Como devemos lidar com erros de Profetas e Apóstolos do passado ou presente? Se líderes da Igreja podem cometer erros em suas interpretações, como podemos confiar em suas palavras?
Esse talvez seja um dos tópicos a serem mais exercitado em nosso dia a dia. Parte desse problema surgiu porque diversos líderes da Igreja, no decorrer de seus chamados, se pronunciaram publica e veementemente sobre tópicos que não possuíam revelações oficiais.
Outra parte surge de um hábito negativo de dar a homens mais credibilidade do que sua natureza humana permitiria.
Resposta
Contudo, existe apenas uma alternativa no que diz respeito a como lidar com erros de líderes, sejam eles bispos, líderes locais ou Autoridades Gerais da Igreja: assumir o erro, corrigi-lo e seguir adiante.
A verdade sem dúvida deve ser sempre defendida. O Evangelho é a verdade. Nossas interpretações do Evangelho, entretanto, estão sujeitas a erros, e quando o erro é identificado, a perspectiva incorreta deve ser abandonada, não importa quem a tenha defendido.
A abordagem tradicional por vezes inclui uma confiança desproporcional no chamado de Apóstolos e Profetas, como se seus títulos eclesiásticos os isentassem da possibilidade de erro. Por outro lado, críticos tendem a demonizá-los ou agir como se fossem mentirosos e manipuladores intencionais, o que certamente não é o caso.
Seria tolice menosprezar uma vida inteira de serviço e boas obras de líderes da Igreja por, em certas ocasiões, terem eles compartilhado uma perspectiva que o tempo demonstrou estar errada.
Da mesma forma, não é sábio simplesmente presumir que essa mesma vida de boas obras justificam ou anulam a responsabilidade pelo erro. Uma abordagem mais matura do papel dos profetas inicia com o entendimento de que são homens sujeitos a erros. Podemos naturalmente defender o caráter e boa intenção de nossos líderes, jamais os seus erros.

Quando o profeta age como profeta
No Livro History Of the Church, vemos que Joseph Smith ensinou que “um profeta só [é] profeta quando [está] atuando como tal”.
Em outras palavras, nem tudo o que um profeta diz constitui revelação direta de Deus. Os profetas não são alienígenas, eles estão inseridos em contextos sociais. Em todas as épocas, homens chamados por Deus trouxeram à Igreja muitas de suas próprias tendências e concepções pessoais do mundo.
A abordagem correta talvez inicie com o desenvolvimento de uma tendência menor em glorificar homens ou simplesmente defender um lado de uma discussão a todo custo. Devemos defender a verdade a todo custo.
Quando algo que acreditávamos ser certo se prova falso, devemos abandonar esse conceito A ciência atual é um excelente exemplo de como esse princípio é eficaz. A religião de certa forma segue, ou deveria seguir esse mesmo padrão.
Ao desenvolvermos uma perspectiva mais realista do papel de líderes gerais da Igreja, obteremos uma maior capacidade de honrá-los por seus bons feitos, ao passo que lidamos de maneira positiva com seus erros.
Algumas líderes demonizaram, por exemplo, o evolucionismo, enquanto outros abraçaram a causa. Alguns líderes acreditaram no conceito de progresso entre reinos de glória, enquanto outros repudiaram tal perspectiva. Alguns ensinaram que Cristo nasceu no dia 6 de abril, enquanto outros rejeitaram tal ideia.

Quando profetas ensinam como analisar profetas
Como ter 100% de certeza de que o ensinamento de um líder geral da Igreja condiz com a realidade absoluta dos fatos? O fato é que não existe realmente real sabedoria em “confiar 100%” em posicionamentos que não constituem revelações oficiais de Deus. Brigham Young ensinou esse princípio de maneira espetacular quando afirmou:
“Temo ainda mais que este povo tenha tamanha confiança em seus líderes a ponto de não inquirir ao Senhor por si, se estão de fato sendo guiados por Ele. Temo que se assentem em um estado de uma cega autossegurança, confiando seu destino eterno nas mãos de seus líderes com uma confiança imprudente que por si mesma frustraria o propósito de Deus em suas salvações e enfraqueceria aquela influência que poderiam dar a seus líderes, caso soubessem por si mesmos, pela revelação de Jesus, que estão no caminho certo.”
O próprio Joseph Smith se referiu sobre o assunto quando declarou:
“(…) A ninguém é requerido submissão cega a um homem por ter ele uma porção do Sacerdócio. Temos ouvido de homens que portam o Sacerdócio, que fariam qualquer coisa que ditas por aqueles que presidem sobre eles – mesmo que soubessem que era errado. Mas obediência tal como esta é pior do que tolice para nós. É escravidão ao extremo. O homem que de bom grado, se degrada não deveria reivindicar um posto entre os seres inteligentes, até que ele abandone sua insensatez(…) Outros, no exercício extremo de sua autoridade onipotente, ensinaram que tal obediência era necessária, e que não importa o que os Santos fossem instruídos a fazer pelos seus presidentes, deveriam fazê-lo sem quaisquer perguntas. Quando os élderes de Israel vão longe ao se engajar nestas noções extremas de obediência a ponto de ensiná-las ao povo, geralmente é porque eles têm, em seus corações, o desejo de fazer o errado eles mesmos.”

