Existem vários debates históricos e pesquisas procurando definir a raiz da religião e compreender o momento em que as manifestações religiosas deixaram de ser expressões filosóficas de princípios e passaram e a ser instituições. O fato é que surgiram religiões e elas expressam dogmas que são diferentes.

O que vamos fazer agora? Algumas respostas são possíveis. As pessoas podem crer em algo e ignorar completamente a diversidade do mundo que a cercam. Podem iniciar conflitos e quem sabe fazer a Terceira Guerra Mundial com a justificativa ideológica de que estavam defendendo seus princípios e valores.

Outra possibilidade que vem sendo defendida pelos líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é abrir o diálogo com outras pessoas e instituições religiosas.[1] Não existe liberdade religiosa real sem maturidade dos indivíduos para o diálogo com as diferenças. A ignorância é a raiz de todos os preconceitos.

Qual é o limite para o conceito de liberdade? E se é que existe um limite social para isto, seu limite pessoal está próximo ou longe dele? Platão foi muito feliz quando há muito tempo criou a alegoria da caverna [2], ilustrando o difícil caminho daqueles que decidem sair do seu ponto de conforto e segurança para enfrentar aquilo que é novo e diferente.

homem dentro da caverna com ponto de vista limitado
A alegoria da Caverna criada por Platão ajuda a entender a difícil jornada daqueles que precisam mudar suas opiniões. | Imagem: Cadernos Filosóficos

Um princípio importante do cristianismo

O Élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:

Há pouco tempo, vi uma citação que me fez parar e pensar. Ela dizia: “Diga a um homem que há trilhões de estrelas no Universo e ele acreditará em você. Diga-lhe que a tinta da parede ainda está fresca e ele a tocará para ter certeza”.

Existe uma meta e um padrão estabelecido pelo Senhor. Uma família de pai, mãe e filhos, mas o que fazer quando a realidade da sua vida não se encaixa nesse modelo? Quando você tem problemas para engravidar?

Não consegue se casar, tem atração por pessoas do mesmo sexo, quando você é recém-converso vindo de outra igreja? Quando gosta de estar na Igreja, mas não tem um testemunho sobre todos os princípios do Evangelho?

Em outros tempos, cada vez que as pessoas se sentiram excluídas de alguma maneira, elas simplesmente formaram outra igreja. Basta observar a história do protestantismo, protestaram e formaram outras igrejas que não era a Católica.

As igrejas cristãs não católicas, são todas de alguma forma fruto deste desconforto de se sentir cristão, mas não se encaixar perfeitamente em um determinado contexto religioso.

Essa é a maneira do Senhor? Deus espera que a cada vez que nós sintamos excluídos em sua Igreja nos afastemos ou fundemos outra Igreja? Talvez o princípio mais cristão do cristianismo seja a tolerância. O momento mundial requer a sabedoria de se saber lidar com a diversidade.

A doutrina da Igreja não vai mudar. O evangelho é e continuará sendo o mesmo, mas a capacidade do cristão de conviver com a diferença precisa ser ampliada. Leia a seguir uma comparação entre os adventistas e santos dos últimos dias:

adventistas e santos dos últimos dias
Fonte: noticias.adventistas.org

Sobre os Adventistas

Segundo dados de 2013, os adventistas do sétimo dia formam atualmente uma comunidade com 18 milhões de membros, a igreja foi organizada em 1863, nos Estados Unidos da América, acreditam que a Bíblia é uma tradução literal da palavra de Deus.

A igreja surgiu como consequência de um movimento chamado de movimento adventista, segundo este, as pessoas precisavam ter uma melhor compreensão das “verdades universais” contidas na Bíblia e tanto pastores como leigos tinham a missão de difundir o cristianismo. A primeira igreja fora dos EUA foi fundada em Crespo na Argentina e hoje os adventistas estão presentes em mais de 200 países.

Diversificam seus projetos de atuação em cada lugar para atender as necessidades de um mundo diverso. Para tanto, trabalham com um plano de pregação do Evangelho na América do Sul, baseado em três valores: comunhão, relacionamento e missão.

Existe uma hierarquia na maneira como estão organizados, a sede nos EUA coordena o trabalho de 13 divisões mundiais em todos os continentes, as divisões mundias por sua vez coordenam outros grupos chamados de uniões, associações ou missões. A agência humanitária – ADRA, coordena o trabalho, mas quem realmente realiza o trabalho são a base (comunidades locais).

Capela da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Imagem: ChurchofJesusChrist.org

Sobre os Santos dos Últimos Dias

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi restaurada em Nova York, nos Estados Unidos em 6 de abril de 1830 e conta atualmente com aproximadamente 17 milhões de membros. A restauração da igreja sucedeu a primeira visão relatada pelo então profeta Joseph Smith, a restauração do sacerdócio aarônico e de Melquisedeque e a tradução do Livro de Mórmon. Uma década separam as primeiras impressões espirituais de Joseph da organização oficial da Igreja.

