Muitos têm essa dúvida: “Os santos dos últimos dias podem ser doadores de órgãos?”. E a resposta é: Cada membro deve decidir por si mesmo.

Em uma publicação da BBC, intitulada por “Mormons and organ donation” (“Mórmons e doação de órgãos”, em Português), lemos:

“A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias deixa as decisões sobre doação e transplante de órgãos inteiramente para o indivíduo. Em qualquer situação moral ou médica, a Igreja encorajaria um indivíduo a considerar sua decisão em espírito de oração. A doação de órgãos deve ser para o benefício de outros e não para ganhos pessoais. A decisão de doar é uma decisão individual que deve ser feita em conjunto com familiares, consultores médicos e em oração. Seja qual for a decisão, ela deve trazer paz e conforto.”

O melhor conselho que encontrei sobre o assunto vem de Cecil O. Samuelson Jr, que foi presidente da BYU, uma autoridade geral da Igreja e médico. Ele afirmou:

“Como é o caso com muitos outros desenvolvimentos científicos, há muitas questões sobre o transplante de órgãos que têm sérias implicações econômicas, éticas, morais e religiosas. E, como em muitos outros aspectos importantes da vida, fomos aconselhados a estudar as informações, a tomar decisões e a orar por sabedoria sobre nossas escolhas. (D&C 9: 7–9; D&C 58: 26–28).”

A Igreja não tomou posição oficial sobre transplantes de órgãos. Parece óbvio, no entanto, que o transplante de órgãos não afeta a ressurreição, já que o órgão logo retornaria aos elementos básicos da Terra após a morte. O que quer que aconteça com um órgão após a morte, nos é prometido que “todo membro e junta serão restituídos ao seu corpo; sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido, mas todas as coisas serão restauradas na sua própria e perfeita estrutura. (Alma 40:23)”.

Uma vez que nossos corpos se decompõem de volta nos elementos de onde foram feitos em questão de algumas semanas ou meses, não ressuscitamos de um corpo intacto. Em vez disso, nós ressuscitamos dos elementos que nos criaram, enquanto eles se reúnem em uma forma perfeita. Então, no momento da ressurreição, Deus devolverá e restaurará para cada pessoa tudo o que lhe faltar — seja um coração, rim, fígado ou pulmão.

Acreditamos que temos o arbítrio também para isso. Em Doutrina e Convênios, seção 58, versículo 26, lemos:

“Pois eis que não é conveniente que em todas as coisas eu mande; pois o que é compelido em todas as coisas é servo indolente e não sábio; portanto, não recebe recompensa.”

A santidade do corpo e o princípio do serviço

Para entender a perspectiva da Igreja de Jesus Cristo, precisamos entender como o corpo é algo santo que devemos ter cuidado e atenção. Como santos dos últimos dias, acreditamos que o corpo é uma dádiva sagrada de Deus, um templo para nosso espírito (ver 1 Coríntios 6:19–20).

Por essa razão, aprendemos a cuidar de seus corpos por meio de uma lei de saúde conhecida como a Palavra de Sabedoria, que desaconselha o uso de substâncias nocivas.

A Palavra de Sabedoria, no entanto, não entra em conflito com a doação de órgãos. Pelo contrário, muitos membros veem a doação como um ato final de serviço e caridade, usando seu “templo” físico para abençoar e prolongar a vida de outra pessoa.

Essa mesma lógica se aplica a outras formas de doação, como a doação de sangue. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias incentiva ativamente a doação de sangue, considerando-a um ato de serviço abnegado que pode salvar vidas. Assim como na doação de órgãos, a participação é voluntária.

Em ambos os casos, o foco está no arbítrio individual e na oportunidade de servir ao próximo de uma maneira significativa, seguindo o exemplo do Salvador de dar de si mesmo pelos outros.

E você? O que pensa sobre doar órgãos?

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