Nascido em 9 de setembro de 1924, Russell M. Nelson entrou neste mundo antes da televisão popular, antes dos computadores, e enquanto muitos ainda andavam de boné e suspensórios, ele respirava o ar de um século que mudaria radicalmente a história da humanidade.
Hoje, ao completar 101 anos, sua vida se revela como uma ponte entre eras, entre o mundo analógico e o digital, entre cirurgias cardíacas pioneiras e mensagens espirituais globais transmitidas por satélite. O quanto tudo mudou? Vamos ter uma visão clara disso.
Anos 1920 e 1930: Um menino no mundo analógico
Quando Russell M. Nelson nasceu em 1924, o mundo ainda se recuperava da Primeira Guerra Mundial, e as cicatrizes do conflito eram visíveis tanto nas cidades quanto nas mentes das pessoas. Era a época do jazz, do rádio e do cinema mudo, quando a cultura começava a se tornar mais acessível e massiva. As ruas eram movimentadas por automóveis em ascensão, e muitas famílias ainda dependiam de transportes a cavalo ou bicicletas.
As grandes cidades americanas fervilhavam com inovação: arranha-céus começavam a surgir, e a eletricidade chegava a mais lares, mudando para sempre o cotidiano. Ao mesmo tempo, a sociedade enfrentava desafios sociais profundos, incluindo desigualdade e pobreza, fenômenos que se intensificariam com a Grande Depressão, a partir de 1929. A economia global entrou em colapso, milhões perderam empregos e famílias tiveram que aprender a se reinventar.
Nesse cenário, o pequeno Russell cresceu em uma época em que resiliência e princípios pessoais eram essenciais. Ele testemunhou de perto a importância do trabalho árduo, da fé e da união familiar para superar dificuldades. Era um mundo que exigia coragem, criatividade e disciplina, qualidades que ele carregaria por toda a vida e que moldariam sua personalidade e futura liderança espiritual.

Anos 1940: Entre guerras e bisturis
A década de 1940 foi marcada por uma das maiores crises globais da história: a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). O mundo inteiro estava em conflito, e mudanças tecnológicas e científicas aceleravam-se rapidamente. J. Robert Oppenheimer e sua equipe estavam desenvolvendo o Projeto Manhattan, culminando na criação da primeira bomba atômica, uma realização científica que alteraria para sempre a geopolítica mundial. Enquanto isso, avanços na medicina, como novas técnicas cirúrgicas e antibióticos, transformavam a vida civil e militar.
Russell M. Nelson tinha entre 16 e 25 anos nesse período, vivendo a juventude e o início da vida adulta enquanto estudava medicina. Ele presenciou de perto as dificuldades globais e nacionais: racionamento de alimentos, medo da guerra e grandes mudanças sociais. Ao mesmo tempo, figuras famosas como Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt, Albert Einstein e artistas como Charlie Chaplin moldavam a cultura e a ciência do mundo.
Para o jovem Russell, esses anos foram de formação pessoal e acadêmica. Ele mergulhava na medicina, estudando para se tornar um cirurgião cardíaco de excelência. Cada cirurgia, cada aula e cada desafio de sua juventude o preparava. Enquanto milhões enfrentavam conflitos e perdas, ele aprendia a salvar vidas com precisão, disciplina e calma, qualidades que mais tarde aplicaria como profeta.
A década de 1940, então, se tornava um cenário de contrastes: destruição e inovação, medo e esperança, guerra e descobertas médicas. Russell M. Nelson, jovem e dedicado, caminhava em meio a tudo isso, forjando o caráter que o faria atravessar o século com fé, vigor e visão para um dia se tornar o tão conhecido profeta.

Anos 1950 e 1960: Crescimento, inovação e espiritualidade emergente
Nos anos 1950, Russell M. Nelson tinha entre 26 e 36 anos, consolidando sua carreira como cirurgião cardíaco em meio a um mundo em rápido crescimento. O período pós-Segunda Guerra Mundial trouxe prosperidade econômica, urbanização acelerada e avanços tecnológicos que mudariam para sempre a vida cotidiana. A televisão se popularizou, e figuras como Lucille Ball, Marilyn Monroe e Elvis Presley tornaram-se ícones culturais globais. Na ciência, pesquisadores como Watson e Crick avançavam na descoberta do DNA, transformando a medicina e a biologia.
O futuro Presidente Nelson nesses anos foram de consolidação profissional e pessoal. Ele equilibrava longas horas de estudo e prática médica com a construção de valores familiares e espirituais. Cada cirurgia que realizava exigia precisão, paciência e cuidado, habilidades que também o moldariam para o futuro ganhando assim sequências de prêmios de sua universidade e dando palestras pelo mundo. Ele aprendeu a observar como ciência, cultura e fé poderiam caminhar juntas, aplicando princípios eternos mesmo em tempos de modernidade acelerada.
Nos anos 1960, entre 36 e 46 anos, o Doutor Nelson já havia acumulado experiência e maturidade pessoal. O mundo vivia a corrida espacial, com Yuri Gagarin sendo o primeiro homem a orbitar a Terra em 1961 e Neil Armstrong chegando à Lua em 1969. Paralelamente, os movimentos sociais clamavam por mudanças: direitos civis nos EUA, protestos contra guerras e o surgimento de um feminismo mais organizado.
Por sua vez, Russell M. Nelson se destacava em seu campo médico, realizando cirurgias cardíacas pioneiras e ganhando reconhecimento internacional. Mas a década também trouxe um despertar espiritual mais profundo: ele começou a perceber que, assim como o mundo mudava rapidamente, o coração das pessoas precisava de cuidado, atenção e orientação.

