Como identificar e combater os inimigos de Cristo e de Sua Igreja
A oposição ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo sempre esteve presente. Em nossa época as críticas à Igreja, sua doutrina e ao próprio Senhor são abundantes – e com o advento das redes sociais se tornaram mais acessíveis.
Sabendo que nos últimos dias o joio cresceria com o trigo (Mateus 13:29-30) e que a perseguição se intensificaria (Mateus 24:9) – não é de se surpreender que nestes “tempos trabalhosos” (2 Timóteo 3:1) exista tanta necessidade de identificarmos os verdeiros inimigos de Cristo e de Sua Igreja e saber como combatê-los com coragem cristã.
O Livro de Mórmon é a principal ferramenta para isso. O Presidente Ezra Taft Benson ensinou:
“O Livro de Mórmon expõe os inimigos de Cristo. Ele refuta as doutrinas falsas e apazigua contendas (ver 2 Néfi 3:12). Fortalece os humildes seguidores de Cristo contra os desígnios, as estratégias e as doutrinas malignas do diabo em nossos dias. O tipo de apóstatas mostrado no Livro de Mórmon é semelhante ao que encontramos hoje. Deus, em Sua infinita sabedoria, moldou o Livro de Mórmon de modo a permitir-nos perceber o que é errado e combater os conceitos falsos existentes em nossa época no campo da educação, política, religião e filosofia” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Ezra Taft Benson, capítulo 9).
Identificar os inimigos de Cristo e de Sua Igreja
O Livro de Mórmon revela os apóstatas e inimigos da Igreja e de Cristo. Ele revela os argumentos sofisticados usados usos por muitas pessoas que perseguem a Igreja. Veja alguns:
Serém
Serém, em Jacó 7, “começou a pregar ao povo e a declarar-lhes que não haveria Cristo algum”. Ele “pregou muitas coisas que eram lisonjeiras para o povo”. Alguém lisonjeiro é alguém bajulador, puxa-saco, que elogia muito em busca de algum interesse. E o interesse dele era “destruir a doutrina de Cristo”. Serém dizia acreditar na lei de Moisés – mas não reconhecia que ela apontava para Cristo. Ele dizia crer nas escrituras, mas negava sua eficácia.
Ele “trabalhou diligentemente para desviar o coração do povo, tanto que conseguiu desviar muitos corações”. Vemos a mesma tendência. Alguns que se afastam da fé negam claramente Cristo e se esforçam para persuadir outros a negá-lo. Alguns dizem existir uma honesta forma de religião, mas que ela não combina com Cristo.
Alguns deles possuem canais nas redes sociais com vários seguidores, que se deleitam em ouvir mal sobre Cristo, Sua doutrina e Sua Igreja.
Tal como Serém, vários dos inimigos de Cristo são instruídos e possuem um “perfeito conhecimento da língua do povo”. Eles podem, portanto, “usar de muita lisonja e muita eloquência, de acordo com o poder do diabo”.
Serém buscou um debate com o profeta. Muitos dos inimigos de Cristo querem uma discussão publica para provar seu ponto de vista e humilhar os seguidores do Senhor.
Corior
Corior, em Alma 30, é outro inimigo de Cristo. Mas ele não acreditava nem mesmo em Deus. Seu ceticismo era grande. Ele ridicularizava Cristo e sua doutrina. Ele pregava contra os profetas, dizia que ninguém podia saber de coisas futuras – na verdade, ninguém podia saber sobre coisas que não se veem. Ele era materialista e imediatista. Sua filosofia moral era que ” o quinhão de cada um nesta vida dependia de sua conduta; portanto, cada homem prosperava segundo sua aptidão e cada homem conquistava segundo sua força; e nada que o homem fizesse seria crime.”
Ele descrevia os crentes assim: “possuem uma mente desvairada, cujo transtorno é resultado de falsas tradições antigas”.
Tal como Serém, Corior desviou o coração de muitos. Corior via-se como um libertador. Para ele, as ideias cristãs eram um cativeiro. Esse também é o argumento de muitos que se afastam e promovem conteúdos contra a Igreja: eles se veem numa missão de libertar os aprisionados e escravos.
Ele também acusou o clero da Igreja, dizendo que eram abusivos e só desejavam fama e lucro. Os inimigos da Igreja hoje fazem o mesmo: acusam a Igreja de ser uma grande corporação que privilegia líderes e aprisiona mentalmente seus membros, exigindo dízimos e serviços demasiados. Eles não se importam em usar “palavras cada vez mais exaltadas”.
Os ladrões de Gadiânton
Gidiâni, chefe do bando de Gadiânton, tem uma carta no Livro de Mórmon. E é provável que Mórmon tenha colocado a carta deste infeliz para nos advertir do mesmo tipo perigoso de pessoa que existe hoje.
Gigiâni era cínico, ou seja, insolente, não tinha respeito para com a verdade. Ele ameaçava, intimidava, acusava e distorcia a verdade. Ele possuía juramentos e sinais secretos, numa sociedade que não se importava em burlar a lei e cometer crimes para enriquecer.
Os sofismas de Gidiâni ainda estão entre nós. Algumas pessoas chamam o mal de bem e o bem de mal. Elas mentem, roubam e criam ou participam de grupos com a finalidade de destruir a fé.
