Em 23 de setembro de 1995, o presidente Gordon B. Hinckley apresentou pela primeira vez “A Família: Proclamação ao Mundo” durante a reunião geral da Sociedade de Socorro.
Aquele dia se tornou um momento histórico para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, trinta anos depois, seus ensinamentos continuam sendo um guia central sobre a doutrina do casamento, gênero e família.
Por trás daquele dia, houve anos de preparação, conselhos e oração. A proclamação não surgiu do nada, mas foi o resultado de uma preocupação profética constante e do desejo de esclarecer a doutrina em um tempo de mudanças sociais.

Um contexto de mudanças no mundo
No início dos anos 90, as Nações Unidas declararam 1994 como o “Ano Internacional da Família”. A Primeira Presidência da Igreja participou desse reconhecimento, mas também observou com preocupação algumas políticas globais que começavam a se afastar da visão eterna do casamento e da família.
Nesse mesmo ano, a Primeira Presidência emitiu uma carta reafirmando a importância de preservar a santidade do casamento entre um homem e uma mulher.
Os apóstolos também acompanharam de perto conferências internacionais onde se debatiam definições de casamento e sexualidade. O Élder Boyd K. Packer destacou que, em um desses eventos, “a palavra casamento nem sequer foi mencionada”.
Os líderes da Igreja entenderam que era o momento de agir. O Élder M. Russell Ballard explicou que, em meio a essas conversas globais, viu-se a necessidade de “declarar ao mundo o papel revelado da família no plano de Deus”.

O trabalho no conselho dos Doze
Em 1994, o Quórum dos Doze Apóstolos dedicou longas sessões no Templo de Salt Lake para refletir sobre os desafios que a família enfrentava. Falaram sobre a pornografia, as leis que enfraqueciam o lar e as pressões sociais a respeito do casamento e do gênero. O Presidente Russell M. Nelson mais tarde recordaria que:
“Era possível ver que se aproximava um esforço para apagar todos os limites na conduta sexual e para confundir o significado dos gêneros”.
Dessas discussões surgiu a decisão de redigir um documento oficial. Um comitê formado pelos élderes James E. Faust, Russell M. Nelson e Dallin H. Oaks preparou um rascunho durante o Natal de 1994. O texto foi revisado e aprovado em março de 1995 pela Primeira Presidência.

A participação da Sociedade de Socorro
Enquanto isso, a presidência geral da Sociedade de Socorro, liderada por Elaine L. Jack com Chieko N. Okazaki e Aileen H. Clyde, havia decidido focar sua reunião anual no tema da família.
Elas tinham ideias, inclusive um vídeo em preparação, mas acabaram cancelando, confiando que o Senhor guiaria o programa.
Essa decisão abriu espaço para algo maior. Poucos dias antes da reunião, elas se encontraram com a Primeira Presidência. Nesse conselho, o presidente Hinckley considerou ler a proclamação e, ao receber o apoio das líderes da Sociedade de Socorro, tomou a decisão final.
Segundo a irmã Clyde recordou, depois daquela conversa, o Élder Oaks disse:
“Vocês acabaram de testemunhar um momento histórico”.

O dia da proclamação
Em 23 de setembro de 1995, no Tabernáculo de Salt Lake, as irmãs da Sociedade de Socorro compartilharam mensagens sobre a força e os desafios da família. Logo em seguida, o presidente Hinckley se dirigiu às mulheres da Igreja. Em seu discurso, ele advertiu sobre as ideias do mundo e declarou:
“Em cumprimento a isso, nós, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos, emitimos uma proclamação referente à família”.
Logo depois, ele leu pela primeira vez “A Família: Proclamação ao Mundo”.
A proclamação foi publicada pouco depois nas revistas da Igreja e traduzida para mais de cem idiomas. Desde então, tem sido citada em cada conferência geral e compartilhada com líderes cívicos e religiosos em todo o mundo.
Hoje, continua sendo um documento profético que nos lembra que a família está no centro do plano de Deus e que o casamento entre um homem e uma mulher é ordenado por Ele.
Fonte: Más Fe
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