O Senhor utiliza os fracos e imperfeitos
Dessa forma, uma abordagem sábia inclui os seguintes pontos:
- 1. Compreender que Profetas e Apóstolos são homens e podem errar. Não podemos defender os erros. Errar é parte de nossa jornada mortal e não há vergonha alguma em admitir um erro, corrigi-lo e seguir à diante.
- 2. Buscar orientação e confirmação pessoal sobre o que profetas ensinam ou ensinaram. Sermos cuidadosos e prudentes em nosso julgamento ou análise de suas palavras. Em alguns casos, eles simplesmente erraram. Em outros casos, acertaram, mesmo quando todas as “evidências” pareciam apontar para outra direção. Já em alguns casos, talvez o errado seja você.
- 3. Compreender que o Evangelho deve ser vivido no nível individual. Isso significa que o erro de fulano ou sicrano não deve ser capaz de alterar a realidade das verdades que você já recebeu. O Evangelho não deixou de ser verdadeiro porque Judas traiu Cristo ou Davi cometeu adultério. A verdade é a verdade. O erro de homens não muda este fato.
Portanto, alguns dos maiores nomes chamados por Deus se destacam não serem “incríveis” e “grandiosos” em sua vida mortal, mas justamente por serem o contrário.
O Senhor não chamou Joseph, um camponês iletrado, por suas habilidades terrenas. Não chamou Davi para enfrentar Golias por ser ele um lutador notável. Ele não chamou os dois mil guerreiros de Helamã para o combate porque eram os melhores soldados do exército Nefita.
Por fim, o Senhor utiliza os fracos e imperfeitos porque é exatamente dessa forma que Sua obra e poder podem ser colocadas à prova.
Este artigo foi revisado e atualizado por Equipe Mais Fé.
Fonte: Intérprete Nefita.
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Não considero “um dos tópicos a serem mais aprimorados em nossa cultura” o fato de reconhecer que profetas e apóstolos erram. Todos sabemos que eles são homens e, por não serem perfeitos, estão sujeitos a falhas. Penso que a maioria dos santos dos últimos dias não consideram os profetas como semi-deuses, mas como homens humildes ungidos para nos guiar. “E se há falhas, serão falhas de um homem (…) não obstante, Deus conhece todas as coisas; portanto, aquele que condena, que tenha cuidado para não se expor ao perigo do fogo do inferno” (Mórmon 8:17). Falando d modo pessoal, estudar a vida dos profetas e apóstolos só me fez “[fortalecer meu] amor [por eles]; sim, [estimei-os] no mais do que a qualquer outro homem, porque não [os considerei] como [tiranos] que estivesse[m] em busca de ganhos, (…) portanto, [os estimei], sim, muito, no mais alto grau” (Mosias 29:40). E isso nunca me fez mal, não me deixou alienado – mas me deu uma base segura, uma confiança em homens sábios que enxergavam muito mais, pro serem profetas, videntes e reveladores. Nunca me arrependi de seguir um conselho que deram.
O problema que ocorre é que às vezes o líder não esta errado (nós é que estamos!). Isso me lembra uma história contada pelo Elder Oaks: Ele contou que quando ele era sargento da Guarda Nacional de Utah, e tinha completado 21 anos de idade, desejou qualificar-se para oficial, no posto de tenente de artilharia. Só faltava uma coisa: precisava passar no exame médico. Ele conta: “Apresentei-me na unidade médica do exército. Os que ali trabalhavam eram da reserva, como eu, o que talvez explique o que aconteceu. Um cabo aplicou- me um teste de daltonismo. Mostrou-me umas doze páginas cheias de pontinhos coloridos e perguntou qual era o número que eu via nos pontinhos de cada página. Depois que terminei o teste, ele fechou o livro, com certa aspereza, e disse: “Sargento, você nunca poderá se tornar oficial porque é daltônico”. Fiquei perplexo. Se eu era daltônico, tinha ficado sabendo naquele momento. Decepcionado e um pouco ofendido, decidi que se eu, que era sargento, não podia passar no exame médico para oficial, não seria rejeitado por um cabo, que era meu inferior hierárquico. Exigi que fosse atendido pelo capitão, que era médico e estava em sua mesa, do outro lado da sala. Lutei contra o sistema e fiz isso com tamanha insistência que o cabo, relutante, acabou levando- me para ver o capitão. “Qual é o problema?” perguntou o médico. Expliquei o ocorrido, e ele pegou o livro de pontinhos coloridos da mão do cabo e, para alívio meu, aplicou-me o teste pessoalmente. Depois de eu ter-lhe dito todos os números que via naqueles pontinhos coloridos, ele falou com muita franqueza para nós dois, dizendo: “Sargento, você passou no teste. Cabo, você é que é daltônico”. Foi assim que me qualifiquei para o posto de tenente da Guarda Nacional de Utah, o que me abriu muitas portas e me proporcionou importantes experiências de vida.” (Lutar Contra o Mundo Serão do SEI, 4 de Novembro de 2007). Tem muitos daltônico por ai vendo erros na vida e ensinamentos dos profetas, sem saber que o problema esta neles. Em outras palavras “Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho; não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho do teu irmão.” (Lucas 6:42)
Conheço o escritor e sei da intenção dele. Ainda assim, desejei fazer essas observações. Amo os profetas e seguirei eles, confiando que o Espírito Santo, um companheiro constante, estará comigo sempre, se eu receber as palavras dos profetas como se fossem as da própria boca de Deus “com toda paciência e fé.” (D&C 21:5)
Muito obrigado pelo texto é dessa forma que sempre tenho pensado e agido amo nossos profetas e apóstolos e todos os seus conselhos,sou feliz por ser ensinado por homens assim,Homens de DEUS
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