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Precisamos falar sobre saúde mental e o preconceito sobre a terapia

Na Conferência Geral de outubro de 2019, escutei um discurso que sobre o qual não consigo parar de pensar. Foi compartilhado pela Irmã Reyna Aburto durante a Sessão das Mulheres. Ela falou sobre os sofrimentos causados pela depressão e do preconceito sobre a terapia e sobre a saúde mental.

Este discurso foi diretamente em meu coração mais do que outros por causa das minhas experiências pessoais. Participei de sessões com um psicólogo e lutei durante as minhas próprias batalhas mentais. Por me identificar com o discurso, suas palavras tocaram realmente o meu coração.

Continuei a refletir sobre as suas palavras muito depois de a conferência ter terminado. Tenho a firme convicção de que os preconceitos relativos à terapia e à saúde mental precisam ser deixados de lado. No entanto, para que isso aconteça, preciso de sua ajuda.

O que há de tão assustador na terapia?

Por que é que há uma espécie de preconceito? Não tenho certeza. A irmã Aburto disse que as pessoas estão tentando se encaixar em “algum modelo imaginário.” Sei que, ocasionalmente, estabeleço expectativas muito irrealistas para mim mesma. Eu acreditava que meus colegas e outros membros da Igreja me julgariam se eu falasse sobre meus problemas. Esta não é a verdade.

“Juntos, podemos romper as nuvens do isolamento e do preconceito para que o fardo da vergonha seja removido e os milagres de cura possam ocorrer.”

O discurso da Irmã Aburto abordou esta questão, lembrando-nos que não precisamos ser perfeitos agora. Essas ideias de perfeccionismo são “cargas desnecessárias”, disse ela.

O Élder Jeffrey Holland deu um discurso parecido em outubro de 2013, onde ele afirmou:

“Não se deveria ser mais vergonhoso admitir [a doença mental] do que admitir uma batalha contra a pressão alta ou o surgimento súbito de um tumor maligno.”

A sua saúde mental é tão importante e válida como a sua saúde física. Por causa disto, não sei bem porque o preconceito existe. No entanto, sei por que precisa desaparecer.

Qual é a minha experiência?

Tenho lutado com a ansiedade desde muito jovem. Quando era jovem, mal podia sair de casa por causa de sua gravidade. Embora parecia ser óbvio para algumas pessoas, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Pensei que os meus sentimentos eram normais. Só depois da minha missão é que percebi que precisava de ajuda. Comecei a terapia uma semana ou duas depois de chegar a casa.

O meu terapeuta era incrível. Estava lidando com vários problemas, incluindo alguns problemas familiares. Os meus pensamentos eram como uma bola de linhas emaranhadas e ele se sentou lá pacientemente a desembaraçando. Senti que conseguia respirar outra vez. Finalmente conseguia pensar com clareza.

“Como qualquer outra parte do corpo, o cérebro está sujeito a doenças, traumas e desequilíbrios químicos. Quando nossa mente está sofrendo, é apropriado buscar a ajuda de Deus, daqueles à nossa volta e de profissionais de saúde física e mental.” – Irmã Reyna Aburto

Eu adorava ter um psicólogo por causa de seu ponto de vista. Tenho um marido extremamente solidário, mas quando se tratava de problemas familiares, ele não conseguia ser imparcial. O meu terapeuta não conhecia a minha família. Ele nem sequer me conhecia. Ele era apenas um ótimo ouvinte com uma visão de fora. Com a sua opinião imparcial, ele conseguia ver coisas que eu não conseguia. Ele conseguia pensar mais logicamente quando as minhas emoções estavam a flor da pele.

A terapia fez coisas incríveis por mim. Saí da minha zona de conforto, resolvi as coisas, e senti um enorme fardo sendo retirado dos meus ombros. Honestamente, eu não conseguia entender por que outras pessoas não estavam falando sobre suas experiências. Quem me dera ter começado mais cedo!

Por que falar sobre terapia?

Recentemente fui almoçar com uma amiga e lhe contei sobre a minha experiência com a terapia. Depois que eu compartilhei minha história, ela se sentiu confortável e me disse que ela acredita que ela pode ter Transtorno Afetivo Sazonal.

A minha amiga sempre sentiu que isso era uma bobagem e que os seus problemas não eram sérios o suficiente para precisar de um terapeuta. No entanto, depois de falar comigo, ela percebeu que a terapia seria uma boa opção para ela. Desde então, ela tem encontrado bastante alívio ao procurar ajuda.

