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Como ter um casamento baseado no amor mesmo em meio às frustrações

Todos nós nos irritamos. Além disso, é inevitável na vida familiar que as nossas irritações entrem em conflito.

Algo que irritava uma esposa era a irresponsabilidade. Ela esperava que as pessoas, especialmente seu esposo, cumprissem com o seu dever prontamente. Ela ficava bastante impaciente quando as pessoas eram irresponsáveis.

Já seu esposo se irritava quando era incomodado. Ele odiava ser incomodado. Provavelmente você pode imaginar como as brigas eram algo crônico nesta família.

Certo dia, a esposa comprou muitos mantimentos, o que incluía uma grande caixa de sabão em pó. Por estar grávida, ela pediu a um balconista que a ajudasse a colocar os itens no porta-malas de seu carro.

Quando chegou em casa, ela fez várias viagens para carregar as compras para dentro de casa. Ela pediu ao marido que pegasse a caixa pesada de sabão em pó e levasse para a lavanderia.

Ele prometeu que o faria, mas se distraiu com outras tarefas. Ela se irritou com sua irresponsabilidade. Ela o lembrou de sua promessa com certa rispidez, o que o incomodou muito.

Ele resistiu e novamente se distraiu. Ela o lembrou (“incomodou”) novamente, e ele resistiu novamente, e se distraiu novamente.

Ela traçou um novo plano. Todos os dias ela ia ao porta-malas do carro e pegava apenas sabão em pó suficiente para lavar sua própria roupa. Poucos dias depois, enquanto se vestia para o trabalho, ele percebeu que havia pouca roupa limpa.

Então ele perguntou: “onde estão minhas roupas? Por que você não lavou a roupa?” Ela respondeu concisamente: “você não trouxe o sabão em pó do porta-malas. Eu lavei a minha roupa, mas não a sua”.

Tanto o marido quanto a mulher estavam agindo de maneiras que faziam sentido para eles, mas que prejudicavam o seu relacionamento.

A esposa foi sensata ao pedir ajuda, e seu esposo deveria tê-la ajudado prontamente. Na verdade, o marido ajudava a esposa de muitas maneiras.

Nesse caso, ele não tratou o pedido dela como uma prioridade e falhou ao ajudar quando necessário. A reação dela foi ficar com raiva e tratá-lo como irresponsável.

Por sua vez, ele se sentiu acusado e julgado, o que o tornou mais ressentido e resistente. Marido e mulher acabaram irritados e na defensiva, enquanto cada um se sentia justificado.

Ao compartilhar este exemplo, não estou sugerindo de forma alguma que as mulheres estão mais propensas a ofenderem do que os maridos.

Todos os cônjuges devem ficar ao lado do padrão celestial. Eu uso essa história como um exemplo das maneiras pelas quais nos preparamos para o fracasso.

Então, o que fazemos quando nossos pedidos não são atendidos? Existe uma maneira melhor de cobra-los?

O ressentimento

Qualquer pessoa que esteja casada há duas semanas tem muitos motivos para ficar irritada ou ressentida. A boa notícia para os recém-casados é que há tanta abundância de boa vontade que muitos de nós perdoamos nossos cônjuges pelas inevitáveis irritações.

Damos aos nossos parceiros o benefício da dúvida. Somos educados. Perdoamos. Por um período de tempo, a gentileza sempre reina.

Porém, com o tempo, as irritações se acumulam. Nos irritamos com as ofensas e em vez de perdoá-las, apenas as toleramos.

À medida que as irritações continuam a se acumular, reclamamos ou criticamos. Podemos começar a ver nossos cônjuges com impaciência e desprezo.

Por fim, nos afastamos do diálogo ou perdemos a afeição por aquele relacionamento.

Com o tempo, nos perguntamos se não percebemos algumas falhas fundamentais em nossos parceiros enquanto ainda estávamos namorando.

Nos perguntamos se tomamos a decisão errada ao nos casarmos com a pessoa que escolhemos. Ou começamos a exigir que nossos parceiros mudem.

O ressentimento cresce. A contenda aumenta. Nos afastamos dos momentos de cooperação e seguimos em direção a preocupações egoístas: e quanto a mim? O que você tem? Por que você não age da maneira que deveria?

Enquanto isso, Satanás ri e o céu chora enquanto nos sentimos enganados. Perdemos de vista o propósito de Deus no casamento.

Esquecemos que o casamento deve ser desafiador. O casamento deve ensinar a desenvolver a caridade da forma mais eficaz possível: por meio da frustração e da irritação.

Vamos voltar ao casal que estava brigando pelo sabão em pó. É justo que a esposa peça ao marido para trazer o pacote pesado do carro. É decepcionante que ele tenha se distraído – mas não é surpreendente. Todos nós falhamos.

Se a esposa reconhecer que sua irritação não vai inspirar uma ação útil, ela pode escolher a caridade. Ela pode se lembrar de todas as maneiras como ele normalmente ajuda e de suas boas qualidades.

Ela pode reconhecer as pressões em sua vida que a irritaram. Com base em tudo o que sabe sobre o marido, ela pode procurar uma maneira mais convidativa de envolvê-lo naquela tarefa.

