Existe uma cultura péssima na Igreja. Ela faz alguns membros pensarem que podem atormentar os filhos das outras pessoas sobre missão.
“Quando o Joãozinho vai para a missão?”
Geralmente, quando um membro completa 18 anos, várias pessoas se precipitam e começam a atormentar o rapaz e seus pais com perguntas do tipo: “Quando o Joãozinho vai para a missão?” “Por que não foi para a missão ainda?” Embora não seja intencional, as perguntas geralmente deixam a pessoa indagada desconfortável e deslocada.
Não creio que alguém tenha a intenção de envergonhar ou acuar alguém, mas não é da nossa conta como e quando alguém decide ir para a missão. Temos que prestar mais atenção em como os desafios da vida podem estar afetando os outros.
Decidir servir em uma missão não é uma decisão fácil. Eu sei o que estou dizendo. Não fui para a missão até completar 22 anos de idade. Por 3 anos as pessoas me perguntaram por que eu não estava na missão. Cada vez que alguém perguntava, minha vontade de ir diminuía. Eu só queria gritar… PAREM DE ME ATORMENTAR COM ISSO!!! NÃO É DA SUA CONTA! Em vez disso, nem liguei. Por 3 anos eu não liguei. Não estou dizendo que foi culpa das outras pessoas. Não posso culpar os outros por minha procrastinação, mas o que estou dizendo é que elas não ajudaram.
Minha decisão
Quando finalmente decidi ir para a missão, não foi por causa dos membros da Igreja aleatórios que tentavam me fazer sentir culpado. Foi por causa do Espírito que trabalhou comigo por muito tempo. Foi porque observei os membros e ex-missionários felizes que compartilhavam o testemunho sobre o serviço missionário. Suas ações eram prova da eficácia e validade do serviço que realizaram.
De acordo com David O. McKay, “O homem é um ser espiritual, uma alma, e em certa época da vida, todos somos tomados por um desejo irresistível de descobrir nossa relação com o infinito. Há algo nele que o faz erguer-se acima de si mesmo, controlar o ambiente, dominar o corpo e todas as coisas físicas e viver em um mundo mais elevado e belo” (David O. McKay, Conference Report, outubro de 1928, pág. 37). Aquilo me tocou.
Em Atos 17:27 diz que Deus “não está longe de cada um de nós”, não importa o que estamos passando na vida. Tive que ouvir os sussurros, buscar a Deus e mudar. Ninguém mais poderia fazer isso por mim. Nem um milhão de perguntas de pessoas aleatórias “preocupadas” me ajudaria. Minha mãe, meu pai, uma avó, meu bispo — eles tinham o direito de me dar uma cotovelada amorosa ou dizer palavras de incentivo. Mas as outras pessoas… não.
Quem a boca do meu filho beija, a minha adoça
A única coisa que pode ser pior do que atormentar um jovem sobre ele ir para a missão é atormentar a mãe ou o pai dele. Os pais levam todo o processo muito mais a sério do que o jovem. Porque, para eles, quando outros membros lhes perguntam sobre por que seu filho ou filha não está na missão, eles acham que não são considerados bons pais. Como se eles não vivessem retamente ou não criassem os filhos bem o suficiente. Afinal, ele ou ela ainda não foi para a missão. As pessoas presumem coisas que não precisam presumir. Elas começam a fazer fofoca sobre o que não se deve fazer.
Minha missão foi tudo para mim. Eu fui quando estava pronto. Quando eu tinha 19 anos, eu não estava. Meu bispo sabia. Meus pais sabiam também. Eu sabia. Ninguém mais sabia porque ninguém conhecia minha situação. Havia milhares de jovens que foram servir em uma missão quando tinham 19. Eles estavam mais preparados do que eu. Eu aplaudo esses jovens por chegar a esse ponto antes de mim. Mas especulação, pergunta ou adulação nenhuma fará de um jovem despreparado um ótimo missionário. E eu não queria ser um missionário medíocre ou simplesmente um bom missionário. Eu queria ser um missionário ótimo. Então me preparei para alcançar aqueles que já estavam no campo. E depois disso, eu fui.
Parem de atormentar!
Então parem de atormentar pais preocupados e seus filhos sobre missão. Tenham certeza que o assunto já rodeia a mente deles o suficiente. Se quiserem ajudar de verdade, sejam o exemplo do espírito missionário e falem das bênçãos recebidas por fazer esse sacrifício e altruísta por dois anos.
Escrito por Greg Trimble e traduzido por Luciana Fiallo Alves
Fonte: www.gregtrimble.com
https://mormonsud.net/missao/resposta-avo-missao/
Discordo 100% desse texto como um “conselho” aos membros da igreja. Como opinião pessoal do escritor tudo bem mas ainda assim discordo. Pelos seguintes motivos:
1- O texto diz não digam aos outros o que fazer ou não fazer, mas isso é exatamente o que o autor está fazendo no texto (Parem de atormentar as pessoas…)
2- Um antepassado já fez essa pergunta “sou eu guardador de meu irmão?” – e sabemos o que Cain tinha feito. Somos sim guardadores de nossos irmãos. (…e aquele que for advertido advirta seu irmão…)
3- Ser cobrado sobre ir pra missão pode ter sido negativo na experiência do autor mas será que é negativo pra todos? Ou pra maioria? Será que muitas pessoas não são gratas por terem sido cobradas? Assim como pesquisadores que só passaram a progredir e foram batizados por terem missionários persistentes que cobraram eles?
4- Elder Bednar tem 2 discursos excelentes. No primeiro fala sobre os benefícios e desafios da grande preocupação dos santos uns para com os outros. E deixa claro que essa preocupação pode sim ser muito saudável. E o segundo sobre o fato de ofender-se é uma escolha. As pessoas podem ofender-se ou não.
5- “atormentar os filhos das outras pessoas sobre missão” nada mais é do que prestar seu testemunho. O que é um testemunho se não “atormentar” ou falar (muitas vezes com insistência e sem nem ter sido questionado) sobre algo que você sabe ser verdade??? O autor sugere que devemos parar de prestar nosso testemunho? Se sim, está em colisão direta com o que os profetas nos ensinam.
6- Claro que servir em uma missão é algo que o jovem deve decidir. Como qualquer outro mandamento. Temos o poder de escolher. Mas sabemos tambem que servir uma missão é um mandamento tão importante como os outros. Por isso o ato de alguem tentar convencer um irmão a servir em uma missão deveria ser visto como tão positivo quanto um irmão convencendo o outro a guardar um mandamento como a palavra de sabedoria ou a lei da castidade.
7- O argumento usado pelo autor para justificar sua demora em ir para missão é extremamente inválido. O princípio de ter que ter uma resposta antes de guardar um mandamento não vale para membros da mesma maneira que vale para pesquisadores ao investigar a igreja. Nós membros não podemos dizer “Vou guardar a lei da castidade quando sentir que é a hora”. Já fizemos um convênio. Podemos decidir não cumpri-lo, ou postergar o cumprimento. Mas não posso orar e pedir pro Senhor me responder se devo guardar a lei da castidade ou não.
Bom é claro que tudo isso é de acordo com minha opinião. E de jeito algum pretendo ofender alguem que pense diferente.
Concordo plenamente irmão
Acho que entendo aquilo pra que o autor procura chamar a atenção. Trata-se de sermos mais sensíveis no trato com as pessoas, principalmente com relação às suas escolhas.
Esse post nao foi nada edificante, pelo contrario a meu ver so estimula a pararmos de vigiar a fazer o que é certo, confirmar o irmão.
Por favor n parem…