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Se Harvard Business School fosse uma religião poderia ser a Igreja de Jesus Cristo

Harvard Business School no inverno, foto de Rexxon00

Neste artigo, o líder SUD no mundo dos negócios Clayton M. Christensen traça paralelos entre métodos de aprendizagem em sua universidade/local de trabalho, Harvard Business School, e sua igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Entre 2015 e 2016, conforme Mitt Romney recebeu atenção em sua campanha presidencial, uma série de artigos de notícias explorou o porque santos dos últimos dias são bons líderes empresariais. Uma ética de trabalho duro, disseram alguns. Uma mentalidade de equipe.

Estes fatores podem ser verdadeiros, mas existem outros valores que sustentam a liderança entre os Santos dos Últimos Dias mais profundamente – e eles são os mesmos valores defendidos pela Harvard Business School.

Tenho a sorte de ter sido um entre vários Santos dos Últimos Dias que estudaram na Harvard Business School (HBS) na década de 1970. O grupo inclui Mitt Romney, claro. Mas também inclui Kim Clark, ex-reitor da HBS.

Como ex-presidente da Universidade Brigham Young-Idaho, ele é, possivelmente, o executivo mais inovador no ensino superior. Joel Peterson, presidente da JetBlue, é outro, assim como Neil L. Anderson, um dos Doze Apóstolos, que conduzem a nossa Igreja hoje.

Este é um grupo que conquistou feitos notáveis profissionalmente, da mesma forma que sua fé em Jesus Cristo se tornou mais forte. Apesar de algumas pesquisas mostrarem que quando a educação de alguém aumenta a participação religiosa diminui – e apesar da falta de discussões sobre as crenças dentro da comunidade empresarial em geral – há provas de que não precisamos ser pegos num trade-off (troca) entre a vida profissional e a busca religiosa.

Há algo na Igreja de Jesus Cristo que está ajudando essas pessoas a se tornarem executivos ainda mais influentes no mundo dos negócios e líderes na sociedade. E, por sua vez, a abordagem à gestão e liderança na HBS está fortalecendo sua fé, em vez de corroê-la. Como alguém que sente a influência de ambas as instituições, vejo fortes pontos de intersecção.

A importância das perguntas

A primeira é a importância das perguntas. O método de estudos de caso da HBS não se concentra em fatos mais significativos e respostas em forma de estudo. Pelo contrário, ela ensina os alunos a questionar: “Que grande questão produziu essa resposta?” Há acadêmicos que menosprezam o nosso método como falta de rigor, mas eles estão perdendo uma verdade fundamental: raramente fazer a pergunta errada gera a resposta certa.

Agora, se este método de estudo de caso da HBS tomasse uma forma religiosa, ela seria muito parecida com o que aprendemos na Igreja de Jesus Cristo.

Nosso profeta fundador organizou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em torno das respostas às perguntas que ele fazia a Deus. Deus raramente dá respostas na ausência de perguntas. O registro das discussões de Jesus com seus seguidores e seus detratores mostra a importância desse formato: Cristo repetidamente exigiu, em essência, “Questão errada. Esta é a questão.”

A razão pela qual muito do cristianismo saiu dos trilhos na Idade Média é que seus líderes concluíram que Deus já tinha nos dado todas as respostas. Isso, para eles, removia a necessidade contínua de fazer perguntas, de profetas ou de revelações. Para os Santos dos Últimos Dias, revelação contínua de Deus é a nossa força vital.

Ouvir e compartilhar

A segunda semelhança na liderança é a crença de que podemos aprender alguma coisa importante de todos. Esta é a essência do método de estudos de caso da HBS. Ao fazer perguntas e debater as respostas, os alunos ensinam uns aos outros, sendo a premissa básica o fato de aprendermos algo mais profundamente ao ensiná-lo.

Sinto muito pelos alunos cujos professores acreditam que os professores devem dar palestras, enquanto os alunos ouvem. Se o nosso modelo mental de aprendizagem é que só podemos aprender com as pessoas que têm mais educação do que nós, então a quantidade que podemos aprender é limitada.

Isso também se situa no cerne da Igreja de Jesus Cristo. Nós não pagamos profissionais, na forma de clero, para nos ensinarem. Nós ensinamos uns aos outros, e fazemos isso pelo método de cases ou estudos de caso embora as escrituras as classifiquem como “parábolas” em vez de cases.

Discutimos “estudos de caso” de Cristo na Igreja, ensinando uns aos outros como seguir a Cristo mais completamente. Lembro-me, por exemplo, quando um homem que trabalhava no turno da noite na UPS magistralmente orquestrou um estudo de caso em nossa Igreja sobre o perdão em torno da história na Bíblia sobre o Filho Pródigo.

domingo, reunião sacramental

A importância de “como” aprendemos

A razão pela qual tantas discussões entre eruditos depreciam a religião, enquanto outras pessoas religiosas têm cautela com as respostas vindas da ciência, é que as categorias estão erradas. Muitos supõem que a ciência e acadêmicos pertencem a uma categoria de conhecimento, enquanto a religião compreende uma outra categoria, primariamente a da crença.

Além disso, as religiões são muitas vezes sub-divididas em católicos versus protestantes e tradicional contra cristãos evangélicos. Alguns no último grupo até categorizam Santos dos Últimos Dias cristãos como “não-cristãos”. Essas categorizações geram muito mais atrito do que luz.

Um enquadramento muito mais produtivo é que existe a busca da verdade, por um lado, e a propagação do erro no outro. Se existem afirmações contraditórias na ciência e na religião, então um ou outro está errado ou ambos estão errados, ou ambos estão incompletos.

Mas a verdade não pode ser inconsistente com a verdade. Enquanto estamos buscando a verdade, estamos em terra firme. A busca da verdade não tem preconceito intelectual ou espiritual.

Esta é a razão mais importante pela qual nós achamos que o “como” aprendemos na HBS, e o “como aprendemos em nossa Igreja sobre os tipos de líderes que Deus quer que nos tornemos, se reforçam mutuamente. E, por sinal, não é necessário ser admitido em qualquer uma dessas organizações para aprender esta lição.

Este artigo foi escrito por Clayton M. Christensen e publicado no site The Washington Post.

Veja também: Você murmura ou realmente canta os hinos na Igreja?

| Para refletir
Publicado por: Esdras Kutomi
Formado em SI, mórmon, gosta de RPG e Star Wars, lê artigos científicos por diversão, e se diverte mais com crianças ou idosos do que com pessoas de sua idade.
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