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Há simbolismo nos presentes dos Reis Magos?

Na história da Natividade os Reis Magos tem um papel importante. Eles são guiados por uma nova estrela brilhante até o Salvador, e depois de adorarem ao Menino-Deus, voltam para suas respectivas casas pro um caminho diverso – para que Herodes não mate a criança.

magos

O Élder Patrick Kearon, dos Setenta, ensinou a respeito dos Reis Magos:

 

“Em Mateus 2 lemos sobre os Reis Magos, que percorreram longas distâncias depois de “[verem] a sua estrela no oriente” e compreenderem o sinal (versículo 2). Preparados com presentes de tributo e adoração, foram procurá-Lo, perguntando: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?” (versículo 2). Quando a busca deles finalmente terminou e encontraram o menino Jesus, “prostrando-se, o adoraram” e apresentaram seus tesouros (versículo 11). Embora tivessem sido enganados por Herodes, foram “por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes”, mas que fossem para casa “por outro caminho” (versículo 12). Os Reis Magos agiram de acordo com essa revelação de Deus e protegeram a sagrada família das más intenções de Herodes.” [1]

O relato que as escrituras fazem do nascimento do Salvador pouco revelam a respeito dos Reis Magos – são mencionados apenas em Mateus, e de maneira apressada. Mas como sua visita foi tão importante, os estudiosos tentaram ao longo dos séculos descobrir informações sobre sua origem e o propósito de sua visita ao Cristo menino. Infelizmente muito do que o mundo cristão acredita tradicionalmente a respeito dos magos se baseia mais em mitos e especulação do que em fatos históricos.

“A crença de que os Magos eram reis origina-se em passagens do Velho Testamento nas quais é predito que reis visitariam o Senhor. Isaías 49:7 diz: “Os reis o verão, e se levantarão” e Isaías 60:10 declara: “Os seus reis te servirão” (ver também Salmos 72:10).

Os estudiosos encontraram outros registros que chamam os Magos de reis. Os escritos de Marco Polo, do século XIII, contêm um relato da Cidade de Sabá, na Pérsia, a respeito de três reis que levaram ouro, incenso e mirra com eles em uma viagem que empreenderam para visitar um profeta recém-nascido. De acordo com o registro de Marco Polo, eles se chamavam Gaspar, Melquior e Baltazar, nomes que geralmente associamos aos Magos hoje em dia.” [2]

A palavra “mago” na verdade quer dizer “sacerdote” ou “sábio” [3]. O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos ensinou: “A suposição de que eles eram membros do culto religioso apóstata dos Magos da antiga Média e Pérsia é provavelmente falsa. Em vez disso, seria mais provável tratar-se de profetas verdadeiros, pessoas justas como Simeão, Ana e os pastores, a quem Deus revelou que o Messias prometido havia nascido entre os homens” [4]

Por que os Magos deram a Jesus presentes tão incomuns – ouro, incenso e mirra? “A maioria dos estudiosos concorda que os presentes eram simbólicos. O ouro significava a realeza de Jesus; o incenso, Sua divindade; a mirra, Seu sofrimento e morte, já que a mirra era uma substância utilizada para perfumar o corpo da pessoa falecida antes do sepultamento” [5]

Contudo, o Elder James E. Talmage escreveu: “A oferta de presentes a alguém de nível superior, seja em relação às coisas do mundo seja em relação a dons espirituais, era um costume antigo e ainda prevalece em muitas terras da Ásia. Não sabemos se esses homens do oriente ofereceram presentes a Herodes, quando estiveram em seu palácio; entretanto, sabe-se que deram parte de seu tesouro ao Infante, em quem reconheceram o Rei que procuravam. A tendência de se atribuir um significado oculto a detalhes insignificantes mencionados na Escritura e, particularmente, no que se refere à vida de Cristo, tem levado a muitas sugestões fantasiosas a respeito do ouro, incenso e mirra especificados nesse incidente. Alguns supõem que haja neles um certo simbolismo oculto — ouro, um tributo à Sua condição real; incenso, uma oferta em reconhecimento do Seu sacerdócio; e mirra, para Seu sepultamento. O registro sagrado não oferece base para tal conjetura. A mirra e o incenso são resinas aromáticas, derivadas de plantas nativas das terras do oriente, e têm sido usados desde tempos antigos na medicina e na preparação de perfumes e misturas de incenso. Encontravam-se, presumivelmente, entre as produções naturais das terras de onde vieram os magos, embora talvez mesmo lá fossem muito caras e apreciadas. Juntamente com o ouro, que tem valor em todas as nações, eram os presentes mais apropriados para um rei. Qualquer significado místico, que se queira dar aos presentes, deve ser considerado como suposição ou fantasia e não como algo baseado nas Escrituras.” [6]

Tendo ou não simbolismo “há muito a aprender com os Reis Magos” disse o Elder Kearon. “Assim como eles, podemos estudar as escrituras e saber quais são os sinais aos quais todos devemos ficar atentos ao prepararmos a Terra para a Segunda Vinda do Salvador. Então, ao examinarmos e ponderarmos as escrituras, desejaremos buscar mais plenamente o Senhor todos os dias de nossa vida e, como dádiva a Ele, nos despojaremos de nosso egoísmo, orgulho e rebeldia. Quando a revelação pessoal vem alterar os planos que fazemos, podemos obedecer, ter fé e confiar que Deus sabe o que é melhor para nós. E por fim, ao levarmos uma vida de verdadeiros discípulos, precisamos prostrar-nos e adorar o Salvador com humildade e amor.” [7]

 

Veja um vídeo produzido pela Igreja sobre a visita dos Reis Magos:

 

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NOTAS

[1] “Ó Vinde Adoremos“, A Liahona DEzembro de 2011

[2] “Os três Reis“, A Liahona Dezembro de 2009,  Ver também: John A. Tvedtnes, “I Have a Question” [Posso Fazer uma Pergunta?], Ensign, outubro de 1981, pp. 25–26.

[3] “O termo Magos, conforme usado na versão do Rei Jaime da Bíblia, foi traduzido da palavra grega magoi. Magoi, que geralmente aparece como Magos em português, na verdade é uma palavra de origem persa que se refere aos sacerdotes da antiga religião da Pérsia. Devido ao uso da palavra Magos, alguns estudiosos acham que os Magos provavelmente eram sacerdotes de uma seita religiosa persa.” (“Os três Reis”, A Liahona Dezembro de 2009)

[4] Bruce R. McConkie, Doctrinal New Testament Commentary, 3 vols. (1966–1973), vol. 1, p. 103.

[5] Idem a Nota 2

[6] “Jesus, o Cristo”, Capítulo 8: O Infante de Belém.

[7] Idem a Nota 1

| Inspiração
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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