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Não entre em pânico quando os seus amigos ou familiares se afastam da Igreja

Há cerca de 5 anos, eu estava servindo uma missão na Ucrânia.

Para o meu cérebro missionário, todos os que não aceitaram o evangelho não eram espirituais o suficiente para entender a importante mensagem que tínhamos que compartilhar. Os maridos de membros, os membros menos ativos e os pesquisadores eternos eram teimosos demais para perceber o que estavam perdendo.

Na verdade, cheguei até ao ponto de enviar uma carta à minha tia que durante anos tinha lutado para ter um filho. Ela tinha se afastado da Igreja enquanto eu estava em minha missão, então minha carta basicamente dizia que Deus não iria abençoá-la com filhos se ela não estivesse preparada para viver da maneira certa.

Sim. Ler isso também me assusta. Ainda bem que a minha mãe censurou a carta para que nunca fosse enviada.

Hoje, há milhares de pessoas se afastando da Igreja. A nossa reação inicial é preocupação e pânico. Claro que é. Queremos que nossos amigos e familiares desfrutem das mesmas bênçãos do evangelho que experimentamos.

Mas entrar em pânico é uma reação humana e mundana.

Já reparou que nada nas escrituras descreve Deus como alguém que entra em pânico? Ele fica bravo, se preocupa, fica triste…, mas Ele nunca entra em pânico.

O que significa entrar em pânico?

Vamos voltar para os dias de escola.

Independentemente de sua situação, provavelmente você se lembra da alegria das últimas semanas do semestre. É a última oportunidade de fazer recuperação ou esperar ansiosamente para saber se já passou de ano. É estressante e imprevisível.

Isso é pânico.

Talvez possa pensar numa situação em que não fazia ideia de como enfrentar as despesas da casa? Ou perdeu um ente querido? Ou até se encontrou num buraco espiritual do qual não conseguia sair?

Isso é pânico.

Todos experimentam este tipo de pânico temporário. Não é ansiedade ou um distúrbio de pânico. É apenas uma reação ao estresse.

O pânico é caracterizado pela reação exagerada à incerteza e ao estresse. Tira tudo o que é bom na vida e a transforma em um problema que precisa ser corrigido.

Nossas ações foram bem executadas, mas ainda estamos constantemente preocupados com a sua qualidade. O caminho do arrependimento é gradual para muitas coisas…, mas estamos fazendo o suficiente?

Quando sentimos pânico, corremos freneticamente tentando fazer tudo o que podemos para nos livrarmos do “problema.” Temos de fugir, não há outra alternativa. Porque não sabemos o que vai acontecer, deve ser algo ruim. Se pudéssemos livrar-nos da situação, nada de mal poderia acontecer.

A boa notícia é que se está lendo isso agora, então entende uma coisa importante…

Normalmente saímos vivos destas situações! Nunca é tão ruim como pensamos.

O pânico distorce a verdade da situação.

Em pânico por causa dos entes queridos “perdidos”

Então, a questão. A última pergunta do “Show do Milhão”.

Como entramos em pânico quando os outros se afastam da Igreja?

Vem em diferentes formas, mas quase sempre tem a ver com a nossa atitude ao ver a forma como escolhemos viver contra a maneira como os outros escolhem viver.

Talvez nossa tendência seja defender corajosamente o evangelho e as bênçãos que vêm ao vivê-lo. Talvez escolhamos compartilhar tudo o que pudermos para persuadi-los a voltar e ficar mais um pouco. Pior de tudo, às vezes julgamos a decisão de sair, e a vemos como inferior a qualquer escolha que nós fazemos.

Entramos em pânico. Fazemos tudo o que podemos para remediar imediatamente a situação.

Normalmente, nada é inerentemente errado na forma como agimos em relação àqueles que optam por se afastar da Igreja…, mas quando agimos em pânico, quase nada de positivo acontecerá.

Claro que queremos que eles fiquem firmes. É claro que podemos ser apaixonados pelo Evangelho e compartilhá-lo da melhor forma possível. Não é isso que me preocupa.

Estou preocupado com a nossa incapacidade geral de entender a paciência divina.

É neste atributo que, como membros da Igreja, e como representantes de Jesus Cristo em nossas próprias esferas de vida, veremos os maiores e mais doces frutos de nossos trabalhos.

“Concedido” a alguns para seguir Jesus

O que não consegui perceber na minha missão é um princípio que Cristo tentou ensinar aos seus discípulos por inúmeras vezes, mas o que poucos não conseguem compreender praticamente.

“E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido” (João 6:65, ênfase adicionada).

Jesus tinha acabado de ensinar ao povo como Ele é o “verdadeiro pão da vida.” Ele explicou que nem todos participarão da sua carne e do seu sangue. Apenas aqueles que o Pai preparou. Apenas aqueles que ouvem a vontade do Pai.

O resultado? Muitos de seus discípulos “se viraram”, e “não mais caminharam” com Jesus.