Se eu não tivesse sido sincera sobre as minhas dificuldades, quem sabe o que poderia ter acontecido. A Irmã Aburto disse,

“Quando falamos de nossos desafios emocionais, admitindo que não somos perfeitas, damos aos outros uma abertura para que compartilhem as dificuldades deles. Juntos, descobrimos que há esperança e que não precisamos sofrer sozinhos.”

A Igreja até já postou um discurso sobre este mesmo assunto. Se mostrar vulnerável com as outras pessoas nos leva à nos conectar. Se tantos de nós estão sofrendo, por que devemos passar por isso sozinhos? Há pessoas à sua volta que se importam com você. Se precisar de ajuda, peça. Se conseguiu ajuda, compartilhe com os outros. Alguém precisa ouvir a sua história.

 

Destruindo o preconceito

É assim que destruímos o preconceito. Fale alto. Não tenha medo. A terapia é uma experiência positiva! Não é apenas para aqueles que sofrem de problemas graves de saúde mental ou vícios. A terapia é para todos os que precisam de alguém para os ouvir.

“Suas dificuldades não definem quem vocês são, mas podem refinar vocês. Graças a um “espinho na carne”, vocês podem ter a capacidade de sentir mais compaixão pelos outros. Quando guiadas pelo Espírito Santo, contem sua história a fim de “socorrer os fracos, erguer as mãos que pendem e fortalecer os joelhos enfraquecidos”. – Irmã Reyna Aburto

É importante perceber que nem todos os terapeutas serão bons para você. Se as coisas não estiverem indo bem, não desista. Fale com alguns terapeutas diferentes até encontrar o certo!

Falar com um terapeuta abençoou imensamente a minha vida. Quando orei buscando alívio, encontrei o alívio na terapia. Você também pode.

Deus Se preocupa contigo.

O Pai Celestial sabe que a vida é dura. Sabíamos, antes de vir à terra, que enfrentaríamos provações. As emoções podem ser difíceis de lidar, mas Deus não nos deixou sem ajuda. Elder Holland disse,

“Se as coisas continuarem a ser debilitantes, procurem o conselho de pessoas de confiança, com formação profissional comprovada, competência e bons valores. Sejam honestos com elas sobre sua história e suas dificuldades. Em espírito de oração e de modo responsável, ponderem o conselho delas e as soluções que receitarem.

Se vocês tiverem apendicite, Deus espera que procurem uma bênção do sacerdócio e também o melhor atendimento médico disponível. O mesmo se dá com os distúrbios emocionais. Nosso Pai Celestial espera que usemos todos os maravilhosos dons que Ele concedeu nesta maravilhosa dispensação.”

E sobre ministrar?

Ministrar àqueles que lidam com dificuldades com sua saúde mental também é um ponto importante. Irmã Aburto disse: “Mesmo se não conseguirmos entender o que os outros estão passando, reconhecer que a dor é real pode ser um primeiro passo importante para encontrar compreensão e cura.”

Por favor, seja gentil e não julgue ao ministrar aos nossos irmãos e irmãs que estão com dificuldades. Existem muitos artigos que se aprofundam neste assunto. No entanto, o melhor conselho seria simplesmente seguir o Salvador. Sirva como Ele serviria. Ame como Ele amaria.

Que recursos estão disponíveis para mim?

A Igreja oferece muitos recursos. Há uma seção em seu site intitulada “Esperança e Ajuda”. Lá você pode encontrar escrituras, discursos de autoridades gerais, vídeos e outros conteúdos relacionados com o que quer que você possa estar passando. Outra área é especificamente sobre saúde mental. Há uma seção de perguntas frequentes e detalhes sobre como ajudar os outros.

A Igreja também oferece seu próprio aconselhamento. Há tantas categorias disponíveis. Se você sentir que você pode precisar de ajuda, por favor, veja estas opções e encontre uma que seja boa para você.

Existem dezenas de aplicativos para aqueles que lidam com problemas de saúde mental. Alguns aplicativos podem até conectá-lo com um terapeuta para que você possa trocar mensagens com eles!

Se você é um estudante, fale com a sua universidade. Quase todas as instituições oferecem aconselhamento por um preço muito baixo (às vezes gratuitamente!) Eles estão cientes de que esta fase da vida é estressante e querem ajudar.

Há tantas possibilidades por aí. No entanto, se você ainda está com dificuldades para encontrar uma maneira de falar com alguém, fale com o seu bispo. Ele tem acesso a outros recursos e conhece a sua área.

Se este artigo ajudou você de alguma maneira ou se você conhece alguém que poderia ser ajudado por meio deste artigo, por favor, compartilhe-o com eles. Juntos podemos destruir o preconceito sobre a terapia!

Fonte: Third Hour

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