Como o Novo Testamento nos ensina a agir quando a tragédia bate à porta
Você já esteve em uma situação onde teve que se perguntar como agir? Já passou por momentos que simplesmente achou que não iria suportar? São várias situações em nossas vidas em que o desespero pode ser grande. Como então agir quando a tragédia bate à porta?
Para respondermos a essa pergunta, vamos recorrer a exemplos das escrituras. E então, poderemos encontrar respostas e direção para nossas vidas.
1) A mulher que sofria com fluxo de sangue.
Esse é um ótimo exemplo para iniciarmos esse artigo. Você conhece a história da mulher que sofria com fluxo de sangue? A história se encontra em Marcos 5 a partir do versículo 25. A mulher do fluxo de sangue era uma judia do tempo de Jesus que sofria de hemorragia. A Bíblia não nos diz seu nome, mas sua fé é um grande exemplo de vida.
Havia 12 anos que ela sofria com esse problema e tinha gastado tudo o que tinha com médicos, mas nenhum conseguiu lhe ajudar (Marcos 5:25-26). Quando ela viu que Jesus estava passando, foi atrás dele para receber a cura. Havia uma grande multidão em volta de Jesus, no entanto, a mulher conseguiu se aproximar dele e conseguiu tocar em sua roupa (Mateus 9:20-21). Ela tinha tanta fé em Jesus que acreditava que bastava um toque em sua roupa! E, no momento em que tocou na roupa de Jesus, a mulher foi curada do fluxo de sangue.
Jesus sentiu e perguntou quem tinha tocado em seu manto. Os discípulos ficaram confusos, porque muita gente estava tocando nele. Mas Jesus explicou que esse toque tinha sido diferente, porque saiu poder dele.
A mulher, vendo que não podia se esconder, contou o que tinha feito e como tinha sido curada do fluxo de sangue. Jesus então a enviou em paz, porque sua fé a tinha salvado (Lucas 8:46-48).
Pensem no desespero que essa mulher deve ter sentido ao longo de 12 anos! Vamos pensar também, no desespero que ela sentiu ao ver que Jesus passava por ali, mas que havia uma multidão para impedi-la de vê-lo.
Ela possivelmente via naquela passagem de Jesus, a única forma de ser curada. E tamanho deve ter sido o desespero dela. Todavia, ela não desistiu. Ela acreditou e fez o que estava ao seu alcance – tocou o manto de Jesus.
Ela não desejou abraçá-lo ou ter o manto Dele ela teve fé ao pensar que somente tocar seu manto seria suficiente. De forma semelhante, devemos agir. Muitas vezes, em nosso desespero, queremos grandes sinais e milagres. Porém, na verdade, precisamos de apenas tocar o manto do Salvador. Não precisamos de grandes milagres.
2) Marta e Maria quando Lázaro morreu.
O relato da morte de Lázaro é comovente. Por mais que eu saiba o desfecho da história e saiba que Cristo vai e ressuscita Lázaro, sempre penso no desespero que Marta e Maria sentiram vendo seu irmão morrer. O desespero delas, talvez não se devesse tanto a morte e sim, ao fato de que acreditavam que Cristo, por ser quem era, poderia intervir e impedir que o irmão morresse.
Obviamente, era uma tragédia grande. Elas amavam seu irmão e perdê-lo não era algo que queriam. Mas penso que a tragédia maior foi que elas acreditavam que Cristo chegaria logo e impediria a morte.
“Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (João 11:21).
Marta viu a tragédia de perder o irmão e a tragédia de ter confiado em Cristo e Ele não ter estado lá para salvar Lázaro. Semelhantemente, a tragédia de nossas vidas pode ser semelhante à perder “nosso Lázaro”. É ter que encarar a dor da separação. E talvez, essa seja tragédia pela qual você passa atualmente. Talvez, a tragédia seja ter confiado demasiadamente em alguém e ter sido decepcionado de alguma maneira.
Mas a boa notícia é que há uma saída, só precisamos demonstrar fé! Lázaro estava morto há dias, quando Cristo chega e pede para que a pedra seja removida. Suas irmãs, inicialmente demonstram incredulidade, mas então é feito o milagre – a pedra é removida.
Precisamos mesmo em meio à tragédia, remover “as nossas pedras” para contemplar o milagre! As pedras muitas vezes, podem estar nos cegando da luz que mostra a saída.
3) A morte da filha de Jairo.
Poucas dores no mundo (se é que existe alguma) são tão grandes quanto a dor de ver um filho falecer. Jairo sentiu essa dor. A tragédia bateu à sua porta fortemente. Jairo era um dos dirigentes de uma sinagoga. Um dia, ele caiu de joelhos aos pés de Jesus. Jairo disse que sua filha de 12 anos estava muito doente. Ele implorou a Jesus que fosse com ele e a abençoasse.
Ele acreditava que Jesus poderia fazer com que ela melhorasse. Jesus dirigiu-Se à casa de Jairo, mas parou no caminho para curar uma mulher. Enquanto conversava com ela, alguém veio falar com Jairo e disse-lhe que era tarde demais — sua filha estava morta. Por um momento, pense em como Jairo deve ter se sentido… Ele estava com quem poderia curar sua filha, mas por questão de minutos, se vê em uma situação desesperadora! Uma verdadeira tragédia.
Assim como Jairo, vamos passar por momentos de grande desespero. Vamos encontrar a solução em meio ao caos e vamos querer resolver. No entanto, em certos momentos, será tarde! O que fazer? Desistir? Na história de Jairo, Jesus ouviu o que a pessoa falou e disse a Jairo que não temesse, mas que acreditasse Nele. Depois Jesus foi com Jairo até sua casa. O lugar estava cheio de pessoas que choravam por causa da morte da menina. Jesus disse que a menina não estava morta, mas dormia. As pessoas riram, porque tinham certeza de que ela estava morta.
O Salvador mandou que todos saíssem da casa, exceto Seus discípulos, Jairo e sua mulher. Depois, todos foram até o quarto onde estava a menina. Jesus pegou-a pela mão e disse-lhe que se levantasse. Ela se levantou e andou. Seus pais ficaram maravilhados. Depois da chuva, vem o arco-íris diz o ditado popular.
No entanto, só verá o arco-íris quem estiver disposto a passar pela chuva. Jairo estava disposto a acreditar. E mesmo que a tragédia estivesse a sua porta e tivesse o sentimento de que tudo estava perdido, ele resolveu acreditar. Como Jairo, precisamos acreditar que todas as coisas nos servirão de experiência (D&C 122:7) e se tivermos fé, Ele nos ajudará a vencer quaisquer dificuldades.
Os relatos dos pioneiros, a história de Joseph Smith, as histórias mencionadas acima e muitas outras podem nos mostrar um padrão sobre o que fazer quando a tragédia bate à porta. Assim como Jairo, Marta, Maria e a mulher que sofria com fluxo de sangue, precisamos:
- Entender que as tragédias não são para sempre.
- Entender que Cristo pode nos ajudar.
- Entender que a fé é fundamental para vencer.
- Entender que há luz no final do túnel.
Lembremo-nos do que diz a escritura de João 16:33:
“Tenho-vos dito essas coisas para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”