Os cristãos conhecidos como santos dos últimos dias fazem parte de uma vertente restauracionista. Acreditam que a mesma igreja que havia sido criada pelo salvador Jesus Cristo foi restaurada pelo profeta Joseph. Esta característica faz com que não se encaixe em nenhuma vertente do cristianismo atual.

Os pioneiros santos dos últimos dias foram perseguidos e migraram para o Oeste dos Estados Unidos e a sede mundial da Igreja acabou sendo estabelecida em Salt Lake City. A igreja é atualmente dirigida por um profeta vidente e revelador (Russell M. Nelson) e por um quórum de 12 homens chamados de 12 apóstolos. Colaboram com o trabalho destes um outro quórum conhecido como quórum dos Setenta.

Os assuntos gerais da igreja são dirigidos pelo profeta e seus dois conselheiros. Além disso, os membros se organizam em grupos chamados de estacas, alas e ramos. Estes grupos são definidos por limite geográfico e dentro dessas comunidades atuam líderes locais.

jesus cristo

Concordâncias entre adventistas e santos dos últimos dias

Adventistas e Santos dos Últimos Dias são igrejas cristãs fundadas nos Estados Unidos no primeiro quinquênio de 1800. Ambas se alicerçam em visões que foram tidas por seus profetas. Os adventistas valorizam as palavras da profetisa Ellen G. White enquanto os santos dos últimos dias seguem os ensinamentos do profeta Joseph Smith.

Ambos veem uma necessidade de se pregar o evangelho de Jesus Cristo e por isso são povos proselitistas que saem em missões. Acreditam que a família é o ponto central da sociedade e por isso dedicam boa parte de suas atividades e ensino aos grupos familiares. Possuem programas para jovens e ensino diferenciado para crianças.

Valorizam o ensino e durante suas reuniões semanais realizam debates bíblicos. Divulgam seu conhecimento por meio da leitura e sistemas de comunicação.

Ambas estimulam um conceito de saúde integral preocupando-se em ajudar o indivíduo como um todo, saúde física é, portanto, tão importante quanto saúde espiritual. São favoráveis a doação de sangue. Oferecem grupos de apoio para abandonar o álcool e o fumo.

A visão geral dessas religiões é a de que Jesus Cristo irá voltar e que a Terra precisa estar preparada para este momento. Acreditam que são como instituição responsáveis por este processo de preparação. Além disso, acreditam que uma sociedade melhor é formada por pessoas melhores. Incentivam, portanto, toda boa iniciativa social.

adventistas e santos dos últimos dias
Fonte: adventistas.org

Divergências entre adventistas e santos dos últimos dias

Adventistas e santos dos últimos dias divergem quanto ao seu cânon. Para os adventistas, os 40 livros escritos por Ellen G. White são importantes e podem ajudar os cristãos a se achegarem a Cristo, mas não se comparam a Bíblia vista como o único livro sagrado sobre a Terra.

Para os santos dos últimos dias, o Livro de Mórmon foi escrito por Deus e é um volume de escrituras comparável a Bíblia, os mórmons cumprem e seguem a Bíblia desde que sua tradução esteja correta.

Se bem concordam que o Senhor institui um dia de repouso, discordam quanto ao dia da semana em que este dia se encontra e o que pode ou não ser feito neste dia.

Para os adventistas, o sábado começa com o pôr do sol de sexta-feira e termina com o pôr do sol de sábado. Deve ser iniciado e terminado com breves e atrativos cultos de pôr do sol, com a participação dos membros da família.

Nessas ocasiões, é oportuno cantar alguns hinos, ler uma passagem bíblica, seguida de comentários pertinentes e expressar gratidão a Deus em oração. Para os santos dos últimos dias, o dia santo é o domingo, iniciando-se e terminando no horário convencional do relógio. Aos domingos os santos dos últimos dias se reúnem em suas capelas e participam de reuniões.

Outros pontos de doutrina podem suscitar disputas entre os dois grupos, divergem quanto à prática da Santa Ceia, que para os adventistas deve ser realizada quatro vezes ao ano, enquanto os santos dos últimos dias a partilham semanalmente.

Divergem em suas crenças quanto a profetas, uma vez que para os adventistas apenas os personagens bíblicos foram profetas e para os santos dos últimos dias Deus ainda chama profetas hoje em dia.

Basicamente, os dois grupos respondem em diferentes maneiras as perguntas de onde viemos e o que acontece depois da morte. Seu conjunto de doutrinas é, portanto, diferente.

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