Em agosto de 2024, foi compartilhada a história de uma nova estudante da Rising Star Outreach, uma menina que chamaremos de Lakshmi. Hoje, temos uma atualização emocionante sobre sua jornada de fé, coragem e superação.

Um diagnóstico que mudou tudo

Lakshmi, de apenas 10 anos, era uma menina alegre e cheia de sonhos quando começou a notar manchas brancas estranhas em sua pele. Com o tempo, as manchas aumentaram e causavam dor. Seus pais finalmente a levaram ao médico, e após essa consulta, veio o diagnóstico que abalou sua pequena aldeia: Lakshmi tinha lepra.

O medo e a superstição rapidamente se espalharam. Sua própria família, tomada pelo pavor do preconceito, a abandonou na beira da aldeia. Uma criança de dez anos, sozinha, sem comida, abrigo ou proteção. O desespero tomou conta. Seus pedidos para ficar com os pais foram em vão, eles temiam se tornar “intocáveis” se a mantivessem em casa.

Resgate e recomeço

Dias depois, uma assistente social encontrou Lakshmi revirando o lixo em busca de comida. Com compaixão, levou-a ao Hospital de Lepra Little Flower, onde recebeu tratamento imediato. Meses mais tarde, os médicos declararam que Lakshmi estava curada, embora tivesse perdido um dos dedos do pé. Tentativas de reconciliação com sua família foram em vão; seus pais se recusaram a aceitá-la de volta. Era uma rejeição dolorosa e profunda.

Sem ter para onde ir, Lakshmi mergulhou na tristeza. Sua alegria havia desaparecido. Foi então que voluntários da Rising Star Outreach visitaram o hospital. Ao ouvir sua história, decidiram se tornar seus patrocinadores para que ela pudesse estudar e viver em um ambiente seguro e acolhedor.

Um novo lar na Rising Star Outreach

Na Rising Star, Lakshmi encontrou uma nova família. Recebeu um espaço adaptado para sua condição física, uma mãe de casa amorosa, além de tratamento médico, alimentação nutritiva e educação. Os professores e voluntários ensinaram-na a cuidar de si mesma e reconstruir a autoconfiança. Rapidamente, ela se tornou querida por todos; seus colegas a ajudavam a se locomover, a estudar e a sorrir novamente.

Com o tempo, a ferida em seu pé cicatrizava bem, quase desaparecendo antes das férias de verão. Cheia de esperança, Lakshmi pediu que entrassem em contato com sua mãe para que pudesse passar um mês em casa. Após muita insistência, sua mãe concordou, prometendo continuar o tratamento da filha. Lakshmi ficou em êxtase!

Quando sua mãe foi buscá-la, uma enfermeira a ensinou como tratar e limpar o pé de Lakshimi todos os dias, até que sua úlcera estivesse completamente curada. Todos os materiais necessários para o tratamento foram entregues a ela. Deveria levar apenas mais algumas semanas para sua cura total, se os cuidados fossem diários. 

Um novo desafio

Porém, ao retornar das férias, a equipe ficou chocada: a ferida nunca havia sido tratada. O pé de Lakshmi estava infeccionado e com odor forte. O diagnóstico médico foi devastador, a infecção havia se espalhado e seria necessário amputar sua perna.

Suku, líder da Rising Star em Bihar, ficou arrasado. Imaginava como seria o futuro daquela menina, já tão marcada pelo sofrimento. Ele imediatamente comunicou à liderança da organização, que se mobilizou para encontrar alternativas.

“Não deixem amputar a perna dela!”, pediu desesperadamente um dos diretores ao telefone. Assim começou uma verdadeira corrida contra o tempo.

Uma corrida contra o tempo

Graças à rede de contatos da Rising Star, os diretores Brett Caywood e Prakash Bodhu, que haviam participado de uma conferência internacional sobre lepra na Indonésia, conseguiram falar com um médico especialista em úlceras hansênicas. O profissional se dispôs a tentar um tratamento experimental para salvar a perna de Lakshmi.

Entretanto, os trâmites para levá-la à Indonésia foram negados: sem o pai, ela não poderia sair do país. Restava encontrar uma solução dentro da Índia.

Após muitas tentativas, a equipe descobriu o Hospital de Lepra Nirmala, administrado pelas Missionárias da Caridade de Madre Teresa, em Nova Délhi. As irmãs analisaram as fotos do ferimento e aceitaram tratar Lakshmi, mas o tempo era curto, e cada hora contava.

Com fé e orações, Lakshmi foi levada a Nova Délhi. O caminho até o hospital foi longo e doloroso, mas ela chegou em segurança. Ao ver a ala cheia de pacientes amputados, Suku e os voluntários oraram fervorosamente para que aquele não fosse o destino dela.

O Milagre da Esperança

Após uma avaliação cuidadosa, as Missionárias da Caridade decidiram tentar salvar sua perna. O tratamento exigiria pelo menos seis semanas de internação. Suku permaneceu com Lakshmi o máximo que pôde antes de retornar para supervisionar o campus da Rising Star, em Bihar.

Enquanto isso, orações foram realizadas em diferentes partes do mundo. Templos e grupos de fé incluíram o nome de Lakshmi em listas de oração, e muitas pessoas jejuaram em favor de sua recuperação.

E então, o milagre aconteceu: Lakshmi recebeu alta do Hospital Nirmala com as duas pernas intactas!

Hoje, ela está a caminho de volta à Rising Star Outreach, onde seus amigos a esperam com alegria para celebrar “a menina milagrosa”.

Deus Não Esquece Ninguém

A história de Lakshmi é um testemunho poderoso de que Deus não se esquece de nenhum de Seus filhos. Mesmo uma criança marginalizada, em uma aldeia remota da Índia, foi lembrada e amparada por pessoas movidas pela fé e pela compaixão.

Lakshmi não apenas sobreviveu, ela renasceu com esperança, cercada de amor, dignidade e novas oportunidades.

Fonte: Meridian Magazine

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