O que Jó e Abraão podem nos ensinar sobre fé em Deus
A solução simples para os problemas mais difíceis da vida está em guardar os convênios que fazemos com nosso maior Professor.
Alma concluiu uma lição que ele ensinou a Helamã sobre a jornada através da mortalidade para a vida eterna, dizendo: “Oh, meu filho, não sejamos negligentes por ser fácil o caminho” (Alma 37: 46).
“Por ser fácil o caminho”? Não são muitos os viajantes da mortalidade que se queixam por uma rota “fácil”.
Os problemas ao longo do caminho são muitas vezes difíceis, e as distrações ao longo do caminho reto e estreito são intensas, mas o caminho é sempre fácil de encontrar, e a despeito da dificuldade dos problemas, as soluções são sempre simples.
A chave para esta facilidade, esta simplicidade, está em lembrar o propósito da provação. E esse propósito é permitir-nos demonstrar que manteremos os nossos convênios, sem importar as calamidades que possam ocorrer.
Jó, um homem justo e rico
Este princípio é ensinado com força na história de um homem justo e rico de Uz chamado Jó.
“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era esse homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente a seu serviço, de maneira que era esse homem maior do que todos os do oriente” (Jó 1:1,3).
Em questão de minutos, ele perdeu tudo, incluindo os seus dez filhos. Jó, Então, disse: “o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21).
Depois veio a doença. Keith Meservy escreveu:
“A partir dos sintomas, alguns disseram que ele parecia ter elefantíase. Furúnculos doloridos, um dos sintomas da doença, tinham atacado o corpo de Jó, formando grandes pústulas que se encheram tanto que um pedaço de cerâmica foi usado para raspá-las. A cara de Jó estava tão desfigurada que os amigos não o reconheciam. Vermes ou larvas saiam de suas feridas. (Jó 7:5) Sua respiração tornou-se tão imunda e seu corpo emitia tal odor, que até mesmo seus amigos o odiavam… e buscou refúgio fora da cidade no monte de lixo, onde viviam os párias e leprosos. A dor era sua companheira constante” (Keith H. Meservy,” Job: Yet Will I Trust in Him,” Sydney B. Sperry Symposium, BYU, January 28, 1978).
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As aflições de Jó
A maioria das pessoas só conhece estes dois aspectos do sofrimento de Jó: o empobrecimento material e a aflição física. Porém, havia mais.
Uma pessoa que tinha sofrido uma perda cataclísmica e que sofria de uma dor terrível poderia, pelo menos, esperar encontrar algum alívio durante o sono.
Mas não Jó: “Dizendo eu, consolar-me-á a minha cama; meu leito aliviará a minha queixa; então me espantas com sonhos, e com visões.” (Jó 7:13-16).
Ele estava consciente. “Porém agora se riem de mim os de menos idade do que eu” (Jó 30:1).
“Porém agora sou a sua canção, e lhes sirvo de provérbio… Abominam-me… e no meu rosto não se privam de cuspir… empurram os meus pés” (Jó 30:9-10, 12).
Ele perdeu o apoio de seus amigos e parentes, as mesmas pessoas que deveriam tê-lo fortalecido durante sua crise.
“Pôs meus irmãos longe de mim, e os que me conhecem deveras me estranharam. Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim” (Jó 19:13-14).
Jó não sentiu nenhum apoio divino ou conforto, e não recebeu respostas às suas orações. “Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?” (Jó 13: 24).
“Eis que clamo: Violência! Porém não sou ouvido. Grito: Socorro! Porém não há justiça” (Jó19:7). “Ele se encobre… não o diviso” (Jó 23:9).
Jó era tão miserável que ansiava pela morte e desejava nunca ter nascido. “Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas” (Jó 3: 3-4).
Uma história de poder
“Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero! Mesmo que quisesse agradar a Deus destruir-me, que soltasse a mão e me cortasse” (Jó 6:8-9).
Finalmente, quando três amigos vieram consolar Jó em sua angústia, cada um deles o acusou de maldades. O registro diz que Jó era “íntegro, reto” (Jó 1:1).
Não há a menor implicação no livro de que Jó sofreu por causa de seus pecados. Mas Elifaz disse: “Como eu tenho visto, os que lavram a iniquidade, e semeiam o mal, ceifam o mesmo” (Jó 4:7-9).
Bildade declarou: “Se fores puro e reto, certamente logo despertará por ti, e restaurará a morada da tua justiça” (Jó 8:6).
E quando Jó insistiu que ele era “íntegro e reto”, Zofar argumentou: “Às tuas mentiras se hão de calar os homens?… Mas, na verdade, quem dera que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra ti! E te fizesse saber os segredos da sabedoria, que ela é duplamente eficaz; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniquidade” (Jó 11:3-6).
A história de Jó tem grande poder para pessoas que enfrentam problemas assustadores e paralisantes; para aqueles que trabalham constantemente para descobrir e aplicar soluções corretas para suas provações e sofrimentos.
Esse poder está na consciência de por que Jó permaneceu fiel, enquanto outros, com menos causa, abandonaram o reino e se voltaram contra o mestre.
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As palavras de Jó
Jó suportou problemas de dificuldade inconcebível porque conhecia as soluções simples: o seu testemunho, a sua confiança e a sua integridade guiaram-no através das suas tribulações ao triunfo.
O seu testemunho
“Quem me dera agora que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro! E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha apele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, a quem eu verei por mim mesmo, e os meus olhos o verão, e não outro; e por isso as minhas entranhas se consomem dentro de mim” (Jó 19:23-27).
