreno: 14,5 hectares.
Tamanho do Templo: 3716.122 m²
Terreno utilizado anteriormente: como terra de cultivo.
A aquisição da terra
Bufalotta, Roma: terras de cultivo com árvores de pinho mediterrâneo, trigo e papoulas vermelhas próximas ao lugar do tempo na estrada de Settebagni.
Em 1997, o presidente da missão Roma Itália, Leone Flosi, enviou uma solicitação aos escritórios da Zona Europa, para a construção de uma capela para a ala Roma 2. Uma vez aprovada a solcitação, se desiguinou ao irmão Vincenzo Modugno como gerente de instalações, a tarefa era começar a buscar um terreno na zona norte de Roma.
Durante anos o irmão Modugno e os líderes locais da igreja buscaram sem parar em todos os anúncios de jornal, caminharam pelas ruas de Roma para avaliar possivéis terras. Neste momento, dois presidentes consecutivos da missão Roma tiveram a mesma impressão espiritual:
“a terra que se encontre não só poderia ser utilizada para uma capela mas também para um templo”.
Em uma manhã nublada de outono de 1999, depois de outros líderes haverem encontrado e avaliado outros possíveis terrenos, a igreja finalmente aprovou a compra da “Via di Settebagni”; uma terra de cultivo dispersa através de campos de erva e de pinhos mediterrâneos que parecem alcançar o céu azul da Itália.
Em novembro desse ano se realizou a compra da maior parte da terra e me fevereiro de 2000 se comprou o resto do terreno que algum dia se utilizaria para o templo.
A manutenção da terra
Modugno não só ajudou a comprar o terreno para o templo mas também esteve envolvido na manutenção dos edifícios e jardins do terreno. A característica mais importante do terreno era uma grande chácara de terra com três hectares. Na planta baixa da chácara havia pistas de metal utilizado na criação de gado. Ao longo das paredes se armazenavam grandes barricadas que sustentavam de 300 a 400 galões de vinho.
O celeiro estava cheio de ração, feno, um arado e outras ferramentas agrícolas. Ao redor da fazenda haviam chiqueiros e galinheiros enquanto que na parte de traz havia um forno rústico para se fazer pizza e um poço de água que nunca havia secado.
Estas bonitas terras de cultivo, haviam sido abandonadas e alguns ciganos a estavam ocupando ilegalmente. A terra estava exposta e não tinha cercas e os pisos superiores dos celeiros eram habitavéis.
O então presidente da missão Pacini, decidiu utilizar o edíficio como um complexo de apartamentos para os missionários do escritório e élderes que visitavam as conferências. Eles cercaram o terreno, colocaram colchões nos pisos superiores.
O mesmo Vincenzo Modugno, casualmente sentado em um sofá turquesa de sua sala, ocasionalmente ageitando seu cabelo castanho e coçando suas costeletas fartas nos contou em fevereiro de 2015 tudo o que se fez para ajudar a manter a terra para o templo.
“Quando os missionários deixaram o edíficio os ciganos seguiam tentando ocupar o terreno do edíficio novo” – disse um pouco frustrado com a situação.
Até que foi anunciado oficialmente que o templo seria construído neste lugar e que o celeiro seria destruído. Modugno teve que se assegurar de que os ciganos e os pastores de ovelhas locais não invadiriam as terras.
Terra bendita
“No princípio eu não pensei que seria o terreno para o templo” – admitiu Modugno. Não havia nada ao redor do terreno. Não havia ônibus, metro ou serviços públicos. Não havia nem sequer uma saída de carro a uma distância de 500 metros do templo. Não obstante, Pacini, o presidente da missão começou uma atividade muito espiritual antes que se soubesse que o terreno seria usado para o templo.
Os missionários que chegavam em Roma ainda que cansados com o fuso-horário e assustados, mantinham-se dispertos com a adrenalina desta nova experiência. Alguns deles nunca haviam estado em um avião antes de estar em Roma e sabiam que não teriam uma outra oportunidade de servir especificamente em Roma.
Assim, durante três anos, a cada seis semanas, o president Pacini tomava todos os novos missionários para uma breve visita por Roma e logo pela “Via di Settebagni”. Este é o terreno do templo, para que pudessem ver as oliveiras.
A maioria dos missionários provavelmente nunca tinham tido uma oportunidade de ver uma árvore de oliveira em suas vidas. Vincenzo explica com um sorriso modesto que ajudou a podar as oliveiras para que o presidente Pacini pudesse mostrar a diferença entre uma árvore silvestre e uma domésticada.
Depois de chegar ao jardim e virar para o local do templo e admirar as oliveiras, podiam explicar seu simbolismo. O presidente Pacini fazia com que os missionários encontrassem um lugar separado no jardim. Um lugar confortável para que pudessem meditar de joelhos no meio da natureza sagrada e pudessem orar.
“Não era nossa escolha decidir se o terreno seria ou não usado para um templo”, declarou o presidente Pacini, ao refletir sobre este momentos, mas “explicavamos aos irmãos que não teriam gastado dinheiro no terreno se não houvessem visto um futuro nele para a igreja na Itália”.
Essa atividade de oração nos olivais era uma oração simbólica. A semelhança do Salvador no jardim do Getsêmani, que também é conhecido como o jardim das oliveiras. Jardim onde orou pouco antes de sua crucificação.
Os missionários voltavam a ver o presidente Pacini em Roma depois de estarem na missão por três meses. Depois de haverem sido vuneravéis e estando submergidos na língua italiana muitos se sentiam desalentados e com a sensação de que estavam falhando na obra do Senhor. Reunir-se com o presidente Pacini e outros missionários do grupo do CTM lhes ajudava a ver o imenso progresso de cada um. Também se pedia a eles para participarem em outra atividade que lhes mudaria completamente a perspectiva.
O presiente pedia aos missionários que escrevessem uma carta a eles mesmos, como se estivessem terminando sua missão. Deveriam responder a pergunta: O que se havia alcançado com sua missão? O presidente sentia que esta era uma forma poderosa de ajudá-los a fixar-se em seus objetivos em quanto a suas missões.
Muitas das cartas mencionavam o templo, inclusive antes do anúncio do templo. Diziam coisas como: “Que maravilhoso estar na vinha do senhor e trabalhar nesta estaca. Ver o começo do processo de construção deste templo maravilhoso”.
O templo não foi fisicamente construído durante muito tempo mas já estava construído na visão dos missionários!
Esta tradução é parte de um artigo originalmente publicado em mormonsud.org, traduzido por Isaac Angulo e escrito por Nicolle Modugno. (aqui)