Como combater os Inimigos de Cristo
Para cada um dos inimigos de Cristo Deus levantou homens santos que combateram suas falsidades. Podemos aprender com cada um deles.
Jacó
Jacó não procurou Serém. Mas quando Serém o confrontou com a esperança de confundi-lo e afastá-lo, foi surpreendido. Jacó “muitas revelações” e vira muito “com referência a estas coisas”. Ele disse:
“Porque eu verdadeiramente vira anjos e recebera o seu ministério. E também ouvira a voz do Senhor, verdadeiramente me falando de tempos em tempos; portanto, eu não podia ser abalado.”
Mesmo que você não tenha visto anjos ou ouvido a voz do Senhor, sem duvida tem o privilégio de receber o Espírito Santo. Jacó conta que “o Senhor Deus me derramou na alma o seu Espírito, de maneira que eu o confundi em todas as suas palavras”.
No debate que se seguiu Jacó testificou:
“Foi-me manifestado, porque eu vi e ouvi; e foi-me também manifestado pelo poder do Espírito Santo; sei, portanto, que, se não houver expiação, toda a humanidade certamente se perderá.”
Podemos receber o Espírito para nos ajudar. Podemos ter este testemunho especial dos profetas. O Profeta Joseph Smith disse:
“Deus nada revela a Joseph que não revele aos Doze, e até mesmo o menor dos santos poderá receber todas as coisas, tão logo possa suportá-las”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, (org.), Joseph Fielding Smith, 1975, p. 145.)
Alma
Alma também não foi atrás de Corior, mas quando lhe foi apresentado o anti-cristo, ele o confrontou com a verdade. Primeiro explicou que ele não recebia dinheiro por servir na Igreja, nem os demais líderes. Ele servia devido a seu chamado e por se regozijar “com a alegria de nossos irmãos”.
Para combater o ateísmo de Corior, Alma prestou seu testemunho: “Pois eis que te digo que sei que existe um Deus e também que o Cristo virá.”
Depois afirmou que Corior não tinha provas da inexistência de Deus:
“E agora, que provas tens de que aDeus não existe ou de que o Cristo não virá? Afirmo-te que nenhuma tens, a não ser a tua própria palavra.”
E acrescentou que tinha “todas as coisas como testemunho de que estas coisas são verdadeiras”. Alma disse que Corior poderia verificar o testemunho “dos irmãos”, considerar as escrituras e olhar ao seu redor:
“todas as coisas mostram que existe um Deus; sim, até mesmo a Terra e tudo que existe sobre a sua face, sim, e seu movimento, sim, e também todos os planetas que se movem em sua ordem regular testemunham que existe um Criador Supremo.”
Alma, tal como Jacó, esta preparado para o embate, por ter estudado o evangelho e guardado os mandamentos.
Laconeu
Laconeu era o Governador dos nefitas – e “era homem justo e não podia ser intimidado pelas exigências e ameaças de um ladrão”. Ele não deu ouvidos aos absurdos de Gidiâni. Mas não ignorou o perigo. Ele “fez com que seu povo clamasse ao Senhor pedindo forças para quando os ladrões descessem contra eles.”
Laconeu também: “enviou uma proclamação a todo o povo, para que reunissem (…) em um só lugar.” Quando combatemos apostasias e inimigos da Igreja precisamos nos unir e permanecer em lugares santos.
Laconeu “fez construir (…) fortificações”. Do mesmo modo precisamos fortalecer nosso lar e nossa mente contra os argumentos e ataques do inimigo e de seus servos. Fazemos isso nos arrependendo. Foi também por isso que Laconeu clamou a seu povo: “arrependais de todas as vossas iniquidades e clameis ao Senhor, de modo algum vos livrareis das mãos dos ladrões de Gadiânton”.
“E tão grandes e maravilhosas foram as palavras e profecias de Laconeu, que causaram temor a todo o povo; e esforçaram-se com todo o empenho para agir segundo as palavras de Laconeu.”
Se dermos ouvidos aos líderes da Igreja também estaremos protegidos. Daí a importância de ouvi-los sempre. O Presidente Harold B. Lee disse:
“A única segurança que temos como membros da Igreja é proceder exatamente como o Senhor orientou a Igreja no dia em que ela foi organizada. Precisamos aprender a dar ouvidos às palavras e mandamentos que o Senhor nos dá por intermédio de Seu profeta, “à medida que ele os receber, andando em toda santidade diante de mim; (…) como de minha própria boca, com toda paciência e fé”. (D&C 21:4–5) Algumas coisas exigirão paciência e fé. Talvez nem tudo o que provenha das autoridades da Igreja seja de seu inteiro agrado. Pode ser que vá de encontro a seus pontos de vista políticos ou sociais. Algumas coisas talvez interfiram em sua vida social. Mas se vocês ouvirem tais palavras como se saíssem da boca do próprio Senhor, com paciência e fé, a promessa é que “as portas do inferno não prevalecerão contra vós; sim, e o Senhor Deus afastará de vós os poderes das trevas e fará tremerem os céus para o vosso bem e para a glória de seu nome”. (D&C 21:6) (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Harold B. Lee, capítulo 9)
Estes são apenas alguns exemplos extraídos do Livro de Mórmon. Existem outros. Precisamos continuar estudando e aplicando os maravilhosos ensinamentos deste livro sagrado.