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Qual é a Visão Mórmon sobre a Adoção?

Salvador e uma criança - perspectiva mórmon sobre adoção

Adoção na perspectiva mórmon

Quando os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons) falam de adoção, podem estar se referindo aos aspectos doutrinários e simbólicos da fé, ou da adoção de crianças e adolescentes no âmbito familiar. Este artigo se volta mais ao segundo significado, embora mencionaremos nos dois parágrafos a seguir, brevemente, a grandiosa doutrina da adoção.

DOUTRINA DA ADOÇÃO

De certa maneira todos somos adotados ao nascermos. Nosso espírito foi “gerado por pais celestiais” (Ver Família: Proclamação ao Mundo). Somos todos filhos literais de Deus. Mas, ao nascermos nesta Terra, recebendo um corpo físico, tornamo-nos filhos de pais mortais também. Se os pais e filhos forem valentes aqui na Terra no testemunho de Jesus, o que inclui guardar os mandamentos e ser selado para eternidade pela autoridade do Sacerdócio em um Templo, poderão manter a unidade familiar pra sempre.

Abraão, sendo o pai dos fiéis, recebeu a promessa de que teria Vida Eterna, e uma posteridade enorme. Para nos tornarmos filhos de Abraão precisamos ser batizados, receber o dom do Espírito Santo e as ordenanças da Casa de Deus. Como posteridade de Abraão assumimos a responsabilidade convidar outras pessoas a conhecerem sobre Jesus Cristo. Sejamos descendentes literais ou não (adotados) de Abraão, podemos receber as mesmas bênçãos que Ele recebeu (Mateus 3:9; Lucas 3:8; Gálatas 3:26–29; 4:5–7; Abraão 2:9–10) [1]. Os gentios, por exemplo, foram adotados à Casa de Israel em nossos dias [2]. Se vivermos a altura dos privilégios dessas promessas seremos adotados por Cristo, tornando-nos filhos e filhas Dele, ou em outras palavras, Sua Semente (Mosias 5:5-10) [3].

A NECESSIDADE DA ADOÇÃO

Os mórmons acreditam que os filhos têm o direito de ser criados por pais que honrem seus votos matrimoniais e que lhes proporcionem amor e sustento. A adoção pode ser uma grande bênção para muitas crianças nascidas sem essas oportunidades.

A Primeira Presidência da Igreja, certa vez declarou:

“Expressamos apoio aos pais que não são casados e que entregam seus filhos para serem adotados por uma família estável com uma mãe e um pai. Manifestamos também nosso apoio às mães e pais casados que adotam essas crianças. (…). A adoção é uma decisão altruísta e um ato de amor que é uma bênção para a criança, para os pais biológicos e para os pais adotivos nesta vida e por toda a eternidade. Louvamos a todos os que auxiliam as crianças e as famílias promovendo a adoção.” [4]

O Presidente Russell M. Nelson, falando sobre o aborto disse:

“Por que pôr fim a uma vida que poderia trazer grande alegria a outras pessoas? Há maneiras melhores de lidar com uma gravidez indesejada. Quando se cria uma vida como resultado de uma conduta pecaminosa, a melhor maneira de começar o arrependimento pessoal é preservar a vida dessa criança. Somar outro pecado grave a um pecado sério já cometido apenas aumenta a dor. A adoção é uma alternativa maravilhosa ao aborto. Tanto o bebê como os pais adotivos podem ser imensamente abençoados pela adoção dessa criança por uma família em que ela será criada com amor e com as bênçãos do evangelho.” [5]

NORMAS DA IGREJA SOBRE ADOÇÃO

A Instrução da Igreja é que “os membros que pretendem adotar filhos ou assumir a guarda de menores devem observar estritamente todas as exigências legais de seu país (e das subdivisões governamentais pertinentes). Eles são incentivados a utilizar os serviços de um órgão licenciado e autorizado.” [6]

A Igreja não incentiva que pessoas solteiras adotem crianças e adolescentes. E não é a favor da adoção por casais do mesmo sexo. Além disso “as questões referentes a troca de informações e contato entre os filhos adotivos e seus pais biológicos devem ser tratadas com muito tato. Os direitos legais e as necessidades emocionais de todas as partes envolvidas precisam ser levadas em consideração.” [7]

COMO ADOTAR

Quando uma criança nasce fora dos laços do casamento, a melhor opção é que os pais se casem e faça tudo o que estiver a seu alcance para ajudar a estabelecer um relacionamento familiar estável e duradouro. A Igreja tem um serviço de adoção: o LDS Family Services (Assistência Social SUD à Família). Atualmente esse serviço não existe no Brasil, mas há outras entidades e instituições que ajudam neste processo.

