Moloch, Mórmon, não soam parecidos por acaso. Se o primeiro se alimentava de crianças, o segundo alimenta-se da ainda presente "ingenuidade em acreditar em discursos bem elaborados com aparência de cristãos". A técnica quase hipnótica de convencimento aplicada ao cidadão comum pelos Elders e Sisters treinados no Centro de Treinamento Missionário é implacável. O aperto firme de mão, olhares cálidos que nos fitam os olhos, aparência e expressão de cuidados sobre nós, nos fazem crer que são legítimos "emissários de Cristo". Mas o objeto de desejo que a igreja, administrada por executivos e advogados, menos revela nas "palestras" e "entrevistas" que fazem com novos membros, é o dinheiro suado de todos nós. Nisso a Igreja de Mórmon se iguala a todas as caçadoras de níquel com aparência de cordeiro. A diferença está no conteúdo que adorna suas capelas, manuais, templos e conferências. Há até a encenação em vídeo, dentro da cerimônia do Templo, de um Lúcifer que se auto proclama “apto a possuir nossas almas” se não cumprirmos os mandamentos “da igreja”. Chantagem emocional em doses grandes, em comparação às pequenas doses que os Elders e Sisters nos dariam a cada palestra, que são pequenas aulas para o ingressante que queira batizar-se na igreja. Os bastidores sombrios são a última característica a ser por eles pensada. Evitá-lo-ão a qualquer preço. O dinheiro é o prato principal da igreja inventada por um homem que casou com 34 ou 40 mulheres, sendo uma delas de menor'. Se Moisés ostentava um cajado, Joseph Smith ostentava a criatividade em plagiar obras que consultou na próxima biblioteca de sua casa. Um livro inteiro que afirma o Apartheid Racial foi inventado por ele e as "testemunhas". Em comparação ao Vaticano, a Igreja Mórmon versão brighamista, mais conhecida no Brasil, acumulara, segundo o The Washington Post, $ 100 bilhões de dólares e atualmente, para escapar das malhas do governo, aplica recursos em "esquemas laranjas", a fim de "salvar" suas finanças através de empresas de fachada. Com exceções como o grande pastor Henrique Vieira, o padre Lancelotti (pessoas que realmente se entregam pela causa em prol dos pobres, sem tetos, miseráveis e pessoas sofridas) e por que não lembrar do saudoso Dom Helder Câmara, não haveria religião cristã na contemporaneidade. O que teríamos hoje em matéria de cristianismo senão o inverso total de Mateus 19:21/Marcos 10:21 ou a Parábola do Jovem Rico? Jesus dissera àquele jovem que ele precisaria fazer mais uma coisa: vender tudo o que possuía e dar o dinheiro aos pobres, depois deveria segui-Lo. Será que Russel M. Nelson (presidente da Igreja Mórmon), Edir Macedo (Dono da Igreja Universal); Silas Malafaia, R.R. Soares, etc., fariam algo parecido? Resp.: "um sonoro não". O que temos é o capitalismo com um de seus tentáculos revestido de pele de cordeiro em plena manipulação de seus membros através de técnicas psicológicas para torná-los tementes, dependentes, condicionados e alienados (sem questionar, sem duvidar e sem sequer cogitar o contrário do que pensam). Lembremos de Carlos Wizard Martins, o mórmon que gargalhou da morte de cinco brasileiros vítimas de Covid e que silenciou cinicamente na CPI da Covid. Que cristãos estão "fabricando" atualmente, cujo deus maioral é um Moloch que se alimenta da vida de inocentes em prol do lucro fácil de concentradores de renda? Me parece que ateus são os fervorosos cristãos que se quer achar. Entendamos um pouco sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou melhor dizendo: os mórmons (nome este evitado por eles por expor no Google, ao ser clicado, o lado sombrio que querem omitir a todo custo). Mormonismo desponta no leste estadunidense como resultado do impacto no senso comum desde a Europa dos assim chamados 'Religion Seekers' (buscadores de religião). O nascimento da nova nação estadunidense em 1776 traz à tona, ou em sincronia, essa idealização de que a religião em uma terra nova deveria ser também nova e alheia ao domínio europeu religioso de outrora. Daí o manejo na criação de um livro de Mórmon (com plágios de autores conhecidos do circuito Smith-testemunhas) e a adaptação dos textos sobre Casamento Celestial, anjo envolto em luz e Três Reinos de Glória idealizados na filosofia de Emanuel Swedenborg (falecido em 1772) e renegado pelos adeptos da igreja desde sua fundação em 1830. Ou seja, valem-se de quem lhes é útil, desde que tomem para si a ideia original. Todos os dogmas e escritos sagrados mórmons são adaptações de escritores anteriores a eles ou contemporâneos - uma das testemunhas, Sidney Rigdon - nascera e vivera no mesmo lugar (Pennsylvania) onde se desenvolveram os "swedenborguianos", ou adeptos da crença da continuidade do casamento no mundo celestial vindouro, só para os justos. Depois, bastou a Joseph Smith, além de reunir os elementos acima, adaptar a maçonaria aos requisitos do Templo: vestimentas, simbologias e adereços presentes no interior dos templos que coincidem com adereços e símbolos maçônicos. Não à toa, ele filiara-se à maçonaria em 1843 pouco antes de ser assassinado em 1844. Assim, o mormonismo é um movimento de restauração do evangelho (segundo eles), mas que realmente trata-se de uma formulação “plagiária” de todo arcabouço filosófico religioso presente no senso comum. Millôr Fernandes dizia que “jamais diga uma mentira que não possa provar”. Por isso Joseph Smith requisitara (não de graça) o favor e cumplicidade de homens letrados, versados em algum conhecimento secular e cientes do que estavam fazendo: montando um livro sob textos escritos por outras pessoas fora do mormonismo, em uma época onde testes de plágios seriam quase impensáveis, apesar de haver preocupação sobre "copiar escritos de outras pessoas e tomá-los como seu" desde os romanos antigos. É assim que surge O Livro de Mórmon, baseado inclusive no sonho do pai de Joseph que virou "o sonho de Leí", das primeiras páginas. Ao passo que Nefi III não passa de um plágio do Sermão da Montanha. Bem falou Machado de Assis quando dissera que a mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração. Até mesmo a estátua branca de Cristo que a usam em seu logotipo mais recente de 2020, é retirado da imagem dinamarquesa do século XIX criada por Bertel Thorvaldsen, presente na Igreja de Santa Maria de Copenhagen. Entre os mórmons nada se cria, tudo se copia! Há alguma coisa que é originalmente criada pela Igreja Mórmon? Resp.: os $ 100 bilhões de dólares acumulados e vazados à imprensa em 2019. Grato pelo espeço para comentar.