Como posso lidar com a oposição?
Pergunta
Conheci o evangelho recentemente e estou amando a Igreja. Mas, às vezes sinto que existem coisas mais fortes do que eu e que podem afetar minha fé. Existe alguma coisa que eu possa fazer para lidar com a oposição?
Resposta
Obrigada por sua pergunta.
É normal, principalmente quando sentimos que algo é verdadeiro, que uma força contrária apareça tentando nos derrubar. Especialmente quando falamos de verdades espirituais.
Desde os tempos de Adão e Eva até os dias de hoje, a verdade sempre enfrentou oposição. É uma espécie de ciclo.
A oposição é normal — e até necessária
O Elder Robert D. Hales disse algo muito interessante sobre isso.
“Aprendemos com o passar dos anos que os desafios a nossa fé não são novos e provavelmente não vão desaparecer tão cedo. Mas os verdadeiros discípulos de Cristo vêem oportunidades em meio à oposição. (…)
A experiência mostra que períodos de publicidade negativa sobre a Igreja ajudam a cumprir os propósitos do Senhor. Em 1983, a Primeira Presidência escreveu aos líderes: “A oposição pode ser, na verdade, uma oportunidade. Um dos contínuos desafios que nossos missionários enfrentam é a falta de interesse em assuntos religiosos e em nossa mensagem.
Essas críticas geram (…) interesse pela Igreja. Isso proporciona [aos membros] uma oportunidade de mostrar a verdade àqueles cuja atenção se volta para nós”
Engraçado que mesmo com uma publicidade negativa, informações sobre a Igreja podem servir aos propósitos do Senhor, e uma oportunidade assim pode ser utilizada para fortalecer nossa fé e nosso testemunho.
3 formas de lidar com a oposição
Entretanto, certos tipos de conversas, conteúdos ou comentários podem nos abalar ou nos deixar bem pensativos durante alguns dias. Não tem nenhum problema refletirmos sobre algum assunto mais delicado, termos perguntas ou dúvidas sobre uma doutrina ou evento da história da Igreja, e até mesmo conversar com alguém que não tem as mesmas crenças que nós.
Só não podemos esquecer que, nesses últimos dias, “a oposição de Satanás [é] ainda mais sutil e aberta (…) mais evidente, [porém] mascarada com maior sofisticação e astúcia (…) [precisamos] de maior espiritualidade para perceber todas as formas do mal e maior força para resistir a ele” (“A garganta do diabo“, James E. Faust, Conferência Geral, abril de 2003).
Por isso, podemos tentar essas 3 coisas quando a oposição aparecer:
1. Ignorar a oposição
Ficar em silêncio diante da oposição às vezes é útil, e, na verdade, às vezes é a melhor coisa a se fazer. O Senhor Jesus Cristo, por exemplo, não proferiu uma única palavra diante de Herodes (Lucas 23:9). Muitas vezes temos que suportar a oposição, sem murmurar ou lutar, confiando que Deus sabe melhor do que nós, quando removê-la.
Na Alegoria das Oliveiras de Zenos, o Senhor da Vinha não autoriza a retirada imediata dos frutos amargos: em Sua sabedoria Ele permite que “à medida que os bons forem crescendo (…) [eles] sobrepujem os maus e os maus sejam cortados e lançados no fogo (Jacó 5:65-66).
Esse é um processo natural e silencioso de combater a oposição –focar nas coisas boas e no que nos faz bem ao invés de buscar o que não está legal.
2. Combater os argumentos
Às vezes, é útil combater a oposição com lógica e argumentos sólidos. Lemos alguns combates nas escrituras onde a vergonha do opositor foi revelada. Serém e Corior (Jacó 6 e Alma 30), são dois exemplos importantes.
Os opositores com más intenções geralmente exigem que nós expressemos nossa opinião, já preparados para apontar as falhas de nosso ponto de vista. A verdade é que eles querem discutir e brigar, ao mesmo tempo que nos fazem ficar alterados.
Se decidirmos responder essas pessoas, precisamos fazer isso com respeito e educação, nos esforçando para ser pacificadores, assim como nos aconselhou o Presidente Russell M. Nelson:
“A contenda afasta o Espírito — sempre. A contenda reforça a falsa noção de que o confronto é o meio de resolver diferenças; mas nunca é. A contenda é uma escolha. Ser um pacificador é uma escolha. Vocês têm o arbítrio para escolher a contenda ou a reconciliação. Eu os exorto a escolher serem pacificadores, hoje e sempre”
(“Precisa-se de Pacificadores”, Conferência Geral, abril de 2023).
Nem sempre todo mundo concordará com tudo, pois a verdade espiritual é discernida espiritualmente, e não dá para esperar que todos entendam isso. Mesmo assim, podemos defender o que acreditamos, desde que o façamos com mansidão e buscando sempre edificar e elevar as pessoas.
3. Prestar testemunho da verdade
E, finalmente, tem vezes que a melhor resposta é simplesmente compartilhar o nosso testemunho. Como Alma, que deixou de ser Juiz Supremo porque percebeu que o povo nefita precisava mais de um testemunho forte do que de julgamentos (Alma 4:19).
O testemunho é uma certeza espiritual dada pelo Espírito Santo. “Um testemunho do evangelho é uma confirmação do Espírito Santo a nossa alma de que certos fatos de significado eterno são verdadeiros e que sabemos serem verdadeiros. Tais fatos incluem a natureza da Trindade e nosso relacionamento com seus três membros, a eficácia da Expiação e a realidade da Restauração” (“Testemunho”, Dallin H. Oaks, A Liahona, maio de 2008).
Um testemunho é mais do que uma certeza intelectual. As pessoas podem questionar intelectualmente nossos argumentos, mas não podem questionar nosso testemunho – pois é uma verdade revelada a nós por meio do Espírito Santo.
Conclusão
A oposição e as críticas sempre estarão presentes, e ter uma decisão de como vamos reagir quando elas aparecerem podem fazer toda a diferença.
Escolha defender a verdade, mas ao mesmo tempo, escolha ser um pacificador e ficaremos bem.