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5 Lições que nunca esperei aprender no templo

Tenho uma meta de ir a 50 templos antes de fazer 50 anos. Estou com 27 e já fui a 31 templos, dentre eles estão o Templo de Kona no Havaí e o de Templo de Washington DC. Além de visitar, quero aprender no templo.

Fico maravilhava com as características únicas de cada templo. Já vi escalas de cores que vão do lilás ao rosa e detalhes feitos de madeira, folhas de ouro e mármore.

E ainda assim, existem tantas similaridades. Sei o que esperar quando vou a um templo. Sei em que salas provavelmente irei e o que acontecerá em cada uma delas. Sei o que será dito e o que será ensinado durante as ordenanças e cerimônias.

Mas, às vezes, o templo do Senhor me surpreende e aprendo algo que não esperava. Pode ser uma frase que fica no meu coração, ou vejo as coisas de uma maneira que nunca havia visto antes.

Assim como os templos marcam a Terra, essas lições inesperadas marcam as minhas experiências no templo. Cinco dessas lições são as que sempre entesourarei em meu coração.

Lição 1: As orações não são respondidas de acordo com o nosso tempo

No templo, aprendemos mais sobre a história de Adão e Eva. Quando eles foram expulsos do Jardim do Éden, eles ofereceram sacrifícios ao Senhor. As escrituras dizem que depois de muitos dias, um anjo do Senhor apareceu para eles.

Quantos dias foram esses “muitos dias”?

Em A Expiação Infinita, o Élder Tad R. Callister explica que:

“Dia após dia, Adão oferecia sacrifícios sem saber o porquê, sem entender completamente o plano de salvação. Depois de ‘muitos dias’ (Moisés 5:6), depois de Adão e Eva terem gerado ‘filhos e filhas’ (Moises 5:3) um anjo veio e ofereceu essas palavras de conforto: ‘sejas redimido e toda a humanidade, sim, tantos quantos o desejarem. E naquele dia Adão bendisse a Deus e ficou pleno; e começou a profetizar e declarou, ‘nesta vida terei alegria’”.

Então, ao esperarem muitos dias por uma reposta, saibam que não estão sozinhos. O pai da humanidade também teve que esperar.

E enquanto esperamos, temos a promessa de revelação do templo. O Presidente Ezra Taft Benson disse:

“Prometo-lhes que, com uma maior frequência aos templos de nosso Deus, vocês receberão mais revelações pessoais para abençoar sua vida enquanto abençoam aqueles que já faleceram.”

Lição 2: Quando as respostas chegarem, provavelmente não serão da maneira que esperamos.

Em uma noite de quinta-feira em setembro do ano passado, eu estava no templo com o coração na mão. Eu estava tão oprimida com alguns desafios em minha vida, que fui ao templo pedir a Deus, não para que as coisas melhorassem imediatamente, mas para que eu tivesse esperança de que aquela situação iria melhorar.

Existem algumas pessoas que falam de uma paz instantânea que sentem ao entrar pelas portas do templo. Apesar de ocasionalmente eu me sentir assim, nem sempre é isso que acontece, e definitivamente, não foi o que aconteceu naquela noite.

Meu coração estava tão pesado, que era mais como uma sensação física do que emocional. Comecei a questionar o porquê eu não estava me sentindo melhor. Afinal, eu estava no templo, não estava?

E então de repente, a mulher que estava sentada ao meu lado na capela, me deu uma bala de caramelo.

“Coma essa bala, assim não sou a única pecadora”, ela disse, colocando uma bala na boca também.

As respostas vêm de maneiras inesperadas e aquela era a resposta que eu precisava. Mais do que qualquer coisa naquela noite, eu precisava que alguém falasse comigo. Eu precisava rir.

Nem sempre sinto felicidade quando vou ao templo, mas de alguma maneira o Senhor sempre me dá uma porção de Sua paz.

O presidente Boyd K. Packer disse:

“No templo, a poeira das distrações parece assentar-se, a neblina e as sombras parecem dissipar-se e conseguimos ver coisas que antes não conseguíamos e achar saídas até então desconhecidas para nossos problemas.”

Fotografia feita por Camila Soares Ribeiro

Lição 3: Nem todas as experiências espirituais são criadas da mesma maneira.

Amo estudar a história dos templos, e uma das coisas que sempre achei interessante é a enorme diferença entre a dedicação do Templo de Kirtland, Ohio e a dedicação do Templo de Nauvoo, Illinois.

Sobre Dedicação do Templo de Kirtland, Joseph Smith escreveu:

“Ouviu-se um barulho, como o som de um vento impetuoso, que encheu o Templo, e toda a congregação ergueu-se ao mesmo tempo, movida por um poder invisível; muitos começaram a falar em línguas e a profetizar; outros tiveram visões gloriosas; eu vi que o Templo estava cheio de anjos e declarei esse fato à congregação. As pessoas que estavam nas proximidades correram a reunir-se (tendo ouvido um som incomum vindo de dentro do edifício e visto uma luz brilhante, tal como uma coluna de fogo, repousar sobre o Templo) e ficaram assombrados com o que estava acontecendo. Isso continuou até o término da reunião, às onze horas da noite.” [História da Igreja, 2:428.]

