Pergunta
Como sabemos se um profeta é verdadeiro? E como um novo é escolhido?
Resposta
Quando um Presidente da Igreja falece, surgem naturalmente perguntas sobre a sucessão e sobre como podemos saber que o novo profeta é verdadeiro. Vamos esclarecer passo a passo como Deus chama um novo profeta na terra.
Tanto as escrituras antigas quanto as modernas afirmam que nenhum homem pode declarar-se profeta e ser aceito como tal. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Hebreus, apresentou o princípio essencial de que:
“Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como o foi Arão” (Hebreus 5:4).
Aqui, o chamado é direto, divino e opera por meio de canais específicos do sacerdócio.
No Velho Testamento, Arão foi chamado por Deus por intermédio de Moisés (Êxodo 7:1–2), estabelecendo o modelo de que profetas e sumos sacerdotes agem sob a comissão incontestável de Deus.
Na época de Cristo, após a traição de Judas, os apóstolos o substituíram por meio de oração unida, súplica e o que as escrituras descrevem como um “voto comum”, buscando a vontade de Deus na decisão (Atos 1:13–26).
Já na Restauração, a organização de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em 1830 marcou uma restauração deliberada da autoridade profética por revelação direta. Joseph Smith não se auto-intitulou profeta; ele afirmou e exerceu autoridade recebida por meio de visões, ministração de anjos e apoio dos santos.

Como funciona a sucessão hoje
Hoje, na Igreja de Jesus Cristo, o processo de estabelecimento e sucessão dos profetas é sistemático e divinamente conduzido.
Quando o profeta falece, o Quórum dos Doze Apóstolos desfaz a Primeira Presidência e, após conselho e oração em unidade, apoiam unanimemente o apóstolo sênior (com mais tempo de ordenação e serviço) como novo profeta, que passa a presidir a Igreja. Esse padrão assegura tanto a continuidade histórica quanto a legitimidade espiritual.
Na Conferência Geral seguinte, os membros da Igreja apoiam o novo Profeta, reforçando o princípio da confirmação comunitária presente nas escrituras e na história da Igreja primitiva.
Esse processo visível e ordenado reforça o princípio fundamental, ensinado desde os tempos de Arão, de que um profeta é chamado por Deus e não por aclamação popular ou instituição humana. Seguindo a tradição de Arão, Moisés, os apóstolos de Cristo e Joseph Smith, um profeta recebe uma comissão por revelação direta, manifestação celestial ou como parte do corpo governante estabelecido agindo sob inspiração.
Na Igreja, os apóstolos, que já detêm as chaves do sacerdócio, ordenam e designam o novo profeta pela imposição de mãos. Assim, preservam uma linhagem espiritual ininterrupta e evitam a confusão de reivindicações concorrentes.

Revelação em ordem: O sinal de um verdadeiro profeta
Os ensinamentos de um verdadeiro profeta não contradizem revelações anteriores nem as obras-padrão das escrituras. Novos ensinamentos podem surgir, mas sempre harmonizam e edificam sobre a lei divina previamente revelada. Joseph Smith declarou que Deus organiza Sua casa em ordem, e essa ordem permanece por meio de revelações cumulativas, que não se contradizem.
Talvez o mais importante: qualquer pessoa que deseje discernir um verdadeiro profeta é incentivada a perguntar diretamente a Deus. Como ensinado por Tiago:
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus” (Tiago 1:5).
Nessa escritura somos convidados a orar e a buscar confirmação pelo Espírito Santo de que a pessoa que reivindica autoridade profética foi, de fato, chamada por Ele. Esse testemunho espiritual não se limita à liderança; Deus o promete a todos os que O buscam com sinceridade.
Um princípio singular da Igreja é o da “comum concordância”, a comunidade de santos participa do ato de apoiar aqueles chamados para ofícios proféticos. Embora a revelação divina inicie o chamado, o voto de apoio dos membros é parte essencial do processo.

Profetas são reconhecidos pelos frutos
Quando a apostasia ou a confusão surgiram na Igreja, a ordem e a clareza desse processo foram cruciais para manter a unidade e a legitimidade, ilustradas de maneira marcante na transição de Joseph Smith para Brigham Young. O próprio Cristo ensinou:
“Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20).
A vida e o ministério de um verdadeiro profeta produzem frutos espirituais: integridade pessoal, solidez doutrinária, cuidado pelos necessitados, humildade e impacto duradouro. Embora cometam erros, os profetas vivem em arrependimento, crescem continuamente e retornam constantemente à vontade de Deus.
Por fim, é essencial reconhecer que, embora divinamente chamados, profetas são humanos e sujeitos a erro. As escrituras relatam a imperfeição e o crescimento de Moisés, Jonas e outros.
Contudo, como santos dos últimos dias, temos a promessa de que o Senhor, apesar da fraqueza humana de Seus servos, fala por meio deles e não permitirá que Sua Igreja se desvie do caminho. Acima de tudo, Ele oferece a cada pessoa a oportunidade e o direito de buscar e receber uma confirmação espiritual dessa verdade por si mesma.
Fonte: Ask Gramps
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