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A reestruturação do sacerdócio é parte do evangelho e da história da Igreja

Você lembra quando o Presidente Russell M. Nelson fez um anúncio histórico no dia 31 de março de 2018, durante a Sessão do Sacerdócio da Conferência Geral? Ele disse:

“Sentimos uma necessidade urgente de melhorar o modo como cuidamos de nosso povo.(…) Para fazer isso bem, precisamos fortalecer nossos quóruns do sacerdócio para que haja uma melhor orientação quanto ao ministério de amor e de cuidado que o Senhor deseja para Seus santos. (…) Em cada ala, o grupo de sumos sacerdotes e o quórum de élderes serão reunidos em um quórum de élderes”

Depois do anúncio, o Élder D. Todd Christofferson e o Élder Ronald A. Rasband, ambos do Quórum dos Doze Apóstolos, acrescentaram mais detalhes.

Neste novo quórum – que abrangerá todos os portadores do sacerdócio de Melquisedeque (Setentas eméritos, Patriarcas não-ativos, Sumos Sacerdotes – que não servem na Presidência da Estaca, Bispados, Patriarcas Ativos e Sumo Conselho – e Élderes) além dos élderes em perspectiva – as oportunidades de serviço serão ampliadas.

A restruturação no sacerdócio fazem parte do evangelho e da história da Igreja

As mudanças na forma como o sacerdócio se organiza sempre fizeram parte do Evangelho, isso porque, embora Deus não mude, Ele trabalha com os homens de acordo com a fé e necessidade de seus filhos.

O Élder Rasband explicou na última sessão:

“Mudanças nas organizações e atribuições na Igreja não são incomuns. Em 1833, o Senhor disse ao Presidente John Taylor: “Com relação a administração e a organização de Minha Igreja e de Meu Sacerdócio, eu vos revelarei de tempos em tempos, pelos meios que indiquei, tudo o que for necessário para o futuro desenvolvimento e aperfeiçoamento de minha Igreja, para adequação e expansão de Meu Reino”

Em algumas dispensações os homens atuavam apenas no sacerdócio de Melquisedeque, em outras, apenas alguns homens tinham o sacerdócio menor. Os ofícios variavam, bem como a idade de ordenação.

Na nossa dispensação, o Senhor revelou linha sobre linha – ajustes foram sendo feitos de acordo com a necessidade da obra do Senhor. É maravilho viver numa época em que o sacerdócio esta sendo mais plenamente organizado para o progresso da obra de Deus na Terra.

Exemplificando as mudanças na organização do sacerdócio, o Presidente Brigham Young, em 1877, reorganizou o sacerdócio pouco antes de seu falecimento [1]
Na década de 20 um Comitê Geral do Sacerdócio foi formado – o que levou a sistematização das idades para a ordenação aos ofícios do Sacerdócio Aarônico. Os diáconos passaram a ser ordenados aos doze anos, os mestres aos quinze, os sacerdotes aos dezoito e os élderes aos vinte e um. Isso permitiu um treinamento e ministério mais eficaz. O conceito de idades estabelecidas para a ordenação de rapazes dignos continua até hoje, embora algumas das idades de ordenação tenham sido alteradas [2]
Os Setentas, ofício do Sacerdócio de Melquisedeque, sempre mudaram. Já houve tempo em que eram organizados a nível de Estaca. Depois somente como Autoridades Gerais – e hoje como Autoridades Gerais e Autoridades de Área. O Senhor disse: “Escolhei outros setenta, mesmo sete vezes setenta, se o trabalho o exigir” (D&C 107:93–97)
“Em setembro de 1961, o Presidente David O. McKay anunciou que [os] Setenta tinham sido ordenados ao ofício de sumo sacerdote e receberiam autoridade para organizar estacas e alas, inclusive para designar presidentes de estaca e bispos, sob a direção dos Doze. Anteriormente, o Primeiro Conselho supervisionava os quóruns de setentas das estacas de toda a Igreja, mas não tinha autoridade para organizar estacas e alas.

Em 1975, o Presidente Spencer W. Kimball anunciou que o tempo havia chegado para dar início à organização do Primeiro Quórum dos Setenta. Essas Autoridades Gerais auxiliariam os sete Presidentes dos Setenta já existentes para levar adiante a obra do Senhor, “especialmente na área missionária”. A Primeira Presidência subsequentemente declarou que os membros do Primeiro Quórum dos Setenta teriam a mesma autoridade que os Assistentes dos Doze” [3]

