Saiba qual é a posição da Igreja sobre a cremação

A cremação está agora mais comum nos EUA do que o enterro e espera-se que sua popularidade continue a crescer, informou o Deseret News no início deste ano. Mas qual é a posição da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sobre a cremação?
A posição da Igreja sobre a cremação
Se está procurando a resposta mais simples e seca, fazer uma consulta ao Manual de Instrução da Igreja talvez seja o melhor lugar para começar. Ele diz:
“A Igreja normalmente não incentiva a cremação. A família da pessoa falecida deve decidir se vai ou não cremar o corpo, levando em conta as leis referentes ao sepultamento e à cremação. Em alguns países a cremação é exigida por lei.
Se possível, o corpo de um membro que tenha recebido a investidura deve estar vestido com as roupas do templo quando o corpo for cremado. Pode-se realizar um funeral (ver 18.6)”.
Embora há vários artigos em revistas da Igreja ao longo dos anos sobre a cremação, a Igreja permanece em silêncio sobre a questão desde 1991, quando o professor Roger R. Keller, que lecionava ‘história da Igreja e sua doutrina’ na Universidade Brigham Young, escreveu um artigo sobre os membros da Igreja e a prática da cremação (para ler o artigo em inglês, clique aqui).
Por que enterrar?
Depois de explicar a história e a crença associadas à cremação, Keller buscou responder à pergunta: “O que isso tem a ver com os membros da Igreja?”
“Reafirmamos a perspectiva de que o corpo é bom e, como criação de Deus, deve ser respeitado. (…) Em última análise, após consultar o Senhor e os líderes do sacerdócio, a família deve decidir o que fazer”, escreveu ele, acrescentando que “onde não há razão obrigatória para se cremar, o enterro ainda é o método recomendado para lidar com nossos mortos”.
O professor Keller concluiu: “No final, porém, devemos lembrar que a ressurreição ocorrerá pelo poder de Deus, que criou os céus e a terra. Em última análise, se o corpo de uma pessoa foi sepultado no mar, destruído em combate ou em um acidente, intencionalmente cremado ou enterrado em uma sepultura, a pessoa ressuscitará”.
Esta crença é apoiada pela seguinte declaração feita por Brigham Young, que ensinou que na ressurreição “as partículas fundamentais que formavam nosso corpo aqui, se realmente as honrarmos, mesmo que estejam depositadas nas profundezas do mar e ainda que uma partícula esteja no norte, outra no sul, outra no leste e outra no oeste, serão reunidas num piscar de olhos e nosso espírito tomará posse delas” (Ensinamentos: Brigham Young, 276).
Outros simbolismos
Por outro lado, parece que o enterro tradicional carrega com em si um simbolismo significativo. Em um artigo de 1972, Spencer J. Palmer disse que o enterro tradicional “simboliza os ensinamentos do evangelho sobre a morte, o sepultamento e a ressurreição — a Expiação de Cristo — e do batismo por imersão”.
Também pode ser de interesse para os membros da Igreja saber que o Vaticano emitiu uma declaração em 2016 sobre a cremação afirmando que a Igreja Católica “recomenda insistentemente que o corpo do falecido seja enterrado em um cemitério ou outros lugares sagrados. Em memória da morte, do sepultamento e da ressurreição do Senhor, o mistério que ilumina o significado cristão sobre a morte e o sepultamento é sobretudo a maneira mais adequada de expressar a fé e a esperança na ressurreição do corpo”.
No entanto, a declaração esclarece que a cremação pode ser escolhida por causa de “considerações sanitárias, econômicas ou sociais”, e se essa for a razão, “a cremação do corpo do falecido não afeta sua alma, nem impede que Deus, em Sua onipotência, levante a corpo falecido para a vida nova”.
Fonte: LDSLiving