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Três formas de combater a Apostasia

Jesus Cristo

estudando as escriturasA verdade sempre sofre oposição. “A oposição, as críticas e o antagonismo sempre acompanham a verdade. Sempre que a verdade no tocante ao propósito e destino do homem é revelada, há sempre uma força que se opõe a ela. Começando por Adão e Eva no Jardim do Éden, até o ministério de Cristo e prosseguindo até nossos dias, sempre houve e sempre haverá o empenho de enganar, de desviar, de opor-se e de frustrar o plano da vida.” [1]

Pode-se dizer que oposição é algo normal. Paradoxalmente é até bom que assim seja. O Elder Robert D. Hales disse: “Aprendemos com o passar dos anos que os desafios a nossa fé não são novos e provavelmente não vão desaparecer tão cedo. Mas os verdadeiros discípulos de Cristo vêem oportunidades em meio à oposição. (…) A experiência mostra que períodos de publicidade negativa sobre a Igreja ajudam a cumprir os propósitos do Senhor. Em 1983, a Primeira Presidência escreveu aos líderes: “A oposição pode ser, na verdade, uma oportunidade. Um dos contínuos desafios que nossos missionários enfrentam é a falta de interesse em assuntos religiosos e em nossa mensagem. Essas críticas geram (…) interesse pela Igreja. Isso proporciona [aos membros] uma oportunidade de mostrar a verdade àqueles cuja atenção se volta para nós” [2]

Porém, há um ponto em que a iniquidade e apostasia devem ser combatidas. Há basicamente três maneiras abordar a apostasia, que surgem em conversas, livros, artigos, conteúdos na internet, etc. Saber quando utilizar cada uma das abordagens exige maturidade espiritual.

  1. Ignorá-la – Ficar em silencio diante da oposição às vezes é útil, e, na verdade, às vezes é a melhor coisa a se fazer. O Senhor Jesus Cristo, por exemplo, não proferiu uma única palavra diante de Herodes (Lucas 23:9). Muitas vezes temos que suportar a oposição, sem murmurar ou lutar, confiando que Deus sabe melhor do que nós, quando removê-la. Na Alegoria das Oliveiras de Zenos, o Senhor da Vinha não autoriza a retirada imediata dos frutos amargos: em Sua sabedoria Ele permite que “à medida que os bons forem crescendo (…) [eles] sobrepujem os maus e os maus sejam cortados e lançados no fogo (Jacó 5:65-66). Esse processo natural e silencioso de combater a oposição – que é focar na árvore da vida, em vez de analisar o rio de águas sujas [3], pode ser lento, mas gera bênçãos que de outra forma não seriam alcançadas.
  2. Combate-la com argumentos racionais. Às vezes é útil combater a oposição com argumentos, mostrando a estupidez e maldade dos opositores. Lemos alguns combates nas escrituras onde a vergonha do opositor foi revelada. Serém e Corior (Jacó 6 e Alma 30), são dois exemplos importantes. Os iníquos geralmente exigem que os justos provem seu ponto de vista ou ao menos apontem falhas nos argumentos deles. Mas o ônus da prova não esta sobre os justos ou sobre a verdade. E é um pensamento falacioso supor que os justos devem responder na mesma lógica e dentro dos mesmos parâmetros dos adversários. Afinal “ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:11). O “homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porquanto se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2:14). Entretanto, apologética tem espaço e relevância, e se utilizada adequadamente pode proporcionar um solo adequado para questões sinceras que levarão ao verdadeiro conhecimento das coisas espirituais. Mas tudo deve ser pautado no Espírito de Mansidão e procurando a edificação. As questões loucas devem ser evitadas, pois provocam mais contendas. O mais sábio é procurar pontos e comum e lutar pelo que é mais caro e precioso.
  3. Prestar Testemunho da Verdade. Chegou um ponto em que Alma deixou a cadeira de Juiz Supremo, pois não viu “outro modo de [reformar o povo nefita], a não ser pela força de um testemunho puro contra eles” (Alma 4:19). O testemunho é uma certeza espiritual dada pelo Espírito Santo. “Um testemunho do evangelho é uma confirmação do Espírito Santo a nossa alma de que certos fatos de significado eterno são verdadeiros e que sabemos serem verdadeiros. Tais fatos incluem a natureza da Trindade e nosso relacionamento com seus três membros, a eficácia da Expiação e a realidade da Restauração” [4]. Um testemunho é mais do que uma certeza intelectual [5]. Às pessoas podem questionar intelectualmente os argumentos, mas não podem questionar o testemunho – pois é verdade pessoal revelada pelo Espírito Santo.

Nossa segurança e bem-estar, com ou sem oposição, reside em guardarmos os mandamentos de Deus. Nesses dias em que “a oposição de Satanás [é] ainda mais sutil e aberta (…) mais evidente, [porém] mascarada com maior sofisticação e astúcia (…) [precisamos] de maior espiritualidade para perceber todas as formas do mal e maior força para resistir a ele.” [6]

 

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NOTAS

[1] “O Profeta Joseph Smith”, Élder Lawrence E. Corbridge, Dos Setenta. Conferência Geral Abril de 2014

[2] “Coragem Cristã: o Preço de Seguir Jesus”, Elder Robert D. Hales, Conferência Geral, outubro de 2008

[3] Interessante a frase de Néfi a seus irmãos, ao explicar o sonho de seu pai-profeta: “sua mente estava tão absorvida com outras coisas que não observou a imundície da água.” (1 Néfi 15:27)

[4] Dallin H. Oaks, “Testemunho”, A Liahona, maio de 2008, 26

[6] “A garganta do diabo”, James E. Faust, Conferência Geral Abril de 2003).

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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