Na dedicação do Templo de Kirtland, anjos apareceram, muitos falaram em línguas, outros tiveram visões, e parecia que o edifício estava em chamas.

Não temos registros similares desse tipo de manifestações acontecendo durante a dedicação do Templo de Nauvoo. Na verdade, foi o oposto – na dedicação do templo de Nauvoo haviam poucas pessoas, porque os santos já estavam a caminho do Oeste.

Mas isso torna a dedicação menos significante? Não. Os santos haviam feito algo de errado para não merecer a mesma experiência espiritual que tiveram durante a dedicação do templo de Kirtland? Não.

Sinto paz ao perceber que as experiências espirituais variam de grau. Às vezes chega a queimar o peito. Às vezes é só um calor, e às vezes é apenas uma pequena faísca.

Na vida, sempre buscamos por nossas ‘experiências Kirtland’ – aquelas experiências onde estamos tão cheios do espirito, que sentimos que o céu estava na terra. Mas penso que, às vezes, negligenciamos as ‘experiências Nauvoo’, que de maneira respeitável podem não parecer tão grandiosas, mas não são menos significantes.

Curta as ‘experiências Nauvoo’ da sua vida. Não deixe de entesourá-las.

Lição 4: A vida não é sempre preta e branca.

Se você conversar com alguém que me conhece um pouquinho, poderá confirmar o fato de que eu sou uma seguidora de regras. Eu sempre quero que algo seja certo ou errado, bom ou mau, branco ou preto.

A uns dois anos atrás, eu estava conversando com um mentor em minha vida. Estávamos falando sobre um desafio que eu estava passando e ele mencionou “ A vida não é preta e branca. Existem uma grande área cinza que devemos navegar de vez em quando.”

Como pode imaginar, eu não fiquei muito animada. Mas quando fui ao templo, comecei a ver as áreas cinzas que existem desde o início da raça humana.

Li um pensamento sobre a decisão de Eva de comer do fruto que me lembrou dessa área cinza:

“Eva não estava de pé na árvore tentando decidir se comia ou não um pedaço do fruto. Ela estava decidindo se entraria na mortalidade.

Essa é uma decisão difícil. É deixar a presença de Deus, É saber que o fruto daquela árvore iria trazer o câncer, a morte, os acidentes, o ódio, e toda a dor que vem com a mortalidade.

Mas também existem as coisas boas – temos que nos lembrar que também traria conexões familiares e filhos, e não seria tão ruim.”

Nosso Pai Celestial disse que não existe somente uma árvore no jardim, existe uma segunda árvore. E a segunda árvore será totalmente oposta a primeira, ela nos trará de volta a presença de Deus.

E toda vez, através da Expiação de Jesus Cristo, o fruto dessa árvore neutralizará o fruto daquela árvore.

Essa árvore tirará o câncer e trará a cura. Tirará a morte e trará a ressurreição. Tirará a promessa de que as famílias são “até que a morte os separe”, e dirá as famílias podem ser eternas.

Esse fruto se torna a resposta para todas as coisas na árvore da mortalidade. Jesus Cristo se torna a resposta. Ele se torna o plano.

A decisão de Eva estava em uma área cinza, mas uma coisa que nunca estará numa área cinza, é a decisão de nosso Pai Celestial de nos prover um Salvador. O Salvador sempre será a resposta. Ele sempre neutralizará o mal com o bem.

Lição 5: Haverá um tempo em que nossas vidas pareceram estar passando por uma extensa renovação.

A irmã Mary N. Cook disse:

“Assim como foram precisos 40 anos para construir o Templo de Salt Lake, colocando-se uma pedra por vez, vocês estão construindo uma vida virtuosa, um passo de cada vez.”

Quando penso sobre o templo e com o cuidado que é preciso para manter essas casas do Senhor, penso se estou tendo o mesmo cuidado com a minha vida.

E há momentos em que sim, estou. Mas há momentos em que sinto que minha vida está um desastre e que estou passando por uma extensa renovação.

Nas últimas semanas, muitas pessoas estão trabalhando para a reforma do templo de Salt Lake. Os barulhos da demolição me lembram que está tudo bem se às vezes sentirmos que estamos desmoronando.

Daqui 4 anos, acredito que o templo de Salt Lake estará melhor do que nunca. E isto me conforta, quando passo por momentos em que me sinto despedaçada. Às vezes precisamos desmoronar para que Deus possa nos transformar em algo lindo.

O Presidente Thomas S. Monson disse:

“Meus irmãos e irmãs, os templos são mais do que pedra e argamassa. Eles estão cheios de fé e jejum. São construídos de provações e de testemunhos. São santificados pelo sacrifício e pelo serviço.”

Acredito que se dermos esses passos, podemos transformar nossas vidas em templos. Ao substituir a palavra “templo” por “nossas vidas” na citação do Presidente Monson, lemos:

“Nossas vidas são mais do que pedra e argamassa. Elas estão cheias de fé e jejum. São construídas de provações e de testemunhos. São santificadas pelo sacrifício e pelo serviço.

Sou grata por viver um uma época onde temos templos, uma época onde temos esses edifícios que nos permitem aprender lições esperadas e inesperadas do céu.

Fonte: LDSLiving

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