A bênção de acompanhar a construção do Templo de São Paulo
Este artigo foi escrito com base nos relatos de Paulo Alves Marinho.
Aos 70 anos, tenho muitas histórias para contar, especialmente sobre minha jornada como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Sou um homem abençoado e, ao olhar para trás, vejo claramente o caminho iluminado que me trouxe até aqui.
Conheci a Igreja em 1970, quando houve a Expo-Mórmon em São Paulo, no Salão Almeida Júnior, ali no Passa do Patriarca. Descendo para o Anhangabaú, vi as primeiras missionárias oferecendo o Livro de Mórmon.
Naquela época, o livro era vendido, e elas explicavam a mensagem de uma maneira cativante, usando um flanelógrafo (quadro revestido a feltro ou flanela, usado para fixar figuras/imagens). Foi meu primeiro contato com a Igreja, um momento que marcou o início de uma grande transformação em minha vida.
Mais tarde, fui trabalhar no Centro Auditivo Telex, uma empresa de aparelhos de surdez, onde o gerente geral era o bispo Paulo Dias Machado. A maioria dos funcionários eram membros da Igreja, mas eu, vindo de uma outra denominação religiosa, inicialmente não fazia parte desse grupo.
Minha conversão
Contudo, a convivência com esses colegas e o exemplo de vida que eles davam despertou em mim o desejo de conhecer mais sobre a Igreja. Minha conversão foi um processo gradual. Passei por uma série de experiências e conversas com os missionários em minha casa.
Eventualmente, fui batizado em 17 de novembro de 1974, uma data que sempre será especial para mim. Lembro-me da minha primeira visita à capela de São Paulo Onze, na Mooca, onde fui calorosamente acolhido pelo bispo Maldonado.
Assim, minha jornada na Igreja foi repleta de momentos significativos. Fui ordenado ao sacerdócio pelo irmão Jefferson Cardoso e, na época, o presidente da estaca era Osiris Cabral. Adaptar-me à vida na Igreja foi uma experiência enriquecedora. Já era casado e pai de um casal de gêmeos recém-nascidos, e ver minha família crescer na fé foi uma bênção.
Em 1975, participei da minha primeira Conferência Geral da Igreja. Nunca esquecerei quando o presidente Kimball visitou o Brasil. Fomos ao aeroporto de Congonhas para recebê-lo. Quando o avião apareceu no horizonte, começamos a cantar “Graças Damos, Ó Deus, Por um Profeta”. Foi um momento de emoção e fé.
Um sonho distante
Tive a oportunidade de trabalhar no escritório da Igreja, envolvendo-me em diversas áreas, desde campanhas pessoais até a contabilidade.
Durante a construção do templo de São Paulo, fui designado para cuidar das finanças. Trabalhei ao lado de Elder James E. Faust, que residia perto do terreno onde o templo seria erguido.
Naquela época, ter um templo no Brasil parecia um sonho distante, quase como um conto de fadas. Mas o sonho se tornou realidade, e o templo se tornou um símbolo de fé e dedicação para todos nós.
Minha esposa e eu contribuímos com nossas alianças para a construção do templo, e muitos outros membros também fizeram sacrifícios. Os jovens realizavam atividades para arrecadar fundos e todos sentiam-se parte dessa grande obra.
Entretanto, escolher o local do templo em São Paulo foi um desafio, mas hoje sabemos que foi a decisão perfeita. É um lugar abençoado, visível e acessível a todos.
Infelizmente, há três anos, perdi minha amada esposa. Apesar da dor da perda, permaneço firme na fé, encontrando consolo e propósito na Igreja. Tenho orgulho de ver meus filhos e netos seguindo a Jesus Cristo, servindo em missões e vivendo de acordo com os princípios do evangelho.
Isso me faz lembrar do que o Presidente Henry B. Eyring ensinou durante a conferência geral de abril de 2024 onde ele compartilhou:
“É por meio dos convênios de selamento no templo que podemos receber a garantia de vínculos familiares amorosos que continuarão após a morte e durarão por toda a eternidade.”
Meu testemunho
A cada dia, meu testemunho de Jesus Cristo e de Sua Igreja cresce. Acredito firmemente que Ele é o cabeça desta Igreja. Sinto-me abençoado por ter vivido tantas experiências maravilhosas e por ver o progresso da Igreja, especialmente no Brasil.
Agora, estamos prestes a ter mais um templo na zona leste de São Paulo, próximo de minha casa, em Itaquera. Aguardo ansiosamente sua construção, sabendo que será uma grande bênção para nossa comunidade e por poder esperar na promessa feita pelo Élder Neil L. Andersen:
“Há muitas maneiras diferentes de vermos a face de Cristo, e não há lugar melhor para isso do que em Sua casa santa.”
A Igreja não é apenas um lugar onde nos reunimos aos domingos; é um empreendimento divino, e proporciona oportunidades de crescimento espiritual e serviço. A cada dia, sou grato por fazer parte desta obra grandiosa e por ter a certeza de que Jesus Cristo guia nossa Igreja.
Veja também: A história da estátua Christus do Centro de Visitantes do Templo de São Paulo