Aos que sabem e aos que ainda não sabem: estou a um passo de enviar meus papéis para servir missão de tempo integral.
Hoje eu senti muito medo! Olhei para a Margareth, a gata adorável e inteligente que eu crio e por quem sou completamente apaixonada, e chorei. E se ela morrer enquanto eu estiver na missão? E se minha amada avó, que tem 84 anos, morrer enquanto eu estiver na missão? E se eu pegar uma doença grave na missão? E se grupo musical em que toco for convidado para tocar até na Muralha da China (e eu espero mesmo que elas tenham todo o sucesso e reconhecimento do mundo) enquanto eu estiver na missão e eu morra de vontade de estar fazendo isso tudo com elas? E se eu só tiver companheiras malucas? E se o homem da minha vida, que nem conheço ainda, se casar com umazinha qualquer, que, sem dúvida alguma não o merecerá, porque estou eu estou na missão?
Medo, medo, medo, medo! Sabem o que é isso?
Confesso: tentei conversar com algumas pessoas, mas a confusão só aumentou.
Depois de trabalhar, preparar umas coisas para amanhã, arrumar meu quarto e ouvir muito Marie Fredriksson, fui pegar minha panorâmica no dentista (isso faz parte da preparação para a missão). Mas antes, tomando banho, me lembrei da vida de Joseph Smith e de como ele tinha reais motivos para desanimar e, mesmo assim, não desanimava. “É tu maior que ele?”, pergunta feita pelo Senhor em referência a Si mesmo que eu repeti a mim mesma usando Joseph como referência. Não, não sou… mas, no final do dia, não devo ter sido comissionada para algo tão grandioso como ele fora, tentei me convencer.
No caminho, fui orando e conversando com o Pai Celestial. Lembrei-me de uma música do Sixpence None The Richer, “I’ve been waiting”. O refrão, que me pegou desde a primeira vez, diz: “So I’m changing who I am / Cause what I am’s not good / And I know you love me now / But I don’t see why you should / And I don’t see why you should / No, I don’t see why you should”. (“Então eu estou mudando quem sou / Porque o que eu sou não é bom / E eu sei que você me ama agora / Mas eu não vejo por que você deveria / E eu não vejo por que você deveria / Não, eu não vejo porque você deveria”). “É, Pai, Tu me amas e eu sei bem disso. Mas, sinceramente, sei que sou indigna desse amor. Tu és perfeito de verdade. Tens domínio sobre todas as coisas e conheces o que é reto e belo, tal como eu não consigo conceber. E, mesmo assim, não sei por que, Tu me amas profundamente…”, falei baixinho… :-/
Fiquei pensando o quanto não sou merecedora nem do amor de Deus nem de embarcar na obra do Senhor por ter tanto medo, ser tão fraca, por sonhar com o garadão mesmo evitando a luta e porque, às vésperas de mais um aniversário, admito, pela milésima vez, que até hoje não fui capaz de construir NADA. Auto-piedade, pena e dramalhão daqueles, né? Sim, mas tudo sincero.
Até que chegou a hora da Reunião Familiar (da qual, confesso, nem queria participar). A primeira escritura lida? D&C 122:5-8. Tomaaaa! Depois Moisés 6:31 (que, aparentemente, não tem nada a ver com o tema da mensagem. Para ser sincera, acho, até agora, que minha tia “errou” a referência…). Por fim, D&C 136:31, que eu casei na mente com Lucas 9:62.
Noooossa, foi pra mim. Tudo – escrituras, citações e comentários da família – caiu com PERFEIÇÃO ao que eu estava sentindo! 🙂
A última oração foi minha. Tratei de agradecer pela família que tenho e pelo exemplo dos santos de Deus, em todo o mundo e em todas as épocas, que enfrentam as provações e as adversidades de modo que nos deixaram exemplos de firmeza em Cristo. Se eles venceram, eu também posso! Pedi pela companhia constante do Santo Espírito, para que Ele nos traga à lembrança as coisas que falamos hoje quando precisarmos nos lembrar delas para vivermos (como aconteceu comigo hoje). Pedi para que desenvolvamos a capacidade de ensinar pela exemplo e também por boas palavras. E, claro, agradeci pela Expiação de Cristo, através da qual somos participantes da graça que nos qualifica e nos santifica nos melhores e nos piores momentos da vida.
