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Não, a missão não é para você – resposta de uma missionária retornada para o seu pai

missionária retornada

Nota do editor: este artigo foi publicado em resposta a carta que um pai escreveu quando sua filha estava começando sua missão. Você pode lê-lo aqui.

saindo em missão

(imagem via deseret News)

Resposta de uma missionária retornada para seu pai

Há mais ou menos 18 meses eu entrei no Centro de Treinamento Missionário em Provo, Utah. Meu objetivo era começar meu serviço como missionária da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Me sentia pouco preparada, mas animada para este novo desafio. Meu destino era o Brasil, mas passei três das minhas seis semanas de treinamento nos Estados Unidos esperando pelo meu visto.

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Missionária retornada responde ao seu pai. (imagem via mormonsud.org)

Estive em muitos lugares incríveis e conheci  pessoas mais incríveis ainda. Deixei para trás a maior parte de minhas roupas, sapatos e meu coração. Porém algo que sempre guardei comigo foi uma carta do meu pai cujo título era: “A missão não é para você”.

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Missionária retornada ainda no início de sua missão no Templo de Provo. (imagem via mormonsud.org)

Agora, 18 meses depois de haver recebido esta carta, tenho a oportunidade de responder ao meu querido pai.

Meu querido pai, você tinha razão a missão não era para mim. Não que eu não soubesse, mas nós dois sabemos que eu prefiro experimentar as coisas por mim mesma. É incrivelmente admirável como algo que não é  destinado ao seu próprio benefício termina sendo exatamente aquilo que você precisava.

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Uma missionária retornada fala sobre sua missão. Imagem via jasonfwright.com

Se eu fizesse uma lista de todas as coisas que aprendi em minha missão, ela nunca terminaria. Por isso, irei compartilhar apenas algumas coisas.

Acredito que algo que mais amei foi o fato de poder ver as pessoas “pelos olhos do Pai Celestial”.  Pessoas que nunca havia visto antes se tornaram velhos amigos. Tive a oportunidade de sentir o amor do Pai Celestial por Seus filhos.

Tive que buscar, procurar um pouco mais. Buscá-lo o mais profundamente que fui capaz. Tive que ver as pessoas através dos olhos Dele. Como com qualquer outro dom divino tive que trabalhar para obtê-lo. Não podemos ignorar as imperfeições, mas também não podemos deixar de ver  a luz nos  olhos de Seus filhos.

Cada um de nós é  literalmente um filho de Deus. Basicamente o que eu fiz, foi conhecer muitos de meus irmãos e irmãs de uma maneira completamente nova.

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Sister Oakli e Santos durante suas missões. (imagem via jasonfwright.com)

Agora, não foi fácil, pai. Você me disse que seria muito difícil, mas eu de certa forma  não acreditei. Fui testada fisicamente – caminhar e suportar o calor do Brasil não foi algo simples -, mas certamente fui provada mentalmente. Todas as portas que se fecharam diante do meu rosto e ainda mais triste aquelas  que nunca se abriram. Acho que ouvi mais “não” de estranhos do que jamais havia escutado do senhor e da mamãe.

Foi em um  destes momentos que me lembrei de uma citação  do presidente Thomas S. Monson :“Nós, como servos, não podemos esperar nada menos do que o Mestre, que deixou a mortalidade somente depois de muita dor e sofrimento”.

Bingo! Já era previsível que seria muito difícil. Eventualmente devemos sair de nossa zona de conforto para crescer. Uma das sisteres de minha missão me disse uma vez: “é Seu trabalho, precisamos fazê-lo a Sua maneira”. Esta é a verdade. Como podemos desejar fazer as coisas a nossa maneira, quando Ele sabe como  funciona perfeitamente?

Assim como o senhor me disse que aconteceria, o livre-arbítrio de outras pessoas me afetou profundamente. Enquanto muitos disseram “não”, existiram alguns que falaram “sim”. Alguns dos que disseram “sim” mudaram sua opinião e se juntaram aos que tinham dito “não”. Meu coração se quebrou muitas vezes. Porém, como o senhor havia me advertido, nunca parei te tentar enternecer seus corações.

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Joyce Cardias, Ana Paula Belo, Oakli Wright e Makelle Smith. (imagem via jasonfwright.com)

A oração se converteu em uma parte essencial de minha vida. Eu gostaria de ter aprendido essa lição antes. Quando os piores dias chegaram e senti que havia perdido toda a minha esperança, falar com o Pai Celestial foi a minha salvação.

A maior e mais importante lição a ser aprendida foi “como” aceitar a vontade do Senhor e depois me submeter a ela. Temos que fazer as coisas do jeito Dele. Todas as coisas exatamente da maneira como prometemos que faríamos. Quando aceitamos o que Ele pede a vida fica muito mais fácil. Os espinhos encontrados ao caminhar pela vida não fazem dela uma diversão, contudo o Pai Celestial, ao nos dar o arbítrio, deu-nos também mandamentos e conselhos. O modo como usarmos tal arbítrio determinará ou não a nossa felicidade.

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Oakli Wright, Larissa Coelho, Sara Messias e Aila Borges. Missionparia retornada fala sobre sua missão. (imagem jasonfwright.com)

Claro, todas essas lições ainda se aplicam hoje, no final da jornada, mais do que nunca. Ir para missão, voltar para casa, e esquecer todas as lições que foram aprendidas seria muito triste. Estas lições não significariam nada se não as aplicássemos em nossas vidas.

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Oakli Wright, Daniela Ferreira e Sara Messias. Missionária retornada em um dia feliz de sua missão. (imagem via jasonfwright.com)

Obrigada, pai, por tudo! Mesmo quando escolhi desafiar a vida, já sabia que valeria a pena, né? Te amo muito. Depois de 18 meses e 8.000 quilômetros, posso testificar que a distância e o tempo verdadeiramente enternecem o coração.

Isso vale para você também, mãe. Com amor,

Oakli

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Rochelle Rocha, Jessi George, Oakli Wright e Sara Messias. Missionária retornada relembra sua missão. (imagem via jasonfwright.com)

| Missão
Publicado por: Leilyanna da Penha
Leilyanna da Penha é natural de Goiânia, professora de História, serviu na missão Argentina Buenos Aires Oeste, é estudante de inglês e fala espanhol fluentemente.
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