Voltando à Igreja após ter Quebrado a Lei da Castidade
Lei da Castidade
Um dos princípios fundamentais do evangelho de Jesus Cristo é a Lei da Castidade. A lei da castidade é um mandamento de Deus que, em suma, significa estrita abstinência de relações sexuais antes do casamento entre homem e mulher, bem como completa fidelidade ao cônjuge. [1]
Por estar diretamente ligada aos poderes de criação da vida, a castidade é extremamente sagrada e o descumprimento dessa lei divina tem consequências eternas. Essa violação enfraquece a espiritualidade e com frequência leva ao amargor, ao pesar, ao divórcio, à doença e ao aborto. Os que violam essa lei estão expostos à influência de Satanás. Esse pecado também afeta seriamente aos familiares e a outros.
Seria maravilhoso se todas as pessoas tivessem sido capazes de guardar plenamente este mandamento, muita dor e sofrimento simplesmente jamais teriam existido. Infelizmente é evidente que esta não é a realidade.
O desejo de procriar é parte da natureza humana. É natural que exista atração entre as pessoas, especialmente quando elas estão envolvidas em um relacionamento. A violação deste mandamento pode acontecer por diferentes razões.
Alguns conversos ao evangelho não foram criados em um lar onde a pureza sexual fosse valorizada e não compreendiam a lei quando iniciaram seus relacionamentos íntimos. Existem também casos de pessoas que cresceram na igreja, mas que encontraram dificuldade em viver este mandamento. Para alguns, o desafio veio quando se envolveram em paixões juvenis, para outros ao se relacionarem com não membros e alguns casais em que os dois eram membros o problema foi que se e permitiram estar expostos a tentação.
O que fazer quando já parece tarde demais? É possível ter uma vida virtuosa mesmo após haver quebrado a lei da castidade?
O Caminho de Volta
Uma das grandes armadilhas de Satanás é tentar nos convencer de que não somos dignos da graça e perdão. Se você quebrou a lei da castidade, saiba que Deus te ama como sempre amou. Você ainda é Seu filho ou filha e, por te amar tão profundamente, Ele te oferece uma chance de se arrepender.
O arrependimento só é possível por causa da expiação infinita do Senhor Jesus Cristo. Somente por meio Dele podemos ser salvos de nossos pecados. Ele é nosso Redentor e Salvador.
Por meio de revelação, o Senhor estabeleceu os conselhos disciplinares da Igreja. Eles são necessários em casos de pecados mais graves, como a quebra da lei da castidade, a violação da lei civil, abuso do cônjuge ou de crianças, adultério, fornicação, estupro e incesto. O propósito principal dos conselhos é salvar a alma do transgressor – jamais condenar. Os conselhos disciplinares diversas vezes são mencionados como conselhos de amor.
No conselho, os líderes do sacerdócio definirão o melhor caminho a ser seguido em busca do arrependimento. As decisões são guiadas por meio do Espírito Santo e adaptadas à situação de cada pessoa individualmente.
O processo do arrependimento é transformador. Ele cura a alma e salva o transgressor. Quem se arrepende torna-se limpo como se jamais houvesse praticado o pecado e pode desfrutar de todas as bênçãos do evangelho, o que inclui um casamento no templo com alguém que seja igualmente casto.
“…Diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Isaias 1:18)
Como posso ajudar?
Uma boa pergunta a se fazer quando soubermos que alguém quebrou a lei da castidade é: “Como obtive essa informação?”
Se você a obteve de por meio de fofoca, afaste-se disso e não passe adiante. Se você é um líder e precisava saber, lembre-se da importância da confidencialidade de assuntos como esse. Se a própria pessoa te contou, mantenha-se digno da confiança depositada em você.
Não devemos julgar. Nossa disposição de perdoar está relacionada à nossa fé no poder da expiação. Condenar um transgressor arrependido é diminuir o poder imensurável da expiação de Jesus Cristo.
“Eis que aquele que se arrependeu de seus pecados é perdoado e eu, o Senhor, deles não mais me lembro.” (Doutrina e Convênios 58:42) Se o Senhor perdoa e não se lembra mais, por que supor que podemos manter o pecado alheio em nossa memória?
Talvez nosso desafio particular não seja com a lei da castidade, neste caso vale a pena relembrar das palavras do Élder Uchtdorf “não me julgue só porque o meu pecado é diferente do seu”. Lembre-se que os misericordiosos receberão misericórdia. [2]
[1] O que é a Lei da Castidade (aqui).
[2] “Os misericordiosos receberão misercórdia“, Dieter F. Uchtdorf, Conferência Geral, Abril 2012.