Nossa, como eu sou feliz por ser membro da Igreja verdadeira, pelas santas e inspiradas escrituras e por ter minha família no evangelho! 😀
(Sim, isso é um “final” feliz. Missão, aí vou eu!)
São Paulo! São Paulo! São Paulo!!!!! bjs
puxa q bom exemplo, eu tb passei por td essa indecisao antes de mandar meus papeis p missao. FOrca a]i e bj grande
Marília,
Essas preocupações tuas são normais, mas elas passarão no dia em que pisares no CTM e te esqueceres de ti mesma. E vai continuar quando conheceres as famílias, companheiras e amigos maravilhosos que terás na missão. Sabe, eu fiz missão há muito tempo (1983-1985), mas deixa eu te dizer uma coisa: ainda hoje há noites em que acordo no meio da noite com lágrimas nos olhos porque sonhei que estava na missão. Sabe aquele filme “The Best Two Years”? Não existe maior verdade do que esta. Me lembro com muito carinho de tudo o que passei, de bom e de ruim (eu tive um acidente na missão em que quebrei os 2 braços, o nariz e um dente…). Tudo o que sou profissionalmente, como marido e como pai devo em parte à missão que fiz.
Na realidade, quando fui para a missão eu pensava que estava indo ajudar o Pai Celestial, mas quando estava no fim da missão já havia compreendido que o Pai não precisava de mim para trazer os seus filhos para a Igreja, era eu quem precisava fazer a missão, para assim compreender quem eu era e qual o meu potencial na vida. Eu fui o maior beneficiado pela missão na qual me dediquei aos outros.
Abraço e boa sorte!
A decisão é difícil né, minha cara? Também tive uma decisão difícil quando me batizei mas no fundo no fundo, senti que fiz a coisa certa. Parece que sempre tem algo que fica impriguinando no nosso ouvido, nos rebaixando, nos humilhando justamente para não exercermos a obra do Senhor, mas, acredite: você terá suas bençãos na sua volta. 🙂
E te falo uma coisa: todos os missionários retornados (até as sisters) falam que se pudessem fazer missão de novo, fariam. Há até um caso de um pai que foi obrigado a buscar a filha na missão porque a mesma não queria voltar pra casa… É, queria porque queria ficar na missão, hehehehehehe…
E essas preocupações são tão normais mas é só para atiçar. Vê o exemplo do “Serjão” de cima. Ah, também tem o filme “O Outro Lado do Céu” e até o pequeno documentário do “Brasil, Doce Lar”.
Quando tomo certas decisões, também me lembro dos pioneiros e sobre as difíceis decisões que eles eram obrigados (no caso, nem era o que queriam) a tomar quando a turba de bob… quer dizer, de pessoas queriam atacar os SUD da época. E os mesmos abandonaram tudo para seguir sua fé. E Joseph Smith? Que foi condenado por seguir a verdade? E morreu por isso? E Jesus Cristo?
Sabe, sempre falo que ser SUD é ter peito de aço, mas uma coisa é garantida: vale a pena pra caramba!
Então estou torcendo pra que sua missão seja num lugar bem legal e que você traga bastante almas para serem salvas (lembrei do Elder Tracy ontem falando “como é difícil salvar o mundo”) e que aceitam Jesus Cristo como Salvador e Redentor. Tenho certeza que você obterá sucesso, então não desista!
E a Margareth é a gatinha do seu Orkut? Linda! No meu álbum tem a foto da Mandioquinha, minha gatinha linda e negra (tem seus quatro meses mas apronta…)
Beijo e boa sorte!
Má, estou fazendo um concurso lá no meu mundo portátil. Passe lá e veja se quer participar. bjs
oi eu so da igreja beijos