“Em outubro de 1986, o Presidente Ezra Taft Benson anunciou que os quóruns dos setenta das estacas deveriam ser descontinuados. Os setentas das estacas foram instruídos a juntarem-se aos quóruns de élderes de suas alas, e os presidentes de estaca foram instruídos a “determinarem quem dentre esses irmãos deverão ser ordenados ao ofício de sumo sacerdote”. Até essa época, muitos membros achavam que apenas os setentas precisavam preocupar-se com o trabalho missionário. Com essa nova diretriz, novas instruções foram dadas para aumentar o número de missionários de estaca e envolver todos os membros da Igreja no programa missionário “para promover renovado ímpeto ao trabalho missionário em todas as estacas da Igreja”. Com a dissolução de todos os quóruns de setenta das estacas, o único quórum de setenta que continuaria a funcionar na Igreja seria o Primeiro Quórum dos Setenta, que era composto apenas por Autoridades Gerais.” [4]
“O número crescente de membros da Igreja e o maior número de áreas exigiram mais das Autoridades Gerais. Na conferência geral de abril de 1989, a Primeira Presidência anunciou a criação do Segundo Quórum dos Setenta “para atender à expansão e regulamento da Igreja”. Em 1984, alguns membros dos Setenta foram chamados para servir por um período limitado de três a cinco anos. Em 1989, a Primeira Presidência anunciou: “Inicialmente, o Segundo Quórum dos Setenta será composto das Autoridades Gerais que cumprem atualmente um chamado de cinco anos. Outros irmão serão agregados ao Segundo Quórum dos Setenta de tempos em tempos, servindo igualmente como Setentas e Autoridades Gerais durante cinco anos”. De acordo com as instruções do Senhor numa revelação de 1835 (D&C 107:95), os sete Presidentes do Primeiro Quórum dos Setenta presidiam o novo quórum.

Um total de quarenta e duas Autoridades Gerais, incluindo os sete Presidentes, foram apoiadas como membros do Primeiro Quórum dos Setenta, e trinta e seis foram apoiadas como membros do Segundo Quórum. Essa ação mostrava a capacidade da organização revelada da Igreja de expandir para atender ao crescimento contínuo.” [5]

Em abril de 1997 o Presidente Gordon B. Hinckley anunciou o chamado dos Setentas Autoridades de Área, que passaram a ser organizados em três quóruns. Diferente das Autoridades Gerais, eles seriam autoridades apenas nas áreas em que serviam, e não precisariam servir por tempo integral.

“Em 1995, o Presidente Hinckley anunciou a designação de Autoridades de Área como líderes intermediários entre as Autoridades Gerais e as presidências de estaca. O Presidente Hinckley explicou que as Autoridades de Área continuariam a exercer seus empregos e viver em suas próprias casas. Esses novos líderes, chamados pela Primeira Presidência e trabalhando sob a direção das Presidências de Área, poderiam presidir conferências de estaca, reorganizar presidências de estaca, servir como conselheiros em Presidências de Área e treinar presidentes de missão. As Autoridades de Área deveriam servir num chamado voluntário da Igreja por um período variável, geralmente de aproximadamente seis anos. Eles substituiriam os Representantes Regionais dos Doze, que foram todos desobrigados nessa ocasião.” [6]
Nos anos 2000 havia oito quóruns de Setentas de Área organizados.
Há apenas alguns anos o Segundo Quórum do Setentas Autoridades Gerais foi desfeito, e todos os Setentas Autoridade Geral passaram a pertencer a um único quórum.

As novas diretrizes

O quórum de élderes da ala será liderado por uma presidência. A presidência pode ser composta de élderes e sumos sacerdotes, explicou o élder Christofferson. O presidente do quórum de élderes reportará ao presidente da estaca e se reunirá regularmente com o bispo.

Os ofícios do sacerdócio permanecerão os mesmos: os élderes continuarão a ser élderes e os sumos sacerdotes permanecerão sumos sacerdotes.

O élder Rasband disse que, “quando uma ala tem um número excepcionalmente grande de portadores ativos do Sacerdócio de Melquisedeque, os líderes podem organizar mais de um quórum de élderes” (D&C 107:89).

O élder Christofferson explicou que um quórum unificado do Sacerdócio de Melquisedeque na ala permitirá que os membros do quórum aprendam uns com os outros ao trabalharem juntos para cumprir todos os aspectos do trabalho de salvação, inclusive o trabalho de templo e história da família, que era coordenado anteriormente pelos sumos sacerdotes. Ele disse também que “a sabedoria, a experiência, a capacidade e a força que serão encontradas nesses quóruns indicam o início de novos dias e de um novo padrão de serviço no sacerdócio em toda a Igreja”.
“Esses ajustes vão ajudar os quóruns de élderes e a Sociedade de Socorro a harmonizar seu trabalho”, afirmou o élder Rasband. “Também vão simplificar a relação entre o quórum, o bispado e o conselho da ala. Vão também permitir que o bispo delegue mais responsabilidades ao presidente do quórum de élderes e à presidente da Sociedade de Socorro, de modo que o bispo e seus conselheiros possam se concentrar em seus principais deveres — particularmente o de presidirem os rapazes que possuem o Sacerdócio Aarônico e as Moças.”

NOTAS

[1] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 418-419

[2] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 485

[3] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 592

[4] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 607

[5] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 611

[6] História da Igreja na Plenitude dos Tempos, pg. 638

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Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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