Se você é casado e você e seu cônjuge quiserem adotar filhos, façam questão de informar-se de todas as exigências legais do país e dos órgãos governamentais pertinentes. Aconselhem-se com os seus líderes do sacerdócio (…) trabalhe com os seus líderes do sacerdócio para encontrar instituições legalizadas e autorizadas que protejam tanto as crianças como os pais adotivos. [8]

Para iniciar o processo de adoção de um menor deve-se dirigir ao Poder Judiciário, normalmente uma vara da Infância e Juventude. Você precisará submeter vários documentos. Há uma equipe multidisciplinar que auxilia no processo e verifica o melhor para o menor e aqueles que desejam adotar. Neste processo há entrevistas, visitas e orientação. Você pode procurar uma instituição, livros sobre o assunto ou um consultor especializado. Não se intimide pela burocracia.

AS BÊNÇÃOS DA ADOÇÃO

A adoção é uma decisão altruísta e amorosa que abençoa os pais naturais, a criança e a família adotiva.

Nas escrituras temos o exemplo de alguns importantes personagens que foram adotados. Um exemplo é Moisés, que foi adotado pela filha do Faraó. Graças a essa adoção Moisés recebeu um aprendizado secular da melhor qualidade, que o capacitou, em parte, para a grande missão de libertar seu povo. Outro exemplo é Ester, que foi adotada pelo seu primo depois da morte de seus pais. Ela tornou-se uma rainha e Deus a usou para salvar o povo judeu de um decreto que visava sua destruição.

Casais que não podem ter filhos ou que desejam mais filhos podem achar na adoção grandes bênçãos. A criança adotada, quando selada no Templo, torna-se unida para toda eternidade aos pais e esta ligada a à família, do mesmo modo que um filho biológico.

Quando um homem e uma mulher se casam no templo, seus filhos também se tornam parte de sua família eterna. Os casais que se casaram no civil podem receber essas bênçãos preparando-se, junto com seus filhos, para irem ao templo e serem selados uns aos outros. Os filhos adotados legalmente podem ser selados aos pais que os adotaram. [9]

 

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NOTAS

[1] Para saber mais leia: “Filhos do Convênio“, Elder Russell M. Nelson.

[2] “A adoção era comum no mundo romano e teria sido um conceito familiar aos leitores de Paulo. Uma pessoa que adotava alguém legalmente conferia a essa pessoa todos os direitos e privilégios que um filho natural teria. Portanto, quando recebemos o ‘Espírito de adoção’ (Romanos 8:15) por fazer parte do convênio do evangelho, tornamo-nos filhos de Deus e ‘co-herdeiros com Cristo’ (Romanos 8:17)” (New Testament Student Manual [Novo Testamento — Manual do Aluno], Sistema Educacional da Igreja, 2014, p. 348).

[3] O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou que Jesus Cristo também “se torna nosso Pai” por “oferecer-nos a vida, a vida eterna, por meio da Expiação que fez por nós”. O Presidente Smith explicou: “Tornamo-nos filhos e filhas de Jesus Cristo por meio de nossos convênios de obediência a Ele” (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols., 1954–1956, vol. I, p. 32).

[4] Declaração da Primeira Presidência, 4 de outubro de 2006

[5] “Aborto: Ataque a indefesos”, CG outubro de 2008.

[6] Manual 2 Item 21.1.3

[7] Ide ma anterior

[8] “Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho – Adoção”, pg. 9-10

[9] Princípios do Evangelho, Capítulo 40, pg. 233-239

| Fortalecendo as Famílias
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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