Quão devastador deve ter sido para os outros discípulos de Cristo? Estar na própria presença do Salvador, vê-lo curar e alimentar, vê-lo ensinar e iluminar… só para que “muitos” dos seus seguidores se afastem.

Não há nenhum versículo 66 que diga “E Jesus foi atrás deles, persuadindo-os e convencendo-os de qualquer forma possível a fim de mantê-los por perto. Ele implorou e implorou que eles voltassem para que um dia pudessem herdar as mansões do céu.”

Ele entendeu que os caminhos de Deus e a linha do tempo de Deus são muito diferentes dos nossos.

E mais importante do que qualquer outra coisa, Ele estava disposto a sofrer no Getsêmani, e morrer na cruz até mesmo por aqueles que Ele viu se afastarem.

Não havia um pingo de pânico no Filho de Deus.

Ele iria amá-los e sacrificar-se por eles da melhor maneira que podia. Entendendo que um dia voltariam. Seja nesta vida ou na próxima, eles podem querer dar a volta e tentar segui-lo novamente.

E ele estaria lá à espera deles de braços abertos quando o fizessem.

O bem que vem a todos os filhos de Deus

Tenho um pequeno teste para você. Uma que pode colocar as coisas em uma perspectiva um pouco diferente do que a maioria de nós está acostumada a pensar.

No outro dia, em minha aula no Instituto, alguém contou a história de um pastor que tiveram o privilégio de ensinar em sua missão. Eles o ensinaram durante dias enquanto ele devorava o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, e cada discurso da Conferência Geral.

“Então, você orou para saber se o Livro de Mórmon é verdadeiro e se Joseph Smith foi um verdadeiro profeta de Deus?”

Sim, eu orei. Sei sem dúvida que este livro é verdadeiro. Sei que Joseph realmente é um profeta chamado para trazer a plenitude do evangelho de volta à terra.”

“Você então seguirá o exemplo de Jesus Cristo sendo batizado por alguém que possui esse poder restaurado e autoridade para fazê-lo?”

Também orei por isso. Não. Deus disse-me que não devia ser batizado.”

E agora? Em que está pensando? O que você faria? Como reagiria nesta situação? Sei que quando ouvi esta história pela primeira vez, achei essa resposta ridícula. O meu modo de pânico foi ativado quando ouvi falar que este homem escolhia se afastar.

Mas a história não acaba aí.

Os missionários que o ensinaram foram capazes de voltar cerca de 5 anos depois para visitá-lo. Naqueles cinco anos, o pastor lhes disse que ele estava ensinando em sua igreja a partir do Livro de Mórmon desde que eles os ensinaram, e havia levado mais de 20 pessoas aos missionários, e muitos haviam sido batizados.

Deus disse-lhe que ainda não devia ser batizado? Ou ele estava simplesmente inspirando-o da melhor maneira que podia, independentemente da decisão errada?

Infelizmente, não sabemos a resposta. Mas sabe qual é a verdadeira mensagem? A resposta não importa. O resultado é o mesmo.

Deus não entrou em pânico. Ele não atirou mais milhares de missionários e provações ao pastor para se certificar de que ele fosse batizado. Deus esperou pacientemente, o amou e falou com ele.

Não há diferença da misericórdia que Deus nos mostra quando cometemos erros do que a misericórdia que ele demonstra àqueles que se afastam de Sua Igreja.

Em ambos os casos, Deus espera pacientemente. Ele ama todos os seus filhos e fará o Seu melhor para incentivá-los a progredirem, inspirá-los, e cuidar deles.

Então … o que fazemos?

Talvez tenha mentido. Talvez esta seja a verdadeira pergunta de um milhão de reais.

O que fazemos quando os nossos amigos e família se afastam da Igreja?

Você sabe a resposta. Você está praticando há anos.

Sirva-os da melhor maneira que puder. Não os julgue. Convide-os para atividades ou para as reuniões da igreja quando você sentir que deve fazê-lo.

Mas o mais importante é que você precisa amá-los. Eles ainda valorizarão sua amizade e relacionamento. Eles ainda vão adorar passar tempo contigo.

Uma escolha para se afastar da Igreja não é uma escolha para deixar tudo o que é bom no mundo.

Só precisam de seguir o seu próprio caminho por uns tempos. Isso não os torna piores do que nós nem significa necessariamente que estão errados.” Talvez haja algo importante para eles aprenderem longe da Igreja.

Independentemente da situação deles, posso assegurar-lhes que Deus está com eles. Mesmo que O ignorem, Ele está lá vigiando-os e os protegendo.

Porque é o que os pais fazem, e Ele é um Pai perfeito.

À medida que avançamos e nos deparamos com aqueles que escolhem um caminho diferente, por favor, não entrem em pânico!

Ore pela fé para entender o plano e a paciência de Deus.

Então, um dia, todos nós podemos estar reunidos e olhar para o nosso dom do arbítrio, e descobrir que é exatamente o que nos permite que tornemos perfeitos por meio de Jesus Cristo.

Fonte: Third Hour

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