A sua confiança
“Calai-vos perante mim, e falarei eu, e que venha sobre mim o que vier. Por que razão tomo eu a minha carne com os meus dentes, e ponho a minha vida na minha mão? Ainda que ele me matasse, nele esperarei… “ (Jó 13:13-15)
A sua Integridade
“Vive Deus, que tirou o meu direito, e o Todo-Poderoso, que amargurou a minha alma, que, enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus nas minhas narinas, não falarão os meus lábios iniquidade, nem a minha língua pronunciará engano… até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha integridade. À minha ajustiça me apegarei e não a largarei; não me repreenderá o meu coração em toda a minha vida” (Jó 27:2-6)
A mensagem de Jó é que se entendemos o propósito das provações; se temos um testemunho da verdade; se conhecemos o Professor e Seu amor por nós.
E se estamos determinados a manter os convênios que fizemos com o Professor e O obedecemos, podemos resolver qualquer problema que ocorrer, independentemente da sua dificuldade.
Abraão e suas escolhas
Agora, vamos ponderar sobre um dos problemas na versão de Abraão das provações da vida.
Abraão cresceu em uma comunidade muito parecida com a sociedade de Mórmon, que escreveu: “um relato completo de suas iniquidades e abominações, porque eis que, desde que pude entender os costumes dos homens, tive diante dos meus olhos uma cena contínua de iniquidades e abominações” (Mórmon 2:18).
Na terra dos caldeus, o sacrifício humano tornou-se uma forma de adoração. Nunca na história do homem houve qualquer prática mais repugnante do que o sacrifício humano, especialmente o sacrifício dos pais de seus próprios filhos.
E os pais de Abraão haviam se transformado da Justiça para o “voltaram o coração para o sacrifício dos pagãos, oferecendo os seus filhos a…” seus falsos deuses (Abraão 1:7).
Abraão começa seu registro dizendo-nos que descobriu que deveria sair de casa. (Abraão 1:1). Então, ele começa a dizer-nos porquê. Porque ele pregou contra esta prática profana, houve uma tentativa para que ele fosse sacrificado. (Abraão 1:7).
Quem tentou? O sacerdote de Elquena levantou a faca para fazer o ato, mas o conteúdo de Abraão 1 deixa claro que a força por trás desta tentativa de sacrifício humano foi Terá, o pai de Abraão.
Afastar-se do mal
Nos versículos 5 ao 7 do capítulo 1, Abraão discute a apostasia de seus pais, o que levou ao evento descrito no Fac-símile No. 1.
Ele então nos informa que houve fome na terra após o seu resgate do altar por um anjo do Senhor, e explica que por causa desta fome, seu pai “arrependeu-se do mal que determinara contra mim, de tirar-me a vida” (Abraão 1:30).
Provavelmente seria seguro supor, que, se houvesse um pecado contra o qual Abraão, pregou com particular fervor e zelo, deve ter sido o sacrifício humano, e na verdade, ele deve ter passado grande parte de sua vida pregando contra esta prática, que o seguiram no coração de seu pai, de Ur para Harã. (Ver Abraão 2:1-5.)
Abraão, na sua justiça, buscou e obteve a sua “nomeação para o Sacerdócio” (Abraão 1:4). Ele obteve uma terra de promessa, e mais tarde, a promessa adicional de uma incontável posteridade e crescimento eterno.
Finalmente, foi-lhe prometido que todas essas bênçãos seriam oferecidas à sua posteridade mortal.
A maior provação de Abraão
Para reivindicar essas bênçãos, Abraão precisava apenas de duas coisas: ele precisava da posteridade mortal, e ele precisava passar pela provação e demonstrar ao Professor que iria manter seus convênios, a qualquer custo.
Isto leva-nos a uma observação importante. Se o Professor realmente queria testar Abraão para ver se existia alguma circunstância em que ele não guardaria seus convênios, como poderia fazê-lo?
A resposta é óbvia. Ele fez o pai dos fiéis esperar cem anos para ter o filho através do qual as bênçãos viriam, e então, anos mais tarde, ordenou Abraão a levar o menino e oferecê-lo como um sacrifício humano.
Joseph Smith disse, “que se Deus tivesse conhecido qualquer outra maneira pela qual ele poderia ter tocado os sentimentos de Abraão mais agudamente e mais intensamente ele teria feito isso” (John Taylor, Journal of Discourses, vol. 24,p. 264).
Mas este problema não era apenas um problema de sacrifício humano. Em algum momento Abraão teve de contar a Sara, antes ou depois.
O sacrifício e a obediência
Abraão teve de viajar três dias até ao local do sacrifício. Ele teve de explicar o suficiente a Isaque para o colocar no altar. Isaque, seja qual for a idade dele, não era uma criança.
Gênesis 22: 6 indica que ele carregou a madeira para o holocausto. E Abraão teve que levantar a faca sozinho. Não havia sacerdote de Elquena no Monte Moria para fazer a ação por ele.
Este era um problema formidável! Mas a solução era, como sempre, simples: Abraão, confiando no seu testemunho, na sua confiança e na sua integridade, manteve os seus convênios
“Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada… foi ao lugar...” de sacrifício. (Gênesis 22:3). Ele “pôs em ordem a lenha, e amarrou seu filho… e deitou-o sobre o altar… estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho” (Gênesis 22:9, 10).
O Senhor enviou um assessor para evitar o sacrifício, mas só depois que ficou claro que o próprio Abraão não capitularia.
A conclusão é simples: nós seremos provados e seremos testados, e não importa o que aconteça, devemos guardar os nossos convênios.
Devemos ter um testemunho, ser verdadeiros e íntegros. Devemos cumprir o nosso dever.
Nota: Este artigo é uma adaptação do artigo The Lord’s Simple Solution to Life’s Most Difficult Problems escrito por Ted Gibbons.