Ela pode escolher a uma forma mais gentil para pedir sua ajuda: “Eu sei que você tem estado ocupado, mas você pode me ajudar a tirar o sabão em pó do carro”.

Ou, depois do jantar, ela poderia perguntar se ele estaria disposto a fazer um passeio romântico com ela, até o porta-malas do carro.

Ou ela pode dizer: “Por que eu não pego o sorvete enquanto você tira o sabão em pó do porta-malas?”

Por conhecer bem o marido, ela é excepcionalmente qualificada para fazer o convite certo, mas ela só vai discernir as palavras certas se seu coração estiver certo.

Quando nossos corações estão errados, tudo o que dizemos ou fazemos pode magoar e ofender. Quando nossos corações estão certos, sempre encontraremos as palavras certas a dizer e as ações corretas fazer.

Não há dúvida de que ela não deveria ter que recorrer a tais táticas para que o sabão em pó fosse trazido para dentro de casa. Ele deveria ter cumprido seu pedido pronta e alegremente.

Porém o parceiro natural é inimigo de seu cônjuge. Como mortais decaídos, todos nós temos grandes lacunas em nosso caráter e desempenho. Essas lacunas existem por desígnio divino.

Para preencher essas lacunas, Deus nos convida a cultivar a sabedoria e a caridade. Assim como uma resposta doce afasta a ira, um gesto gentil e convidativo evita o conflito.

Devemos mostrar graça uns aos outros se esperamos recebê-la de Deus. Essa é a mensagem da parábola do servo que não perdoa o seu conservo (Mateus 18: 23-35).

Por termos sido perdoados de nossas dívidas multimilionárias com o céu, não devemos nos ressentir por causa de pequenas falhas. A mesma mensagem é clara na passagem dessa escritura:

“Como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” (Mateus 12: 34-35).

Não é a habilidade de entrega, mas a qualidade do coração que determina a justiça das palavras.

A chave para relacionamentos baseados em amor

tratar o cônjuge como quer ser tratado

É fácil presumir que o melhor remédio para a tensão conjugal é melhorar as habilidades de comunicação.

Supostamente, se um dos parceiros consegue se expressar com clareza e o outro escuta com atenção, devemos ser capazes de resolver todos os nossos problemas.

Porém, como Douglas Brinley, um professor santo dos últimos dias de relacionamento familiar, sabiamente observou: “Se tudo o que fizermos for enfatizar as habilidades de comunicação com as pessoas sem abrandar o coração, simplesmente as tornaremos lutadoras mais espertas”.

Uma comunicação cuidadosa não é a chave. Por mais cuidadosa e elaborada que seja a mensagem, ela ainda transmitirá irritação se não for motivada pelo espírito certo – com “persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido” (D&C 121:41).

O grande sermão sobre as relações familiares foi dado por Jesus Cristo, conforme registrado em Lucas 6:27-45. Vamos resumir os elementos principais e fazer algumas observações.

“Amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam”. Podemos transformar cônjuges inimigos em parceiros amados, ao declarar amor em vez de guerra.

“E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também”. Se quisermos ser perdoados por nossas faltas, devemos perdoar nossos cônjuges por suas faltas.

“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”. Devemos livrar-nos da tentação de condenar e substituí-la pela amorosa redenção.

“Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados”. Não devemos esquecer nossa própria necessidade de perdão.

“E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” Podemos ficar tão obcecados com as falhas de nosso cônjuge que esquecemos as nossas!

“O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.”

Observe que Jesus não ensinou que devemos resolver nossas frustrações com os outros ao aprender melhores habilidades de comunicação.

O Salvador ensinou que devemos mudar o nosso coração. Mais precisamente, devemos fazer coisas que permitem que Ele mude os nossos corações. O evangelho prescreve quatro passos.

  1. Fé no Senhor Jesus Cristo. Quando acreditamos que Jesus preside nossos desafios e oferece apenas experiências que nos ajudarão a crescer em misericórdia, recebemos as experiências de crescimento como um presente sagrado.
  2. Humildade. Quando somos humildes, não vemos as falhas de nossos cônjuges como ataques diretos contra nós. Em vez de nos irritarmos com as decepções, examinamos nossas próprias suposições. Vemos a irritação como um convite a misericórdia.
  3. Compaixão. Quando temos compaixão por nossos parceiros, por suas dores, lutas e necessidades, somos semelhantes a Deus. A compaixão é um dom sagrado e abre o caminho para a caridade.
  4. Caridade. Quando buscamos o que é bom e insistimos nisso, somos mais felizes e nossos cônjuges também. Pedimos sem atacar. Perdoamos uns aos outros.

Não importa o quão certo ou justo pensamos que somos, se não temos caridade, estamos errados.

“E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria” (1 Coríntios 13:2).

Até mesmo os maiores dons espirituais desacompanhados de caridade podem nos deixar espiritualmente fracassados.

Em minha experiência, a combinação de fé, humildade, compaixão e positividade criam a caridade.

Temos a mente de Cristo. Passamos por uma grande mudança de coração. Esta é a chave para relacionamentos baseados no amor.

Nenhuma habilidade de comunicação pode ser comparada a mudança de coração através do Príncipe da Paz.

Fonte: Meridian Magazine

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