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Comentários sobre 1 Néfi 2 – Leí parte para o deserto #7

Estamos estudando o Livro de Mórmon todo, conforme o pedido o Presidente Russell M. Nelson e da Presidência de Área do Brasil, que lançou um desafio a todos os membros da Igreja do país para terminarem a leitura do Livro de Mórmon até dezembro.

Partir para o Deserto

Leí teve um sonho no qual Deus lhe ordenou ir para o deserto. Ele imediatamente obedeceu, e “deixou sua casa e a terra de sua herança e seu ouro e sua prata e suas coisas preciosas” e “nada levou consigo, a não ser sua família e provisões e tendas”. Leí era um homem próspero, era um homem influente. Entretanto, ele também era um homem obediente. Nenhum bem material ou posição social lhe impediu de deixar tudo de lado. Tudo, exceto sua família. Reflita um pouco sobre isso.

Néfi conta que “habitou meu pai numa tenda”. Imagine um famoso empresário dos dias atuais, um homem de grande prestigio e sucesso financeiro. Imagine deixando seus negócios da noite para o dia, e partindo para um lugar remoto, sem os confortos e conveniências da vida abastada. Nos dias de hoje seria um lugar não apenas sem wi-fi ou comida japonesa, mas sem banheiros, sem aquecedores ou ar-condicionado – seria um lugar sem geladeira, microondas, fogão, cama, travesseiro – sem nada! Seria um lugar longe de amigos e familiares.

Mas ele não partiria sozinho. Levaria a família junto.

Para alguns dos filhos de Leí essa partida repentina era loucura. Lamã e Lemuel foram obedientes ao pai – e partiram com o ele – mas “murmuravam a respeito de muitas coisas contra seu pai, que ele era um visionário e os havia tirado da terra de Jerusalém, fazendo-os deixar a terra de sua herança e seu ouro e sua prata e suas coisas preciosas, para morrerem no deserto. E diziam que ele havia feito isso por causa das loucas fantasias de seu coração.”

Leí advertiu os filhos. Ele os amava, e deu um nome de seus filhos rebeldes ao vale e ao rio – querendo lembra-los de que deviam confiar mais em Deus.

Néfi observou tudo isso, inclusive as reclamações dos irmãos mais velhos e as pregações do pai. Ele não tinha certeza se o pai era mesmo profeta – mas em vez de murmurar, decidiu buscar resposta no alto. Aquele jovem de grande estatura tinha um “grande desejo de saber dos mistérios de Deus”. Por isso ele clamou ao Senhor. Após orar Néfi disse que foi visitado por Deus e seu coração foi enternecido: “de maneira que acreditei em todas as palavras que meu pai dissera; por esta razão não me revoltei contra ele, como meus irmãos” (1 Néfi 2:16).

Néfi contou a seus irmãos sobre o testemunho que obtivera. Sam acreditou, mas Lamã e Lemuel não. Após essa experiência, Deus falou novamente com Néfi. Nessa revelação Néfi foi elogiado por sua diligencia e humildade, e recebeu a promessa de que se guardasse os mandamentos prosperaria e seria levado a uma terra prometida. Ele seria governante e chefe de sues irmãos.

 

Quem seriamos nesta história?

Gosto de pensar que seria como Leí – rápido em obedecer, confiando plenamente em Deus. Ou como Néfi, procurando orientação divina, não temendo compartilhar seu testemunho de coisas espirituais. Ou ainda como Sam e Saria, confiando no testemunho sincero de seus familiares. Mas numa situação tão dura talvez algumas de nossas atitudes e pensamentos se assemelhassem mais a Lamã e Lemuel.

Lamã e Lemuel “murmuravam por desconhecerem a maneira de proceder daquele Deus que os havia criado.”