Anos 1970 e 1980: Serviço crescente e novas tecnologias
De 46 a 66 anos, ele equilibrava carreira médica, pesquisa e crescente serviço na Igreja. Ele atuou como presidente de estaca, presidente geral da Escola Dominical e, em 1984, foi chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos.
O mundo desses anos era marcado por grandes transformações. Politicamente, a Guerra Fria continuava a dividir blocos, e o medo de conflitos nucleares influenciava decisões globais. Culturalmente, a década de 1970 trouxe movimentos de liberdade e expressão: protestos contra guerras mobilizavam jovens e a música refletia questionamentos sociais e mudanças nos costumes. Nos anos 1980, a globalização começava a acelerar, e os computadores pessoais, os primeiros celulares e a comunicação digital transformavam a forma de trabalhar, estudar e se conectar.
Na medicina, surgiam técnicas cirúrgicas mais avançadas, equipamentos hospitalares modernos e pesquisas que ampliavam o entendimento sobre o coração e os vasos sanguíneos, áreas em que o Presidente Nelson era referência. Ele acompanhava de perto essas inovações, aplicando-as em seu trabalho e incorporando o aprendizado ao seu caráter de liderança.
Presidente Nelson percebeu que liderança e serviço não poderiam se desconectar da modernidade. Ele entendia que a Igreja precisava se adaptar às mudanças para alcançar pessoas em diferentes partes do mundo, combinando princípios eternos com as possibilidades oferecidas por tecnologias emergentes. Cada avanço, cada transformação social e cada inovação científica reforçava a importância de guiar pelo exemplo

Anos 1990 e 1999: Globalização e era digital
Entre 66 e 76 anos, o mundo passava por mudanças profundas. A Guerra Fria havia terminado, trazendo esperança e novos desafios geopolíticos. A globalização se acelerava, com o comércio internacional, avanços em transporte e a internet começando a conectar pessoas de diferentes continentes. Celulares se popularizavam, computadores pessoais se tornavam ferramentas essenciais, e a comunicação digital começava a transformar a vida cotidiana.
Presidente Nelson, já autoridade geral da Igreja, reconheceu a necessidade de usar essas novas tecnologias para ensinar, servir e unir membros globalmente. Durante essa década, ele participou de visitas internacionais, palestras e conferências, observando como as mudanças sociais como a crescente diversidade cultural e o aumento do acesso à educação exigiam liderança sensível e adaptável.

101 anos de bênçãos e sabedoria
Ao olhar para os 101 anos de vida de Russell M. Nelson, somos lembrados de como o tempo é maravilhoso e generoso. Ele testemunhou um século marcado por guerras, depressões, revoluções tecnológicas e mudanças sociais profundas e, ainda assim, manteve-se firme, adaptável e dedicado ao serviço. Cada década trouxe desafios e oportunidades, e ele soube aproveitar cada momento para aprender, servir e inspirar.
Dos avanços médicos das décadas passadas à era digital dos anos 2000, ele recebeu bênçãos únicas: a capacidade de liderar milhões de pessoas em todo o mundo, de aplicar princípios eternos em um contexto moderno e de integrar tradição e inovação com maestria. Entre 2000 e 2025, esses anos o encontraram como apóstolo, profeta e líder espiritual, guiando a Igreja com clareza, compaixão e visão, mostrando que idade, experiência e fé e uma verdadeira conexão com Deus podem se unir para transformar vidas.
Os 101 anos de Russell M. Nelson não são apenas uma contagem de tempo; são um testemunho vivo de perseverança, sabedoria e bênçãos contínuas, lembrando-nos de que a vida, quando vivida com propósito, coragem, é verdadeiramente extraordinária.