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Como a parábola do semeador ensina sobre permanecer no caminho do convênio

As parábolas mostram-nos como melhor seguir em frente e depois permanecer no caminho do convênio que conduz à salvação e à exaltação. Esse é o nosso objetivo principal, porque só assim podemos receber a felicidade plena.

Felizmente, Jesus ensinou muitas vezes sobre o verdadeiro discipulado. Repetidas vezes em seus ensinamentos, e especialmente nas parábolas, encontramos conselhos práticos sobre como mudar nossos corações para que eles se tornem mais abertos aos sussurros e à orientação do Espírito.

Sem a influência do Espírito, não há outra maneira de encontrarmos o caminho de volta à presença do Pai.  Assim, esses ensinamentos se tornam guias práticos sobre como incorporar os princípios do evangelho e realmente aplicá-los em nossas vidas.

Segundo Mateus, esta foi a primeira parábola que Jesus ensinou. Todos os três escritores sinóticos do Evangelho, Mateus, Marcos e Lucas, incluem essa parábola em seu Evangelho.

A parábola do semeador

parábolas

O relato de Mateus sobre esta parábola tem mais alguns detalhes e algumas diferenças significativas em relação aos relatos de Marcos e Lucas, por isso usaremos o dele para nosso estudo.

Em todos os três relatos (Mateus 13:3-23; Marcos 4:2-20; Lucas 8: 4-15), não há nenhum evento específico mencionado que se relaciona a esta parábola. Jesus estava hospedado em Cafarnaum, uma próspera vila de pescadores na costa norte do mar da Galileia.

Mateus e Marcos registram que Ele estava à beira-mar e uma grande multidão de pessoas veio ouvi-Lo. A multidão era grande o suficiente para que Jesus entrasse em um dos barcos de pesca e se afastasse a uma curta distância da costa e começasse a ensiná-los. Sem qualquer introdução, Ele começou com esta parábola.

E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.

E quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;

E outra parte caiu em apedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.

E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.

E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um grão produziu cem, outro sessenta e outro trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Mateus 13:3-9)

Esta forma de ensino evidentemente pegou os discípulos de surpresa, pois quando uma oportunidade se apresentou, eles lhe perguntaram: “Por que lhes falas por parábolas?”(Mateus 13: 10).

Por que parábolas?

Jesus ensinando, parábolas.

Isso provavelmente foi no final do dia, quando já estavam sozinhos com Ele. E por essa razão, o termo discípulos, neste caso, sugere que este poderia ter sido apenas os Doze.

Jesus respondeu à sua pergunta explicando que as pessoas têm diferentes níveis de prontidão espiritual, e as parábolas têm uma maneira única de transmitir diferentes entendimentos a pessoas com vários níveis de prontidão.

Em alguns casos, os seus corações estão endurecidos contra a luz e a verdade e recusam-se a ouvir e a compreender.

Jesus disse que esse método permitia que aqueles que estavam espiritualmente prontos fossem ensinados, enquanto aqueles que não estavam prontos não seriam condenados pelo conhecimento (ver Mateus 13:13-15).

Referindo-se a uma profecia de Isaías, Jesus disse:

“Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e vendo, vereis, mas não percebereis.Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos” (Mateus 13:14-15).

Isso sugere que a falta de vontade de ouvir e entender pode às vezes ser uma questão de escolha, enquanto em outros vem de uma falta de compreensão dos princípios espirituais.

Neste caso, Jesus parecia dizer que as parábolas, pelo seu próprio desígnio, tinham por objetivo revelar e ocultar significado, dependendo da prontidão espiritual do ouvinte. Jesus então lhes disse:

Mas bem-aventurados os teus olhos, porque vêem; e os teus ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver as coisas que vedes, e não as viram; e ouvir as coisas que ouvistes, e não as ouviram. Escutai vós, pois, a parábola do semeador. (Mateus 13: 16-18)

Como interpretar as parábolas

E com esse encorajamento, Jesus deu-lhes algumas chaves para interpretar a parábola.

“Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração;  Este é o que foi semeado ao pé do caminho;

Porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende;

E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;

Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta”. (Mateus 13: 19-23)

O Élder James E. Talmage, que serviu no Quórum dos Doze Apóstolos no início dos anos 1900 e escreveu um estudo clássico da vida de Jesus que chamou de Jesus, O Cristo, fez esta observação sobre esta parábola em particular:

Segundo as regras literárias, e os reconhecidos padrões de construção retórica, assim como pelo arranjo lógico de suas partes, esta parábola conquistou o primeiro lugar entre as produções de sua classe.  Embora comumente conhecida como a Parábola do Semeador, a história poderia ser chamada, expressivamente, de Parábola das Quatro Espécies de Solo.  É para o solo, sobre o qual a semente é lançada, que a história mais fortemente dirige nossa atenção, e que, de maneira tão apropriada, usa para simbolizar o coração abrandado ou endurecido, o terreno limpo ou infestado de espinhos. (Jesus, O Cristo, capítulo 19  ‘E De Muitas Coisas Lhes Falou por Parábolas’)

Mais uma vez, destaco que a chave para compreender a parábola está em compreender a natureza dos quatro solo, ou a diferença nos corações, sobre os quais a semente cai.

Todos os três escritores do Evangelho enfatizam essa semelhança com o coração dos homens (ver Mateus 13:19; Marcos 4:15; Lucas 8:12).

Aplicando na vida real

Não estamos falando do órgão que mantém a vida. Estamos falando do coração, como ele é usado metaforicamente em todas as escrituras para representar a pessoa interior, o “Eu real” dentro de cada um de nós.

Porque é o coração que impulsiona o sangue através do corpo e nos mantém vivos e saudáveis, fornecendo nutrientes, protegendo-nos de infecções e limpando nossos corpos de impurezas, o coração é um poderoso símbolo de nossa alma e natureza.

Observe os muitos modificadores que usamos quando falamos do coração: corações partidos, corações felizes, corações frios, corações quentes, corações duros, corações moles, Corações de pedra e algumas pessoas que “não têm coração algum”.

Aqui está uma pergunta que vem à mente quando aplicamos esta parábola à vida real. Por que o Senhor apenas menciona exigir o coração aqui? Por que Ele também não nos pede a cabeça? Ou as mãos? Ou os pés?

Há lugares onde Ele pede que nos entreguemos totalmente à obra, mas repetidas vezes, como se vê no grande número de vezes que o coração é mencionado, as escrituras nos ensinam que o coração é o núcleo do nosso ser, o centro da nossa espiritualidade. Ou a falta dela.

Assim, o coração representa o “eu interior”, o “verdadeiro eu”. Com isso em mente, é de admirar que a primeira das parábolas de Cristo se concentre na natureza de nossos corações?

Nossos corações são como um portão que se abre ou se fecha, mas apenas sob nosso comando. Dito de outra forma, somos os porteiros dos nossos corações! Somos nós que escolhemos aquilo que deixamos entrar ou deixamos de fora.

O Élder David A. Bednar descreveu este privilégio único que Deus nos deu:

“Um aprendiz que exerce seu arbítrio agindo de acordo com princípios corretos, abre seu coração ao Espírito Santo e convida-O a ensinar, a testificar com poder e a confirmar o testemunho.  Mas no final, o conteúdo da mensagem e o testemunho do Espírito Santo só penetrarão no coração se o aluno permitir que entrem”. (David A. Bednar, A Liahona, Setembro. 2007).

Portanto, ao concluirmos o nosso estudo desta poderosa parábola que descreve os vários corações que criamos para nós mesmos, lembremo-nos deste simples (mas profundo!) resumo do próprio Salvador:

“Eu, o Senhor, exijo o coração dos filhos dos homens.” (D&C 64:22).

Fonte: LDS Living

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