O Élder Neal A. Maxwell explicou:

“Deixar de compreender os “a maneira de proceder” do Senhor para com Seus filhos, ou seja, Seu relacionamento com eles e Sua maneira de tratá-los, é uma falha muito séria. Murmurar é apenas um dos sintomas desse mal, mas não a sua única conseqüência. Na verdade, deixar de compreender os procedimentos do Senhor é algo que influencia todas as outras coisas.

Deixar de compreender algo tão importante é uma grave falha em conhecer Deus, que acaba sendo erroneamente considerado inatingível, indiferente, insensível e incapaz – um Deus realmente incapacitado e diminuído – e ironicamente, é justamente a respeito dessas aparentes limitações que algumas pessoas rapidamente passam a reclamar.” (“Lições de Lamã e Lemuel“, Conferência Geral outubro de 1999)

Lamã e Lemuel não acreditavam que o pai pudesse receber revelação, nem o irmão – muito menos eles mesmos. Mais pra frente dirão que não perguntam nada ao Senhor pois “o Senhor não nos dá a conhecer essas coisas” (1 Néfi 15:9). Você acredita que Deus pode falar contigo? Acredita que ele pode falar com profetas?

“Lamã e Lemuel também não compreenderam que o “modo de proceder” de Deus incluía o uso de profetas para alertar as pessoas. O Senhor havia chamado Leí, mas Lamã e Lemuel aparentemente ficaram envergonhados com o papel impopular do pai e com seu rígido ataque à situação e condições que imperavam em Jerusalém.

Por estarem espiritualmente insensíveis, Lamã e Lemuel acharam que o povo de Jerusalém não merecia as críticas a ele dirigidas pelos profetas. (Ver 1 Néfi 2:13.) Mas uma abrangente degradação espiritual estava realmente em andamento, efetuando-se, como freqüentemente acontece, “em poucos anos”. (Helamã 4:26) Uma esmagadora degradação está igualmente acontecendo hoje, embora muitos também não a percebam. Ironicamente, as pessoas que marcham como lemingues para o mar frequentemente se mostram orgulhosas de seu individualismo! Toda advertência é vista como um insulto e todo conselho parece-lhes coibir o livre-arbítrio.” (“Lições de Lamã e Lemuel”, Conferência Geral outubro de 1999)

Assim um dos testes para saber se estamos mais como Leí ou Néfi e menos como Lamã e Lemuel é reparar se estamos ou não murmurando. Murmurar contra Deus não é apenas reclamar que uma bênção esperada não chegou ou que seu profeta pediu algo difícil. Também pode ser criticar os líderes locais e deixar de orar e jejuar.

Conclusão

Felizmente existe arrependimento, e podemos deixar ser reclamões – e confiar mais em um Deus bondoso, que nos pede para fazer sacrifícios para nosso próprio bem-estar eterno. De fato, Leí e sua família estavam sendo tirados de uma confortável casa porque Deus queria lhes dar um lar celestial. Talvez isso não tenha ficado claro para todos os membros da família, e cada um deles precisou enfrentar vários desafios pessoais nos longos e difíceis anos no deserto. Mas no fim, receberam uma terra prometida – escolhida acima de todas as outras. E, para os que aproveitaram bem o tempo de provação, havia uma terra prometida mais excelente – um lugar a mão direita de Deus.

Para recebermos essa grande bênção precisaremos fazer sacrifícios e demonstrar nossa obediência. Nossa obediência plena, não parcial. Não será fácil, não é fácil. Mas é possível e é bom.

Leí viveu numa tenda, foi difícil. Ele não era um jovem vigoroso, mas um homem próximo a velhice. Ele foi pressionado pela esposas e filhos. Mas ele sabia que se não enfrentasse o deserto, não teria uma terra prometida para os filhos e netos. El também sabia que a obediência lhe traria salvação. Apesar de toda prova e dificuldade, ele queria um lar celestial para si e sua família – e por isso era obediente. Ele sabia que não pereceria se confiasse em Deus. Precisamos desta mesma confiança.

Leia 1 Néfi 2

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| Livro de Mórmon
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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