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E se Jesus não houvesse realizado a expiação?

Certa vez, em uma manhã de domingo, um jovem portador do sacerdócio se preparava para administrar o sacramento, como em muitas outras ocasiões. Ao retirar a toalha branca, para sua surpresa e infelicidade, não havia pão na bandeja. Um dos rapazes, visivelmente nervoso, correu para a cozinha na esperança de encontrar pão para a ordenança, mas não havia nenhum.

Finalmente, o rapaz se dirigiu ao bispo e informou a situação. O sábio bispo então se levantou, explicou o problema para a congregação e perguntou: “O que seria de nós se a bandeja do sacramento estivesse vazia hoje porque não houve a Expiação?”

Essa talvez seja uma das mais importantes questões do evangelho a serem refletidas por todos que se denominam discípulos de Cristo. A resposta para a pergunta revela nossa completa dependência do Salvador e de Sua graça transformadora.

Quais seriam, então, as consequências? E se não houvesse pão porque não houve crucificação, nem água porque não houve o sangue do sacrifício do Salvador?

Não haveria ressurreição

O domínio completo da morte sobre o homem seria apenas uma questão de tempo. A esperança de viver novamente se tornaria um vago desejo, e a eternidade seria algo abstrato e irreal. Jacó ensinou esse princípio no Livro de Mórmon, ao declarar:

“Portanto, é necessário que haja uma expiação infinita — porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção. Portanto, o primeiro julgamento que recaiu sobre o homem deveria ter durado eternamente. E se assim fosse, esta carne teria que apodrecer e desfazer-se em sua mãe-terra, para não mais se levantar.”

O apóstolo Paulo também falou sobre isso:

“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo todos serão vivificados.”

Nossos espíritos estariam sujeitos ao domínio de Satanás

Sem o poder da Expiação, a luta contra o pecado e a tentação dependeria apenas de nossa própria força de vontade. Sem o apoio divino, não haveria uma perspectiva ou visão eterna sobre o que podemos nos tornar. Sem essa perspectiva, o pecado assumiria o controle, escravizando-nos à nossa natureza decaída.

Jacó ainda declarou:

“(…) nossos espíritos estariam à mercê daquele anjo que caiu da presença do Eterno Deus e tornou-se o diabo, para não mais se levantar (…).”

Seríamos eternamente afastados da presença do Senhor

Nada impuro pode habitar na presença do Senhor e somente pela Expiação e graça de Cristo pecados podem ser perdoados e pecadores transformados. Sem a Expiação, não haveria os meios necessários pelo qual os filhos de Deus poderiam retornar ao lar Celestial e nossa condição decaída seria um obstáculo intransponível em nossa rota a vida eterna.

No mesmo discurso Jacó novamente ensinou:

“(…)a fim de sermos afastados da presença de nosso Deus e permanecermos com o pai das mentiras, em miséria, como ele mesmo”

Teríamos que suportar o tormento eterno

Poucas dores emocionais nesta vida são tão difíceis de suportar quanto o peso do pecado. Sem a Expiação, o arrependimento perderia seu significado transformador e se tornaria apenas uma vaga mudança de atitude ou comportamento.

O pecado só pode ser perdoado e sua dor removida do pecador por causa da Expiação e da graça de Cristo. Sem isso, nossas mentes e corações sofreriam a cada minuto com a dor das escolhas erradas do passado e o desespero daqueles que fariam ou dariam qualquer coisa para voltar atrás e consertar o mal que causaram aos outros e a si mesmos.

O próprio Salvador descreveu a profundidade desse sofrimento ao declarar:

“Sofrimento que fez com que eu, Deus, o mais grandioso de todos, tremesse de dor e sangrasse por todos os poros; e sofresse, tanto no corpo como no espírito — e desejasse não ter de beber a amarga taça e recuar.”

Não haveria esperança

O apóstolo Paulo ressaltou nossa total dependência da Expiação ao ensinar:

“E se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. (…) e ainda permaneceis nos vossos pecados (…) [e] se só nesta vida esperamos em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens.”

O Presidente Howard W. Hunter ensinou:

“Cremos que a salvação virá por causa da Expiação. Se não fosse por ela, todo o plano da criação não teria propósito.”

Cada amanhecer seria um lembrete de que um dia o Sol não mais brilharia, cada adeus, uma separação definitiva, cada momento vivido, um momento perdido, cada morte uma tragédia, e cada nascimento, uma tragédia em potencial.

A concepção de um mundo assim é triste e desoladora. Mas, felizmente, existe um Cristo, existe uma Expiação infinita para todos os filhos de Deus, e Seu poder é acessível aqui e agora. 

Por causa da Expiação, vidas serão restauradas, pecados se tornarão apenas lembranças do passado, pecadores serão purificados, famílias serão reunidas, e a felicidade deixará de ser apenas uma aspiração futura para se tornar um eterno agora.

Veja também: O que é a Expiação de Jesus Cristo?

| Para refletir
Publicado por: Luiz Botelho
Luiz Botelho serviu na Missão Santa Maria e atualmente mora em Provo-Ut. Estuda Antropologia na Utah Valley University e descobriu na Ciência, História, Filosofia e Teologia sua verdadeira paixão. Atualmente trabalha voluntariamente como Diretor Internacional da FairMormon, é autor do Interpretenefita.com e um dos Diretores da More Good Foundation no Brasil.
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